Enquanto ela está submersa na piscina de mármore, não sente nada além de um alívio. Sua cintura fina está inchada, provavelmente por não sair e se exercitar, na maior parte do tempo ficava deitada ou sentada em frente a janela. (S/n) a levanta os braços debilmente querendo tirar o tecido molhado.
Bran levanta o queixo e faz um sinal com os dedos.
_Ajude Lady (S/n), sim? - Diz e a serva se adianta e tira a camisola da moça.
(S/n) cai de volta na água com um respingo preguiçoso. Agora está completamente nua e exposta a ele.
O vapor sobe das pedras quentes que chiam nas tigelas ao redor da piscina, faz uma leve neblina protegendo sua modéstia.
(S/n) encosta a cabeça no mármore e ergue os olhos para o jovem corvo, suas bochechas estão estranhamente vermelhas. Ela levanta um braço sobre os seios e depois o abaixa, sem saber exatamente o que fazer.
_Você se lembra das fontes termais que encontramos perto da caverna? -Ele pergunta, por um momento ela percebe o quão pálida é a pele dele.
_Eu - eu lembro.
_Nós poderíamos tomar banho neles, mas o corvo não nos deixou, elas estavam muito quentes, esfolariam nossa pele. Você se lembra? - Ele fala friamente como de costume.
(S/n) dá uma risadinha sem graça se lembrando dos velhos tempos. Ela se lembra da película fervente da piscina cintilante e como queimou seus dedos dos pés quando os mergulhou.
_Sim - Ele balança a cabeça.
_Tão quente que uma vez vimos um pássaro cantando e morrendo em uma das fontes. Hodor queria cozinhá-lo para o jantar. - (S/n) franze a testa. Ela não se lembra do pássaro.
_Você não estava lá para ver, mas pode estar - Bran diz, e antes que ela perceba, o vapor se tornou espesso como paredes de pedra e ela se sente muito pequena, como se estive encolhendo em seu corpo.
As raízes de represeiro com que ela foi alimentada projetam-se como dedos de sua espinha e se espalham, um par de asas mutiladas em suas costas.
Ela os sente crescer e crescer até rasgar carne e ossos, isso a faz gritar de dor e choramingar.
A mesma tenta sair da piscina mas escorrega e volta a cair. Ela continua batendo as asas desesperadamente, agitando a água.
(S/n) encara a plumagem iridescente de suas asas, a repentina brancura felpuda que envolveu sua nudez. A jovem engasga de medo e horror. Há um chiado atrofiado em sua garganta que a impede de falar.
Acima dela, uma enorme caverna se formava em volta.
Um gentil gigante cutuca a água fervente com um pedaço de pau e dá um sorriso dentuço de cordeiro.
Ao lado dele, um menino o encara com olhos arregalados, longos cabelos castanhos caindo sobre seus ombros.
_Passarinho, voe para longe. Por que ele não voa, Hodor? - O pequeno Bran pergunta com a face confusa.
(S/n) observa ambos receosa.
Ela levanta suas asas para o céu e tenta sair da água.
Voar para longe…É tão fácil…Deveria ser, mas não era.
_Por que ela simplesmente não voa para longe? - O garotinho pergunta novamente.
Por um momento ela pensa que é mais fácil deixar as águas esquentá-la até a morte. Porém o pior estava por vir, em algum lugar no espaço entre os mundos, ela sente os dentes de Hodor afundando em sua carne. Ele a está comendo com prazer…Ela rompe a superfície da água com um grito, agitando os braços.
Por um momento, ela não sabe como um corpo deve se comportar. Parecia tão tangível, tão intrinsecamente real, a cartilagem de um pássaro, a sensação de ser mordida…tudo era tão realista.
A mesma cai contra as ripas de mármore, arranha-as com as unhas as segurando com força, ela se sente pesada de novo, pesada e grande, fios de cabelo inchados e grossos pesando sobre si. Ela enxuga o rosto e continua sem olhar para ele.
Bran persuadi-la de volta à submissão como sempre, de forma gentil e suave, para voltar a obedece-lo, e por alguma razão ela sentia a necessidade, o desejo de continuar fazendo oque ele pede.
Ele rola para mais perto da borda da piscina.
_Você está melhorando. Você vai voar, em breve - (S/n) sente então a lambida dele na nuca lhe tirando um arrepio. Ela fica fria, mesmo com o vapor enrolando-se como algemas em seus pulsos.
_Não faça isso… - Diz quase sem forças para falar.
_O que foi que você disse? Você prefere beijar os punhos do rei da noite do que me ter dentro de você - Bran bate um dedo contra o joelho dela.
_Eu não disse isso. Eu não disse isso - Disse apoiando o queixo contra os joelhos.
_Você não precisava. Você fala muito alto
(S/n), seus pensamentos ecoam quando deveriam sussurrar e então desaparecer no nada - (S/n) aperta a mandíbula nervosa.
_E os seus pensamentos? sussurram e se transformam em nada? - O jovem corvo sorri.
_Você está pensando que deveria me ouvir assim como eu ouço você. Bom…talvez um dia você o faça.
_Eu não quero ouvir você - Ela enxuga a água que escorre pela testa devido ao cabelo molhado.
_Você prefere levar uma surra do Rei da noite? - Ela pode sentir o frio que sentia quando o rei da noite se aproximava, isso a assombrará pelo resto da vida, a sensação de impotência e medo.
Ela desliza uma das mãos para as costas e sente ondulações na pele, parecem mutilados, suas omoplatas mais baixas do que deveriam ser.
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Máquina Restrita
FantasyVocê começa a ter sonhos estranhos 2 ano após a guerra ter acabado e Bran se tornado Rei. Querendo entender o significado deles, a mesma procura pelo corvo de três olhos, porém mal você sabe que está indo para toca do lobo. (Bran vilão x Leitora) ba...