Carinho?

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Brunna POV

Ludmilla deixou-me totalmente surpresa com a sua atitude, o buquê é lindo e eu estava encantada por receber ele.

Continuei observando a paisagem pela janela enquanto escutava uma música calma tocar.

— O que tanto pensa, Brunna? — Escutei Ludmilla falar e a encarei.

— No que você fez — Fui sincera, me lembrando do que Ohana havia conversado comigo. Ludmilla sorriu e me olhou rapidamente voltando a prestar atenção na rua.

— No que, exatamente?

— O buquê… Eu nunca havia recebido um. — Observei ela arregalar os olhos.

— E o seu ex? — Ri fraco e escutei o carro parar, Ludmilla desligou o veículo e tirou o cinto virando-se em minha direção.

— Ele nunca foi o namorado romântico e fofo, não gostava de andar de mãos dadas, dar presentes, ser carinhoso e muito menos me beijar em público — Dei de ombros tirando o cinto e me inclinando para trás para deixar o buquê.

— Por que namorou com ele então? — Suspirei com a sua pergunta, eu sempre me perguntava o porquê de ter namorado com ele durante quase cinco anos.

— Não sei. Conheci ele no penúltimo ano do colegial, começamos a namorar no último ano e eu até que gostava dele, mas depois de tudo o que ele estava mostrando, o encanto foi sumindo. Ainda mais nos últimos meses antes do término. — Sorri de lado e ela segurou em minha mão, senti um leve choque e sorri com isso.

— Ele estava forçando a ter a sua primeira vez? — Ela disse ainda me olhando intensamente.

— É tão explícito assim?

— Não, Brunna. Eu imaginei isso a partir do momento que disse os defeitos dele. Acredito que ele estava com você apenas para que seu ego continue alto e achando que você iria aceitar só por ele ser o seu namorado — Disse e fez um breve carinho em minha mão. — Típico machista que acha que só porque é seu namorado você tem o direito de fazer todos as suas vontades sem reclamar. Como se fosse um objeto para ele. — Assenti suspirando.

— Mas está tudo bem agora. Terminamos e eu não pretendo vê-lo durante muito tempo, estou bem sem ele e seus ataques quando eu negava algo. — Ela sorriu com a língua entre os dentes e eu senti uma sensação estranha mas boa, se alastrar por meu peito.

— Vamos? — Assenti e saímos do carro e andamos juntas em direção ao píer.

Havia diversas pessoas ali, famílias, crianças e adolescentes. Alguns brinquedos estavam funcionando e já havia algumas filas ao redor deles. Fazia algum tempo que eu não saía para algum lugar, todos os dias era focado em meus estudos e em minha meta.

Ludmilla explicou o motivo de ter me levado para cá. Era o seu local favorito e ela visitava ele desde os seis anos, mas ultimamente ela havia parado por causa do trabalho.

Passamos algum tempo conversando sobre as nossas vidas, mas agora de uma forma mais descontraída. Ludmilla contava alguma lembrança engraçada e eu contava também, passamos alguns minutos rindo e conversando até eu me lembrar de algo.

— Por que mentiu a sua idade? — Falei rápido e Ludmilla se assustou com minha pergunta.

— Como sabe? — Perguntou e eu dei de ombros. Ela logo suspirou. — Eu não conhecia nada sobre você, não sabia se era realmente uma garota ou se era fake, se a sua idade era verdadeira, então eu menti sobre a minha idade, trabalho e onde estudei. — Assenti. Eu entendia o seu lado, não sabemos se a pessoa do outro lado está sendo sincera quando entrou naquele aplicativo, poderia muito bem alguém enganar, ainda mais quando ele é voltado para pessoas com ótimas situações
financeiras.

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