4

1.3K 152 22
                                    

Bebericava meu café enquanto, com a mão desocupada eu discava o número de Keana. Dois toques e a mesma atendeu.

{ SarahPov }

— Olá.–Diz com uma voz contagiante.— Eu estava vendo a hora que você ia me ligar. Quando iremos começar o processo do seguimento?

— Hoje mesmo, a tarde, agora ela acabou de sair.– Olhei pela janela e vi o carro de Juliette, já no portão pronto para sair.— Eu vou na sua casa em alguns minutos. Já te mandaram todo o equipamento?

— Sim. Eu tô pirando, as coisas são maravilhosas.— Se controla. Agora a gente não pode perder ela por nada, vamos colocar câmeras na casa dela e iremos segui-la. Irei te falar detalhada-
mente quando chegar no lugar onde você esta ficando. A gente precisa começar a agir rápido.

— Eu adiantei algumas coisas e acho que você vai gostar.– Diz Keana animada.— Espero que você não tenha feito nenhuma besteira.– Escuto batidas na porta e olhei pela janela vendo Robson. —Tenho que desligar agora.– Encerro a ligação.

Joguei meu celular no sofá, deixando minha xícara de café em cima da mesinha de centro. Caminhei até a porta.

— Olá, bom dia, srta. Andrade – Robson falou em um tom sério.

— Bom dia. Já falei que só Sarah basta.– Digo um pouco descontraída, o homem continuou sério.

— Pode entrar, chegou na hora, estava terminando de tomar um café da manhã delicioso. Vamos?– Perguntei, o velho negou com a cabeça e entrou em casa tornando o ar pesado.

— Obrigado, mas eu vou recusar. Eu vim conversar com você.

— Já até prevejo o que está por vir.– Dou um sorriso.— É sobre ontem?

—Sim. Eu fiquei sabendo que ontem você agrediu e apontou uma arma para os irmãos de uma moradora daqui do condomínio.– o homem falou e eu respirei fundo.

— Sim, foi verdade. Mas não foi a minha intenção. Eu pensei que os dois eram ladrões e... eu me precipitei e fiz algo impensável. Sinto muito, já me desculpei várias vezes com a Juliette e com o irmão dela, mas não consigo me perdoar pela burrada que fiz.

— A Srta. Freire não está querendo você aqui no condomínio. Ela ficou muito assustada depois de ontem.– Nossa, eu estava defendendo ela e agora ela me quer longe.

— Por favor, esse foi o único condomínio bom que eu achei para morar. Não faça isso, eu irei conversar com ela assim que eu chegar da rua e tenho certeza que iremos nos entender, isso não  passou de um mal-entendido.– tentei ser o mais sincera possível.

— E quanto a arma?

—Ahh, sobre a arma. Então, a arma é de brinquedo! Eu não sou tão louca de ter uma arma de verdade em casa.– vi ele me olhar pedindo por mais explicações.— O mundo de hoje anda perigoso, eu fiquei preocupada quanto a segurança daqui e então comprei uma arma de brinquedo. Só que esse foi meu maior erro, sinto muito e isso não irá mais se repetir.–Vou até o sofá e pego a caixinha onde tinha deixado ontem.— Aqui está!

Estendi caixinha com a arma de brinquedo para Robson que ficou surpreso com a minha atitude.

— Obrigado. E quanto a Juliette, mesmo que você converse com ela e se do mesmo jeito ela não te querer mais aqui. Eu vou respeitar a decisão dela e você terá que respeitar a minha.– Robson falou e saiu de casa. Era só o que me faltava.

→→→→→→→

Saio de dentro do táxi e olho mais uma vez para o pedaço de papel que estava em minhas mãos, eu estava de frente para a pensão. Pego meu celular e escrevo uma mensagem para Keana.

— Eu estou aqui na frente. Pode dar o ar de sua graça.

Olho de um lado para outro, quando voltei minha atenção para a pensão vi Keana saindo da mesma.

Adentrei o quarto dela  que parecia um cubículo de tão pequeno. Uma cama de solteiro um criado mudo e um guarda roupa colado na parede.

— Que lugar é esse? – Perguntei incrédula, ela poderia ficar em um lugar melhor. Um apartamento talvez?!

— Minhas instalações.

— Péssimas instalações!– Exasperei, ela fechou a cara.— Por que não ficou em um lugar melhor?

— Eu me sinto bem com pouco, também não quero esbanjar para não chamar muita atenção. Te chamei aqui porque o Simon está querendo se comunicar com você.

— Por que ele não ligou para o meu celular?

— Ele acha mais seguro aqui.– explicou.

— E enquanto estamos aqui a missão está por aí, sabe Deus onde. A gente tá perdendo tempo.– Esbravejei, Keana exibiu um sorriso.

— Aí que você se engana. Lembra quando eu disse que me adiantei em algumas coisas?

— Hm?

— Se ela desaparecer a gente encontra rápido.– Keana falou dando de ombros e eu olhei curiosa para ela.

— E como você vai fazer isso?– Perguntei a encarando atentamente, coloquei minhas mãos em minha cintura.

— Um GPS resolve tudo.– Diz balançando um aparelho celular no ar.

— O QUÊ?– perguntei incrédula.— Você está me dizendo que colocou um GPS nela? – murmurei e Keana deu um aceno positivo com a cabeça.— Você está louca? Eu não dei ordem para você começar a fazer o seguimento sozinha.

— Calma, agente. Eu sei que você não me ordenou a fazer nada e peço desculpas por isso, eu só queria te surpreender.- diz cabisbaixa. Quase senti pena dela, quase!

— Você conseguiu me deixar com raiva.– Keana permanece cabisbaixa, respirei fundo e a olhei novamente. — Me diga que você não colocou nela.

— Não coloquei exatamente nela. Coloquei no carro dela. – Explicou, veio para perto mostrando seu celular e colocou em um tipo de mapa.— Olha só, agora ela deve estar na casa dos pais.

— Você sabe onde é a casa dos pais dela?– Fiquei surpresa mais uma vez e a menina deu um aceno positivo com a cabeça. nossa!  ela está sabendo mais do que eu em minha própria missão e não temos nem três dias aqui.— Comecei a colher informações dela assim que soube do que, e de quem se tratava.

— Então me fala um pouco sobre ela, eu estou com preguiça de ler a pasta que me entregaram, é muito grande.– pedi indo até a cama dela e me sentei lá escorando minhas costas na cabeceira.

— Ela é vegetariana como você viu, adora crianças e animais, preferência gato, ela adora ajudar o próximo, é super receptiva, os pais ainda são casados e vivos, tem dois irmãos, tem uma melhor amiga, é fotógrafa, trabalha em um estúdio de fotografia, é dançarina, prática tiro ao alvo com arco e flecha, é voluntária em um hospital e em um orfanato, tem um instituto de arte e foi o que eu li na pasta dela.

— Uau, a vida dela é bem corrida para quem perdeu o futuro marido à dois anos. Pensei que ela fosse do tipo de ficar em casa trancada, comendo besteira debaixo de um edredom e ficasse assistindo tv o dia todo.

— Não me parece ser esse o perfil dela.– Keana falou, estreitei meus olhos em sua direção.

— E o que te parece ser o perfil dela?

Agente FBI | sariette Onde histórias criam vida. Descubra agora