Kagome POV
"Ai quanta informação... como o vovô e o tio tem conhecimento da família do Inuyasha? Ouvi boatos na empresa que eles são tão reservados que o círculo social na qual eles frequentam é bem selecionado e restrito. Família bem antiga, assim como ao do Sr. Takeda..."
"Como puderam colocar ele numa jaula? Mesmo que estivesse descontrolado! Era só um menino, por Kami! Que dor os pais deveriam ter sentido, que agonia em ver o filho assim. Que monstro é esse que amaldiçoa uma criança?!"
Sentia meu coração tão pesado e triste por essa história. Até um pouco de culpa passou em mim das tantas vezes que eu mesma o amaldiçoei por me tratar e aos outros tão mal. Chamei a atenção do vovô, contudo eu mesma estava julgando e maldizendo o Inuyasha sem ao menos conhece-lo.
Mas como eu saberia? Como alguém naquela empresa inteira teria conhecimento de uma história tão cabulosa como essa? Eu estou custando a acreditar!
"Ahhhh... mas que sensação é essa? Que frio!"
O vovô deixou a porta aberta, o vento entrou e varreu todo o ambiente ao sair para fora. Vou fechar antes que eu pegue algum resfriado ou algo seja derrubado.
Ao chegar perto da saída, notei um vulto nos galhos, até pensei ser o Buyo, porém era bem grande, talvez um macaco ou... aquele cabelo prateado nunca me passaria despercebido, sempre seria reconhecível a mim.
- Inuyasha?
Quando se virou para mim, nossos olhares se encontraram e permaneceram focados um no outro de uma forma que me fez sentir várias coisas ao mesmo tempo: euforia, alegria, empatia, proteção, alívio, carinho, pena... aquele não era um olhar de algum monstro que mataria por querer ou prazer.
Segundos que pareceram minutos se passaram e nenhum de nós conseguia quebrar o contato.
- Uh, v-você realmente está aqui?
- Keh, não se preocupe eu já estou indo embora.
- Espera! Espera não vá! – Não podia deixar ele ir embora assim. "Será que ele ouviu o vovô?"
- Olha eu nem sei porque estou aqui. Eu nem deveria estar nesse lugar!
- Porque você não desce daí para a gente conversar?
- Esse lugar não me traz conforto algum, pelo contrário, tudo aqui me cheira a armadilha e perigo. Esquece que eu vim aqui, esquece que você me viu. Vejo você no escritório amanhã.
- Você não confia em mim? Por favor me dê um voto de confiança, eu não te faria mal. Venha, sente-se comigo sob a Goshinboku. Estarei aguardando você lá.
Como ele está arisco, mesmo assim, senti muito medo e temor na voz dele.
Andei tranquilamente até o pequeno banco que há sob a sombra da enorme árvore sagrada, símbolo do nosso templo. Nas histórias de ninar que sempre contavam para mim e o Souta, muito se mencionava o quanto essa árvore viveu por eras e por tudo que já havia presenciado. Esse banco em particular, foi o vovô e meu pai que colocaram... Foi nesse banco que meu pai pediu a mão de minha mãe em casamento.
Notei que o vovô já estava em casa e provavelmente teria visto o Inuyasha. Ele deve permitir que tenhamos um pouco de privacidade para conversarmos. Sentando no banco observei o vislumbre da sombra do Inuyasha indo em direção à um dos galhos mais altos da Goshinboku. Isso me trouxe um sorriso involuntário aos lábios e meu coração se aqueceu um pouco.
- Keh, não seja convencida.
Levantei minha cabeça e pude finalmente vê-lo, um pouco distante, mas ainda um pouco mais perto de mim do estava anteriormente. Estava vestindo uma calça de moletom preta, juntamente com a blusa de capuz compondo o conjunto. Constatei que estava rasgada nas mangas e um pouco no peito também; pela cor ser um cinza claro com pequenos detalhes negros, havia a cor vermelha de algum líquido respingado na qual me fez gelar.
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A Outra Face
FanfictionEle entrou, mais uma vez em um prédio na esperança que finalmente conseguisse seguir a carreira tão sonhada, mas que sempre foi interrompida pelo seu, que seus pais diziam, "temperamento difícil". No amor realmente tudo é paciente, tudo é bondoso? N...