A Outra Face

Preparação

Sesshoumaru POV

"Humph, Izayoi passou dos limites do aceitável. Isso com certeza é escárnio. Até quando eles pretendem mimar esse garoto?"

- Algum problema Sesshoumaru? Você parece mais sério que o normal. Se for do escritório deixe para lá, você sabe do compromisso com as famílias nesse fim de semana.

"Como se algum momento vocês deixassem que eu esquecesse."

- Não meu pai, é sua esposa colocando o Inuyasha para além do senso do ridículo. Hum hum, queria ver a explosão de fúria dele ao ler esse e-mail. – Vejo Toga dar uma profunda lufada de ar após meu breve comentário do e-mail que ele me encaminhou, na qual foi enviado ao setor de Inuyasha.

– Você não tinha concordado com isso. – Deixo de olhar para o celular, e vislumbro a face cansada de meu pai. Desde que Inuyasha nasceu, ele só vive assim: cansado.

- Sim e não. Seu irmão pela primeira vez conseguiu ficar num lugar por mais tempo. A mãe dele e eu já tínhamos perdido a esperança Sesshoumaru, a cada ano ele ficava mais e mais a mercê de sucumbir ao sangue youkai devido a essa maldição, sem controle. – Ele deixa alguns documentos antigos sobre cerimônia de casamento de nosso clã sobre a mesa e senta na poltrona próxima a mim. – Faz ideia de quantas vezes tivemos que fazer com que a polícia e demais órgãos de controle não o prendessem? Sabe como acabaria com ela se ele fosse pego? Ainda mais sendo inocente...

- Estou certo que você não aguentaria. Eu sei, tive que cobrar diversos favores para deixar Inuyasha fora do radar. – Da última vez foi por pouco.

- Por mais que eu achei inconveniente convidar esse pessoal para seu noivado, acho que foi o certo deles estarem aqui. Uma forma de que eles possam ver como ele pode ser... "civilizado" e bom... – Meu pai nunca conseguiu transmitir segurança em um pensamento que não estivesse totalmente a favor ou contra.

- Ele ficará me devendo mais uma por ter que aturar civis que não dizem respeito algum a mim ou Rin. – Voltei minha atenção para o celular, já respondendo o próximo e-mail do engenheiro com o projeto em andamento em NY. A construtora não podia deixar o seguimento do prédio parar em Manhattan só porque vou noivar.

- Tem mais uma coisa do porque ela chamou todo mundo, isso é que me dá esperança. – Levantou novamente e seguiu para a estante onde buscava mais documentos e livros da família Taisho. Ao que parece, meu casamento depois o de meu pai, teria um simbolismo bem significável aos olhares daqueles que pertenceram ao "clã youkai Inu" no passar dos séculos.

Para mim seria apenas a forma de passagem para uma responsabilidade ainda maior, ao que já me via pronto a receber. Afinal, era herdeiro direto de meu pai, Inuyasha viria depois. Para Rin, era uma forma de sentir-se mais à vontade por entrar em uma família youkai – de certa maneira a nova esposa de meu pai facilitava isso para ela, ainda que aquele jeito Rin de ser que este amava tanto, não faria diferença alguma se era humano ou youkai.

Somado o fato que fui impelido a convidar Inukime em vir. Como se aquela mulher desse algum valor no que eu faria ou não, mas dadas as tradições como meu pai queria que seguisse, minha mãe teria que estar aqui. Só espero que ela não atrapalhe.

- É a razão por ele ter voltado tão diferente em casa na segunda e como tem mudado drasticamente seu comportamento desde que começou a trabalhar na empresa do Takeda san. Não falo pela oportunidade no conselho da presidência, mas...

- A garota do templo.

Meu pai para e olha diretamente para mim, como se mais uma vez estivesse dividido no que poderia decidir ou agir.