Planos e Intuições

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Não muito longe dali...

Houjo POV

"Ah como eu tinha certeza, aquela vadia está dando mesmo pra ele e ainda por cima, estão mancomunados para tomar minha cadeira na diretoria."

- Houjo sama, porque não sai dessa sacada e vem beber um pouco? O saquê está excelente! O que tanto observa daí? – "Bajulador inútil."

- Apenas as verdades da vida Noye, e como posso me aproveitar delas. Isso me recorda de uma tarefa que solicitei a você que fizesse. Já está pronta? – Aquele baixinho puxa-saco vivia querendo me agradar, achando que pelo cargo e status que eu tinha na Takeda Inc., o levaria junto quando da minha subida à cobertura. Humph, no mínimo ainda me servia para uns trabalhinhos.

- E-estou quase terminando senhor!

- E quando desse "quase" está perto do fim? Acabei de perceber que preciso dele antes do planejado. – Fui chegando perto dele dissimuladamente, mantendo o cuidado para não perceber o quanto queria me livrar dele.

- Dois dias, dois dias e o que o senhor terá o que...

- Ótimo! – Interrompi porque já não aguentava mais ouvir essa voz nos meus ouvidos. Depois que aquele maldito hanyou ousou em me humilhar daquela forma, minha paciência não estava das melhores. – Agora me diga, onde está o saquê? Vamos comemorar!

- C-comemorar senhor? – Amedrontado, que novidade.

- Sim, claro! Celebrar aos meus caros colegas de trabalho que logo, logo irão me proporcionar minha vitória!

"Vocês não esperam por esperar seus malditos! Vocês pagarão caro!"

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Kagome POV

Que dia! Nem acredito que estou no aconchego do meu apartamento!

Hum... esse vinho está tão bom, mas porque não consigo tirar o que aconteceu da cabeça? Principalmente o Inuyasha, quero dizer, o sr Taisho. Porque ele me defendeu e até me elogiou daquela forma? Se faltava pouco ele querer me esfolar viva todos os dias? Será que ele é bipolar? Ou será que é coisa de família? Ou por ser um hanyou?

Não lembro do Jinenji ou da Shiori que também são meio-youkais serem assim, os conheço desde quando estudamos o fundamental na escola Sarugaku aqui em Tóquio. Bem antes da minha família se mudar para o interior para que o vovô cuidasse do templo Higurashi, em definitivo, depois que seu irmão mais velho faleceu.

Estava tão cansada querendo só chegar em casa e dormir, porém, minha mente está a mil por hora agora. Sento no banco de janela no meu quarto e vislumbro a Tóquio barulhenta à minha frente. Quando dou por mim, minha taça já está vazia. Acho que vou encher mais uma, não que eu fique bêbada, mas com certeza vai me fazer cair logo no sono.

Olho para o relógio e já passava das 11:30pm. Será que o vovô ainda está acordado? Ele costuma ficar desperto até tarde em noite de lua cheia para rezar aos espíritos benevolentes, principalmente ao Kami chamado Tsuki-Yomi se não me engano.

Pego meu celular e ligo para casa. Espero que mamãe não fique preocupada pela hora que ligo. Tenho que arrumar um jeito de visitá-los, depois que comecei esse período "Inuyástico" na minha vida, não consegui ir para o vilarejo.

- Alô? Quem é essa hora?

- Oi vovô! É Kagome! Como o senhor está?

- Minha filha! O que houve?! Porque liga uma hora dessas? Algum espírito te atormenta?! Um youkai? Eu falei para sua mãe que era algo maligno por você não aparecer mais! Ela disse para não te enviar meus amuletos, que a polícia resolvia! Mas isso não é coisa que humanos comuns resolvam!!

- Calma vovô, não é nada disso! Estou bem!! Acalme-se!! – Na verdade era mais ou menos sobre isso que queria saber, entretanto acho melhor não falar para ele por enquanto. – Tem de cuidar da sua pressão! E aqui os youkais são muito rigorosos em relação aos acordos feitos com os humanos. Às vezes os próprios humanos são os que me assustam... – Arrepiei em lembrar do olhar do Houjo hoje.

- Hum... algum problema?

- Não, eu acho que vou conseguir uma folga no fim de semana e como meu treinamento está um pouquinho atrasado eu queria...

- Pouquinho?! Fazem anos que você não pratica a meditação, o estudo, a purificação e outras coisas também Kagome! Lembre-se que é uma Higurashi e tem um templo a zelar!!! – "Dramático."

– Ai vovô tem só algumas semanas que não vou até aí, e essas coisas de templo tomam muito tempo.

- NÃO SEJA UMA NETA INGRATA À TRADIÇÃO!! NOSSO TEMPLO É RESPEITADO HÁ GERAÇÕES POR PURIFICAÇÃO E LUTA AOS YOUKAIS MENINA!! – Afastei meu celular do ouvido. Já prevejo um sermão da minha mãe e reclamações do Souta pelo vovô ter gritado e acordado todo mundo.

- Ok vovô, posso ir até aí no fim de semana então para recobrar um pouco meu treinamento? O senhor estará disponível?

- Humph, é claro que sim! Quando se trata dos meus netos e do templo não tenho empecilho algum. – "Awn vovô..."

- Então tá, avisa a mamãe para mim por favor. Vou desligar, desculpa atrapalhar suas orações da noite!

- Não se preocupe filha! Rezava mesmo para que o mal se afastasse de você e o que pude sentir é que você precisa mesmo se precaver!

- ... – Fico sem palavras. – Ok. Boa noite vovô, durma bem!

- Boa noite Kagome.

Desligo o celular e sinto um mal presságio passar por mim através do frio em minha espinha. Respeito muito a tradição de minha família, ainda que o vovô queira me transformar em sacerdotisa. Mas só o que eu queria era me solidificar profissionalmente e ir para Nova York. E não em ter um hanyou estressado e um gerente de informática funesto no meu pé.

Melhor eu dormir e pensar em algo para contar ao hanyou estressado que não vou poder trabalhar no fim de semana. Será um tópico interessante para o começo do nosso tratado de paz.

Deitando na minha cama, me cobrindo com o edredom e olhando a janela adormeço pensando em olhos dourados, sangue pingando e sombras à espreita.

**CONTINUA**

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