Cinco.

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Sophia.

Bernardo estava mais forte e mais alto, sem dúvida, não pensei que precisaria me esticar tanto para beijar seu rosto. Respirei fundo, na cozinha, e arrumei toda aquela bagunça, ignorando seu pedido. Era o mínimo que podia fazer depois do mesmo ter feito um jantar tão bom como trégua.

Feito isso, finalmente deitei na enorme cama do quarto de hóspedes, onde Caio dormia tranquilamente. Seu peito subia e descia em uma respiração calma e seu rosto era sereno como um calmante para meu sono. Envolvi seu pequeno corpo em meus braços e finalmente adormeci.

Estava correndo em um extenso e belo gramado verde com girassóis enormes e amarelos a nos cercar.
Bernardo e eu estávamos jovem, ao mesmo tempo tão apaixonados. Ficava feliz de perder cada segundo da minha vida ao seu lado.

Eu te amo. -ele disse, deitando na grama e me puxando para cima dele.

Eu te amo também.

Os nossos lábios se tocaram, e aos poucos se abriram. Sua mão grande e quente deslizava pelo meu corpo e me puxava mais para perto.

—Sophia!

Acordo assustada, me deparando com Bernardo aterrorizado e Caio em seus braços. Retiro o cobertor de cima de mim e corro em sua direção. Assim que sinto seu rosto fervendo em febre e suando frio, corro em direção aos meus sapatos.

:—Droga, droga, droga!

Viro depressa para pegar alguma roupa para vestir.

—Eu vou pegar as chaves, te espero no carro.

Corro para o carro feito um raio, logo depois de Bernardo.
Uma vez que fecho a porta, Bernardo arranca o carro e passa a fazer o caminho para o hospital.
Caio estava em meu colo, no banco de trás, enquanto Bernardo tentava conversar com ele, para que ele não dormisse.

:—Deus, o que há com meu filho?

Uma lágrima escorre do meu rosto.

— Ele vai ficar bem. Tente não ficar nervosa, ele pode ficar nervoso também

Caio não falava nada, para alguém que estava acostumado a falar sem parar, era desesperador, piscava com pesar nos olhos, parecendo cansado demais para falar, se mover.

A mão de Bernardo pousa em minha perna por um momento e logo retorna ao volante, mas a quentura da mesma permanece ali por mais algum tempo, me fazendo lembrar do sonho.

:—Lembra do campo de girassóis?

Bernardo olha por um instante para o retrovisor, fazendo nossos olhos se encontrarem.

— Sim. Era muito bonito.

Assenti.

:—A gente adorava passar as tardes lá.

Ele pigarreia e estaciona o carro, de repente. Não imaginava que o hospital ficava tão perto de sua casa. Só então me dou conta de Hanna poderia ter deixado eu ir até ela buscar as chaves, havia planejado aquilo.
Saímos depressa e entramos na ala de emergência. Enquanto preencho o cadastro, Bernardo falava com uma enfermeira que já tinha Caio em seu colo. Ela segurava com cuidado e afeto, o que era tranquilizante para uma mãe protetora como eu.

—Ela disse que vai o examinar e pediu para aguardamos na sala de espera.

:— Por que não podemos ir? O que ela vai fazer com ele, Bernardo?

— É a triagem, não permitem que os parentes fiquem, pois é muito movimentado e pode causar mais confusão no lugar com o nervosismo.

:—Entendo, você tem razão.

Teorema da Paixão [REVISADO]Onde histórias criam vida. Descubra agora