Treze.

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Bernardo.

Estava na hora.
Paguei a conta, mas enquanto Sophia se levantava, eu permaneci sentado. Tentava controlar meu nervosismo, e a momentânea insegurança que havia me pego de surpresa. Sophia me amava, tinha certeza, mas e se achasse o pedido precipitado ou cedo demais? Limpo o suor em minhas pernas quando sinto as mãos de Sophia em meus ombros.

— Amor?

:— Desculpe, estava pensando.

Sophia sorriu, entrelaçando nossas mãos.

— Posso saber no que, mocinho?

:— No restaurante, meu bem. Quando voltarmos, vou começar a planejar algumas reformas e novas decorações, o que acha?

— Inspirado com os restaurantes de Paris? — ela ri, baixinho. — Acho uma ideia brilhante, mas podemos ir? Eu quero MUITO ver a Torre Eiffel.

Dou risada, assentindo.

:— Vamos.

Com mãos entrelaçadas revestidas com luvas e nossos casacos nos aquecendo enquanto nossos braços se esbarram, caminhamos pelas frias e encantadoras ruas de Paris.
Os saltos de Sophia reproduziam um som oco contra o chão, com seu caminhar tão seguro e provocante, que tanto amava, diga-se de passagem.

— Você está calado. O que houve?

:— Acho que exagerei um pouco na comida, só isso. E confesso que está tão frio que tenho medo de abrir a boca e congelar a língua.

Sophia gargalha, me dando alívio por ainda conseguir desviar sua atenção.

— Acha que foi a massa do macarrão? Ela parecia um tanto quanto pesada.

:— Pode ter sido, não é? Acho que sim.

Sophia fez um aceno com a cabeça, mas ficamos em silêncio quando nos deparamos com o enorme monumento aceso em nossa frente. A Torre mais conhecida, falada e apreciada de Paris. Podia ver o brilho nos olhos de Sophia e um misto de emoção começava a me cobrir por inteiro, aquecer meu corpo a ponto de sentir calor.

:— Bem bonita, não é?

— Bonita? Bernardo, isso é perfeito! — Sophia para em minha frente, segurando minhas mãos. — Obrigada por nos preparar essa viagem fantástica! Foi o melhor final de semana de toda minha vida!

Recebo um beijo, tornando o momento ainda mais especial.

:— Podemos conversar enquanto os outros não chegam?

O sorriso de Sophia desaparece e seu semblante se transforma em preocupação, talvez pela forma tensa como as palavras haviam soado, por um deslize meu. Ali, bem em frente àquela gigantesca obra de arte, fixo meus olhos no rosto mais bonito que já havia visto, no melhor acontecimento de toda minha vida. Sophia.

:— Honestamente, tenho medo da sua resposta, mas antes da pergunta gostaria de dizer algumas coisas. Eu tenho certeza de que você é o amor da minha vida e que todo esse tempo separado pode ter nos mudado, mas não mudou nada do que sinto por você e espero que o sentimento seja mútuo. Só Deus sabe o quanto foi desesperador te ver em pé na minha porta depois de tanto tempo e não mais reconhecer você, o quanto foi agonizante passar tanto tempo sem te ver, sem ter notícias de você, do meu filho, sentindo um vazio dentro de mim e tentando preencher de formas erradas e infinitas, o alívio que foi quando finalmente nos entendemos. E agora estamos aqui. Eu finalmente me sentia completo, mas notei que algo estava faltando, algo que não tivemos oportunidade de fazer porque o destino nos reservou outros caminhos. Talvez você ache precipitado e cedo demais, e não ficarei bravo se achar, mas eu preciso dizer que depois de tanto tempo longe sinto que não temos mais tempo a perder. Sophia Collins, você aceita se casar comigo?

Teorema da Paixão [REVISADO]Onde histórias criam vida. Descubra agora