Sete.

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Sophia.

Após um jantar agradável, Caio sentou ao lado de Sophia para terminar seus deveres de casa ao passo em que eu arrumei a cozinha e fui para o quarto terminar o banho que nem sequer havia começado.

Sophia não chorou mais depois que Caio chegou, pelo contrário, fingia que nada estava acontecendo, mas quando olhava em seus olhos podia ver como sua cabeça estava confusa.
Suspiro, afundando na banheira totalmente. Gostava da ideia de finalmente tudo estar esclarecido, mas queria fazer algo para não vê-la daquela forma.
Encosto o pescoço na almofada na banheira e fecho os olhos.

Eu corria pelo largo campo de girassóis atrás de Sophia. Sua roupa marcava suas curvas, como sempre linda.

:— Eu amo você.

Abracei-a por trás na altura de sua cintura. Sua mão, por cima da minha, subiu até sua barriga.

Nós também amamos você.

A batida em minha porta me fez despertar. Enrolo a toalha em minha cintura e abro uma brecha da porta, vendo a imagem de Caio, pulando de pernas cruzadas em minha frente.

— Eu to apertado!

Solto uma gargalhada e o deixo entrar, esperando do lado de fora.

— Caio, você ainda não terminou seus... Jesus!

Sophia paralisa no portal do quarto, fechando os olhos e girando sob seu calcanhar para ficar de costas para mim.

:— Não, sou só eu.

Ouço sua risada.
Caio passa correndo ao meu lado e agarra a mão de Sophia.

— Lavou as mãos?

— Claro, mãe.

Sophia olha para mim antes de ir, mas não diz nada, apenas sorri com suas bochechas espremendo seus olhos.
Retorno ao banheiro, onde termino meu banho. A sensação de que a casa estava cheia preenchia meu coração.
Eu tinha uma família, afinal.

Logo que saio, percebo todas as luzes da casa apagadas. Visto minhas roupas e caminho para além do corredor, olhando ao redor.

:— Sophia?

Ninguém responde.

:— Isso é alguma brincadeira?

— Shhhh!

De repente, Sophia está ali, bem ao meu lado. Vestia uma calça larga e suéter azul.

— Ele dormiu.

:— Desculpe. Já vai dormir também?

Ela assente.

— Estou cansada, foi um dia cheio. Preciso descansar e absorver isso tudo.

Ela estava certa, talvez uma boa noite de sono lhe fizesse bem, afinal. Aproximo meu rosto do seu e lhe dou um beijo.

:— Durma bem. Se precisar, estou no quarto ao lado.

— Tudo bem, boa noite.

Sigo o caminho que me leva de volta ao meu quarto e ali me deito, observando a noite pela janela descoberta pelas cortinas. Havia uma multidão de pensamentos em minha cabeça, por um instante desejei que Sophia não tivesse descoberto nada só para não ter que lidar com o fato de que seus pais eram os verdadeiros culpados.
Respirei fundo, afastando aqueles sentimentos e me cobri, fechando os olhos para dormir, dessa vez.
Quando finalmente começo a adormecer, sinto mãos envolverem minha cintura e beijos leves sendo deixados em minhas costas.

Teorema da Paixão [REVISADO]Onde histórias criam vida. Descubra agora