Quinze.

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Dois anos depois.

Após o nascimento da pequena Helena a vida de Bernardo e Sophia ficou ainda mais corrida. De um jeito maravilhoso, é claro.
Bernardo expandiu o restaurante e o decorou novamente devido a fama de melhor restaurante da cidade que ganhou, graças à seu brilhante chefe que conquistou muitas pessoas com seus pratos variados.
Sophia não era apenas a professora de matemática de todo o ensino fundamental no Colégio Interno Maria da Graça, como também conseguiu o cargo de Coordenadora e Conselheira dos pequenos por quem era apaixonada, como se fossem seus filhos. Carlos, seu pai, se separou de Ana, sua mãe, e desde então ninguém mais tem notícias de seu paradeiro. Carlos, por sua vez, se mudou para a cidade grande e reabriu sua antiga sorveteria lá, voltando a trabalhar com o que amava.
Hanna recebeu a proposta de se tornar chefe do programa de residentes, mas não aceitou a proposta, pois estava grávida e não só queria se poupar de tanta pressão como acompanhar o crescimento das filhas, Laura e Johanna.

Com a vida tão corrida e uma sequência de acontecimentos movimentando a vida de Sophia e Bernardo, os dois preferiram aguardar águas mais calmas para o casamento e a festa de noivado.
Sendo assim, os dois escolheram se casar em um campo, onde havia um extenso jardim de girassóis.

Sophia estava em um dos pequenos quartinhos da igreja. Se olhava no reflexo do espelho, trajando o enorme vestido branco com uma calda majestosa. Seu cabelo estava metade preso, metade solto, com cachos que caíam por seus ombros. Seus olhos brilhavam e a maquiagem os tornava ainda mais atraentes e confiantes.

Hanna e as outras duas madrinhas, Gabriella e Paulina — professoras amigas do Colégio, estavam ao seu lado. Usavam vestidos longos azul bebê, com mangas caídas. Todas tão belas quanto a própria noiva.

— Está pronta para entrar? — Hanna murmurou.

Sophia assentiu, apreensiva.
Hanna abriu a pequena porta e as madrinhas saíram na frente. As três se posicionaram na porta da igreja ao passo que Sophia esperava ao lado, onde ninguém podia a ver. Seu pai, ao ver as três madrinhas, deixou o último banco da igreja para dar o braço à Sophia. A noiva mais linda da cidade, aos seus olhos.
Enquanto as madrinhas entravam, os dois se abraçaram e aproveitaram o tempo para rir e talvez deixar algumas lágrimas escaparem.

— Eu estou orgulhoso de você, minha filha. Eu te amo!

— Obrigada, meu pai. O que me tornei foi graças ao senhor e à minha mãe, também amo você! — a morena respondeu.

Os dois souberam que era hora quando a música tradicional começou a tocar. Ambos caminharam para a porta da igreja onde Sophia foi incapaz de controlar o sorriso e suas lágrimas, desejando que a maquiagem, de fato, fosse à prova d'água. Viu os alunos, os amigos que havia feito, os amigos de Bernardo, alguns parentes do mesmo e alguns de seus tios e tias. Em segredo, chorou por sua mãe não estar ali, mas depois dedicou o resto das lágrimas à felicidade que sentia, pois nunca se sentiu tão feliz e tão completa como agora.
Bernardo também chorava, mesmo que disfarçasse vez ou outra, limpando o rosto. Não por vergonha, mas por saber que não conseguiria mais parar se chorasse com a vontade que estava sentindo. Preferiu sorrir. Sorria tão sinceramente que suas bochechas doíam e o mesmo parecia não se importar.

— Cuide bem da minha filha, meu caro. — foi o que Carlos disse, dando um singelo abraço no rapaz.

Depois do tempo que havia passado morando na cidade, começou a tomar gosto e abençoar verdadeiramente o casamento dos dois, percebeu que Bernardo era puro de alma e coração, assim como sua filha.
Agora, ambos um ao lado do outro, seus olhos trocavam o mais puro sentimento de amor, em cima do altar e frente à todos os amigos e família. Caio entrou logo depois, segurando uma almofada dourada com as duas alianças, ao lado de Amanda, filha de Paulina e melhor amiga do pequeno.

—Bernardo e Sophia, viestes aqui para celebrar o vosso Matrimônio. É de vossa livre vontade e de todo o coração que pretendeis fazê-lo?

—Sim. — os dois responderam juntos.

— Unam as mãos direitas e manifestem o vosso consentimento na presença de Deus e de toda a Igreja.

Os noivos unem as mãos direitas.

— Eu, Bernardo Rolland Goméz, recebo-te por minha esposa e prometo ser fiel, amar-te e respeitar-te, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, todos os dias da nossa vida. —Bernardo diz, enquanto põe a aliança no dedo de Sophia.

—Eu, Sophia Collins Quentin, recebo-te por meu esposo, e prometo ser fiel, amar-te e respeitar-te, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, todos os dias da nossa vida.

O padre abriu um sorriso satisfeito, quase como se também sentisse a energia que circulava em volta do casal apaixonado, o homem fechou a bíblia e todos ficaram de pé para ouvir a frase final de uma memória que ficaria gravada na mente de cada um pelo resto de suas vidas, mas nos corações de Bernardo e Sophia, estaria para sempre gravado como um dos melhores dias de suas vidas, dentre de muitos outros que estavam por vir.

—Eu vos declaro marido e mulher. Pode beijar a noiva.

Teorema da Paixão [REVISADO]Onde histórias criam vida. Descubra agora