CAPÍTULO CINCO

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— Você sabe que eu não fiz por mal Kelly. É que às vezes não consigo controlar essa língua, você sabe como eu sou. Vai me perdoar? Você não sabe o quando fiquei feliz quando você me convidou. Já tem uns 6 meses que a gente não se fala garota, como você está? E Jack, como você cresceu garoto. Já está um rapaz.
— Que bom que está aqui. Eu sinto muito por ter sido tão dura com você. A gente nunca deveria ter brigado. Senti tanta a sua falta. — Afirma uma Kelly arrependida abraçando a amiga.
— Eu não sei como você sobreviveu tanto tempo sem mim. Deixe-me terminar esses salgadinhos. Vai se arrumar porque uma amiga de Malu Falcane não aparece com roupas nesse estado em festas. — Afirma Malu olhando para a roupa suja de confeite de bolo e massas de salgados de Kelly, enquanto se apressa em organizar tudo.
— Ok. Que bom que você veio amiga. — Diz minha mãe enquanto caminha até seu quarto. — Ah, Jack você estava falando algo sobre o Tobias ir ao médico. O que houve?

— Ah, nada mãe ele só foi fazer uma consulta sobre a mão dele. Insistência de Dora.
— Ah, então foi isso. Espero que ele consiga melhorar. — Grita do quarto enquanto escolhe a roupa que vestirá hoje.
— Jack, nessa confusão toda acabei esquecendo de lhe entregar seu presente. Está ali na minha bolsa. Pega lá. Está em um pacote de embrulho vermelho. — Fala Malu distraída com os salgados.
— Ah, não precisava Malu. Mas estou curioso pra saber o que é. Você sempre sabe o que eu quero. — Falo já abrindo o pacote na bolsa de Malu. — Não brinca? Você comprou o jogo pra vídeo game que acabou de lançar? Eu nem sabia que já estava disponível pra venda aqui no Brasil. Você é incrível, incrível. Preciso jogar agora mesmo.
— Não estava à venda, mas lembra que eu tenho aquela amiga que trabalha com produção de jogos? Ela conseguiu encontrar pra mim. — E eu perguntei ao Tobias qual jogo vocês estavam querendo e aí ele me ajudou. Ele ainda vai demorar muito? Esse pestinha sempre chega bem antes de mim nas suas festas. — Lembra enquanto come uma batata frita aleatória que achou pela cozinha.
— Não sei. Ele deve estar chegando. Bom, tomara que chegue logo pra gente inaugurar este jogo logo. — Digo no momento que alguém bate na porta e vou abrir.
Tobias está na porta com um tapa olho e dá de ver uma enorme mancha rocha em volta. Provavelmente ele deve ter levado uma pancada forte no olho para ficar nesse estado.
— O que houve com o seu olho? — Pergunto. — A propósito, a ideia do tapa olho seria interessante se a marca não fosse maior que ele.
— É uma longa história. Eu sabia que ir a esse exame não seria uma boa ideia. O médico não era gente boa. Por sorte, a super mão prévio tudo e deu um tapa na cara dele assim que chegamos.
— Sério mesmo? Cara, você é muito louco. Mas, isso não explica como você acabou com um tapa olho.
— Bom, depois que eu dei o tapa ele me socou. Mas a minha mão me defendeu. Enfim, você devia ver o outro cara. Depois disso, até a minha mãe reconheceu que não foi uma boa ideia ter ido ver aquele médico e acabou devolvendo o meu smartphone. — Diz enquanto tira o meu celular do bolso de sua calça jeans e me entrega. — Não vou precisar mais dele.

Coloco meu celular em cima da mesa enquanto Tobias parece procurar mais alguma coisa em seu bolso. Ele continua com a mesma roupa que usou na escola, logo imagino que veio direto para cá.

— Mas que droga, eu acabei esquecendo seu presente em casa. — Diz.

— Tudo bem, traz depois.

— Dizem que dá azar entregar o presente depois do aniversário. Eu acho melhor ir pegar logo. Mas, antes disso quero me adiantar nesses salgadinhos. — Diz Tobias faminto enquanto pega várias coxinhas.

— Tobias, não coma tudo antes dos convidados chegarem. Se bem que está uma delícia mesmo. Também quero mais alguns. — Malu tenta falar com a boca cheia de salgados.

Também começo a comer já que todo mundo já está atacando mesmo.

— Já chega, já chega meninos. É melhor que Kelly não veja a gente comendo agora. Ela anda estressada ultimamente. Eu já contei que ela passou 6 meses sem falar comigo por besteira? E olha que eu sou a melhor amiga dela. — Relata Manu, indignada.

— Depois que os convidados chegarem a gente come o resto então. Enquanto isso, nós vamos buscar o presente do Jack na minha casa. Jack você vem comigo. É perigoso que alguém como eu ande sozinho a essa hora da noite.

— Você não é uma donzela indefesa Tobi. E tem a sua mão de super-herói que você tanto se orgulha.

— É, mas você sabe que meus poderes ainda não estão completamente despertos. Enquanto isso, o herói precisa de proteção. Qual é, você não tem assistido os últimos lançamentos de filmes da Marvel? Todos eles eram como eu no início.

— Eu não teria tanta certeza. — Digo tentando lembrar de algum herói com o poder da mão.

— É melhor vocês irem logo e não demorem porque os outros convidados já devem estar para chegar e Jack precisa soprar as velas. Corram, corram e voltem já.

— Está bem, vamos logo Jack. Precisamos apostar corrida como nos velhos tempos. — Diz Tobias animado, talvez porque esse médico também não conseguiu dar jeito na sua síndrome da mão alheia.

— Não mesmo.

— Você só está com medo de perder, já que agora eu estou muito mais veloz.

— Eu nunca perderia.

— É o que vamos ver então.

Tobias começa a correr na minha frente e eu vou em seguida tentando recuperar o atraso.

— Ei, não vale, você trapaceou. — Digo

— Essa é uma desculpa de mau perdedor. Ninguém disse que tinha um tempo certo pra começar a corrida.

De repente Tobias para.

— Que estranho. A doce senhora idosa que você insiste que te persegue não está em casa hoje. Será se ela bateu as botas?

— Não é uma gentil senhora coisa nenhuma. Bertones tem um parafuso a menos.

Então, conto para Tobias tudo o que se passou quando ela me parou na rua na volta da escola e sobre a chantagem do professor.

Tobi fica sério e pensativo.

— Que tipo de amigo você é? Sabe que estou precisando de pontos nas matérias do Sr. Franklin e não voltou? — Diz realmente decepcionado sabendo que essa poderia ser sua única chance de passar de ano.

— Não me julgue, eu tinha que fugir, a velha Bertones poderia muito bem ter uma casa de doces e querer me trancar lá para me engordar para depois me devorar — Tento me defender.

— Ah, não diga bobagens, mas pensando bem, tudo faz sentido agora. É claro que eles me confundiram com você, já que estamos sempre andando juntos por essas ruas. Devem estar precisando da minha mão para salvar o mundo. — Diz. — Ou talvez sejam os vilões que querem acabar comigo antes que eu consiga controlar 100% os meus poderes. Seja como for, precisamos investigar.

— Claro que não, provavelmente a velha é louca e sabemos que Franklin também não é o melhor exemplo de sanidade.

De longe vejo que meu tio Alfred está chegando em casa para o aniversário.

— Vamos, precisamos chegar em sua casa logo. — Digo.

— Tive uma ideia melhor. Nós vamos invadir a casa da velhota para ver quais segredos ela estar escondendo.

— Você enlouqueceu? Está brincando né? Não podemos invadir uma casa. Isso deve ser contra a lei.

— Relaxa parece que ninguém está em casa.

— Não mesmo. Eu nunca faria isso. Definitivamente não. — Digo ofegante enquanto Tobias caminha em direção a casa.

— Quem é uma donzela indefesa agora? Você pode ficar aí se quiser, mas eu estou entrando.

Crônicas do Herdeiro de Rurik: O Rugir da Katana (Em andamento)Onde histórias criam vida. Descubra agora