No dia seguinte minha missão iria começar, precisava estudar um pouco eles, então passei dois dias apenas observando eles de longe, seus costumes. John me mandou algumas informações e também disse que havia uma espião da CIA que já estava infiltrada a um tempo e se propôs nos ajudar, pensei que teria mais tempo, mas ouvi meu celular novo tocar, no identificador apareceu número restrito, então eles já me encontraram
- Alô – falei desconfiada, olhava disfarçadamente pelo retrovisor do carro e pude notar que um furgão preto parou atrás e outro na minha frente, eles imprensaram meu carro
- Bom dia, poderia falar com a Senhorita Camila Cabelo – uma voz masculina falava no outro da linha
- Sou eu quem deseja? – eu reconheci aquela voz, era dele Javier El loco, como ele me achou tão rápido?
- Há quanto tempo saiu da cadeia chica? – ela falou sorrindo do outro lado da linha, não, aquele não era o El loco, a risada não era dele, convivi tempo demais para odiar a porra da risada dele. Era ela, me testando
- Alguns dias – decidi entrar no joguinho dela
- Papa te ajudou mexeu acionou uns contatos, por isso te soltaram muito antes – ela sabia imitar ele direitinho, se não fosse pelo detalhe da risada eu não iria descobrir
- Diga-me papa, resolveu me ajudar antes ou depois de ter me largado com um tiro no ombro naquele galpão? – te peguei, quase ninguém sabia desse detalhe, ele me largou com um tiro no ombro no meio do galpão para ganhar mais tempo
- Um sacrifício que me custou muitas noites de sono
- E a mim, muitas noites naquele maldito inferno – falei fingindo cuspir as palavras
- Fazia tudo parte de um plano maior – estava ae minha maior prova, Javier nunca usaria essas palavras, ele iria dizer coisas do tipo “o passado não importa mais” ou “o passado é apenas passado, o presente é o que importa”
- Entendo, eu quero voltar para casa com você meu amor – o silencio reinou do outro lado da linha ela estava sem reação, ela não esperava que eu reagisse daquele jeito, então soltei uma risada debochada – Você cometeu pequenos erros, mas perceptíveis, qualquer um que passou menos de um ano com El loco não iria perceber a diferença, mas eu notei...
- Do que está hablando yo soy el loco – falava com uma voz um pouco mais irritada do outro lado da linha – se continuar com essa loucura eu terei que te matar chica – dizia de maneira fria
- primeiro erro, a risada. Segundo erro usar palavras bonitas, El loco é um ignorante, nunca usaria palavras assim. Terceiro e o maior de todos os erros, você está sentada num banco verde próxima à uma Mercedes azul
- Uau estou impressionada – a voz finalmente ficava da sua forma normal – Você é boa, mas aquela não sou eu.
- Então me prove que você não é ela – falei desafiando ela
- Tudo bem – os dois furgões saíram e a ligação caiu, fiquei ainda fitando aquela mulher ali sentada com um livro, algumas vezes olhava pra mim, vi uma garota baixinha passar, espere aquela era Allyson, ela arranhou meu carro e correu, sim aquilo era um ardiloso plano da Jauregui, eu tentei ligar o carro, mas ele não pegava, ela colocou alguma coisa nele quando fez aquilo, ela estava me obrigando a sair do carro, minha zona de conforto, tudo bem Camila, apenas preste atenção nos sinais, abri a porta e vi um aparelho, aquilo deveria ser o dispositivo, quando fui me abaixar para retirar uma mulher esbarrou em mim e fez minha arma cair, deu tempo ainda de vê seu sorriso de canto, enquanto ela se aproximava da minha arma eu saquei outra
- É melhor não se mexer, porque eu não vou êxitar em atirar – ela estava de boné preto e sobretudo preto, senti algumas pessoas se movimentarem ao redor – seus amiguinhos não tem medo que eu aperte o gatilho não? Nessa distancia não tem como eu errar sua cabeça
- Não, se você me matar, você também morre – ela disse fria tomando sua postura e levando as mãos ao bolso, agora que notei que a rua estava completamente deserta, ela estava me esperando a um bom tempo
- E quem disse que eu tenho medo da morte – levei minha outra mão a arma, sim eu estava disposta a atirar se fosse preciso ela mexeu as mãos no bolso e por reflexo eu olhei e gritei – não se mexa
- Camila Cabello – ela tirou as mãos do bolso – 22 anos, nasceu em Havana, Cuba, se mudou para cá quando criança, seu pai era um policial condecorado da policia de Los Angeles, sua mãe era uma dona de casa, um dia seus pais foram assassinados pelo mesmo homem para quem você trabalhava – meus pais realmente haviam sido mortos por Javier, meu pai acabou tropeçando em uma fabrica de mercadorias do El loco, então ele fez a apreensão e prendeu o irmão mais novo dele, eu estava numa viagem da escola, quando tudo aconteceu, a única coisa que me disseram foi que a casa havia explodido e quem fez a armadilha tinha sido El loco, meus pais estavam lá quando aconteceu e nenhum deles sobreviveu, eu nunca superei, por isso sempre me mantive ocupada demais para não pensar nisso – teve tempo de arquitetar uma vingança, mas não fez, foi traída por ele e ainda assim não foi atrás dele assim que saiu da cadeia, me responda Cabello, o que você faz aqui? – ela retirou as mãos do bolso e se encostou no carro me observando, nossos olhares se encontraram no ar e eu continuei com a arma apontada para ela.
- Eu vim observar e estudar vocês... – falei de maneira sincera e abaixei a arma, e percebi que ela arqueou a sobrancelha e a expressão de deboche deu lugar à um semblante curioso – E depois ia oferecer meus serviços, mas parece que você já estava me esperando, fechou a rua, colocou um atirador de prontidão...
- Dois – ela me interrompeu e me corrigiu – São dois atiradores – ela então voltou com aquele sorriso debochado
- Dá uma arma carregada para uma criança, não significa que ela seja uma atiradora – Eu não consegui deixar de rir e ela também, era obvio que eu me referia a Allyson que era bem baixinha
- Essa foi boa – ela ainda ria – Mas o que você pode me oferecer Camila Cabello? – Ela retirou o boné e seu rosto ficou mais visível, assim como seus olhos, ela me olhou de cima a baixo eu dei um sorriso de canto
- Você disse que eu tive tempo para arquitetar minha vingança, eu realmente tive e quando eu finalmente ia colocar meu plano em prática a CIA e o FBI estragaram ele – dei uma pausa guardei a arma, ela não apresentava perigo – Eu sei que você já deve ter me estudado, pesquisou minhas informações, minhas habilidades, minha ficha, mas eu sei o que você quer saber Jauregui, eu vim até você pra poder me vingar do Javier, você é a única que no momento pode me ajudar
- Humm – ela veio caminhando até parar de frente pra mim e me olhar nos olhos – E como posso confiar em você?
- Isso só o tempo pode te mostrar – não quebrei o contato visual – Vamos lá Jauregui, o que você perde por me dá um emprego e uma chance de me vingar do El loco
- O que eu perco? – ela riu quebrando o contato visual e voltando para perto do carro – Bom eu poderia fazer uma lista, mas eu to mais interessada no que eu ganho?
- Alguém habilidosa o bastante para roubar o cartel colombiano de cocaína e ainda sair de lá como se nada tivesse acontecido – sim aquilo era verdade, foi minha primeira missão para el loco, eu precisava invadir e roubar as drogas, aquele seria o primeiro passo para conquistar a confiança dele
- Então foi você – ela sorriu, acho que ela ouviu falar daquilo – Nossa, ele se gabou daquilo durante meses. Sinceramente não estou interessada em roubos de drogas no momento, mas você passou no teste Camila ... – ela ficou de frente pra mim agora mais perto, sentia seu hálito quente e seu cheiro maravilhoso, aquela mulher era linda e senti meu coração bater mais rápido –... O que me impressiona é que você não se lembra de mim
- O que? – aquela pergunta me pegou de surpresa, de onde eu a conhecia? Da casa do el loco, impossível ele nunca levaria ela para o seu refugio, do FBI? Também não, quando ela invadiu eu não estava de serviço, aquela pergunta fez meu coração bater ainda mais rápido e foi a primeira vez que fiquei com medo de ter sido descoberta, será que eles eram tão bons assim. Ela estava com um sorriso sarcástico e se afastou, logo senti uma pressão no meu pescoço, merda fui baleada, comecei a me sentir tonta, levei a minha mão direita ao meu pescoço e senti um dardo tranqüilizante, o lado bom é que não era um tiro, mas o lado ruim é que ela poderia fazer qualquer coisa comigo agora, meu corpo ficou mole e eu fui caindo, ia de encontro ao chão quando ela me pegou em seus braços e minha ultima lembrança foram seus olhos verdes.
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The Mission (camren)
Random"Meu nome é Karla Camila Cabello, tinha 22 anos e sou uma agente condecorada do FBI, trabalhei em grandes casos, prendi bandidos, traficantes e terroristas no mundo inteiro, consegui o reconhecimento bem rápido pois eu sempre fui muito esforçada, e...