Capitulo 44

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CAMILA POV

Não lembro ao certo como consegui chegar ao hospital, mas agora estava no quarto do hospital, sentia um pouco de dor no meu abdômen segundo o meu medico teria que ficar três dias no hospital e poderia ir para casa, mas eu deveria ter alguém para me ajudar e fazer as coisas, não podia fazer esforço e hoje eu deveria evitar falar, estava morrendo de cede e nem o braço eu conseguia levantar para chamar a enfermeira, acho que me deram muito sedativo. O doutor voltou com mais duas pessoas que depois percebi que eram Dinah e Tom, ambos com semblante preocupados, eu fiquei realmente feliz por saber que eles vieram e um pouco decepcionada porque queria que Lauren estivesse ali

- Hey - falei bem baixo e dei um pequeno sorriso

- Não fale senhorita Cabello- o médico caminhou até mim, pegou uma prancheta olhou os aparelhos e me deu um sorriso para me reconfortar depois do pequeno puxão de orelha - Bom vou deixar vocês, mas lembre-se sem falar senhorita Cabello - Apenas assenti, ele ia saindo e eu lembrei que estava com sede, eu ia chamá-lo, mas Tom me impediu

- Não pode falar, senhorita teimosa - E deu um sorriso bonito, ele era realmente um bom amigo, estávamos bem próximos, ele nunca deu em cima de mim, respeitando meu sentimento por Lauren, mesmo sem saber que era por Lauren - O que você quer? - Virei para o copo d'água que estava ali - Está com sede? - assenti e ele pegou o copo que tinha um canudo e levou a minha boca, foi delicado e quando terminei de beber acabei me molhando um pouco e ele deu um sorriso e pegou o guardanapo para me secar. Dinah permanecia de pé do outro lado da sala, ela parecia que não queria ficar ali - Está com fome? - Tom perguntou e eu apenas assenti, ele levantou e foi até a porta - Vou procurar uma enfermeira pra trazer algo para você comer, fica com ela Dinah - ele saiu e ela permaneceu em pé no outro canto da sala sem falar nada, eu sabia que ela ainda estava chateada comigo

- Senta aqui - falei com um pouco de dificuldade

- To bem de pé e evite falar, foram as ordens do medico - ela falou meio rude

- Por favor - eu pedi

- Já falei que estou bem de pé - ela falou meia agressiva e eu apenas abaixei a cabeça

- Me desculpe - saiu bem baixo, mas acho que ela ouviu, porque agora ela olhava pra mim - Eu só queria poder consertar tudo... - meus olhos queimaram - Queria que você ... visse que... eu sinto muito - minhas palavras eram interrompidas pelas pontas. Ela de braços cruzados foi chegando perto de mim

- Você acha mesmo que pode aparecer nas nossas vidas do nada e dizer "sinto muito" e a gente vai fingir que esqueceu o que fez - ela falava de um jeito rancoroso e desapontado - Você acha que mandar um advogado fazer um trato para nós tirar da "cadeia" - fez sinal de aspas com as mãos - vai me fazer perdoar você

- Como... quando... - como ela descobriu, não conseguia falar porque alem de chocada, sentia um pouco de dor

- Jauregui pode ser burra o suficiente para achar que foi Ian, mas sei que foi você, quem mais poderia oferecer um acordo daqueles, tinha que conhecer bem a ela, saber que ela só aceitaria por nós, pelas crianças, você já tinha avisado o John de tudo que ela ia pedir e pediu para que ele fizesse como se ela estivesse no comando, quando no fundo sabemos que ela não esta no comando de nada, nem consegue mais se comandar, mesmo sendo muito competente Lauren não é metade do que era, agora vive bêbada e drogada, brigando pelas ruas e você fez isso com ela - ela cuspia as palavras com rancor e ódio

- Você acha que eu não sei - falei mais alto do que podia e sinto queimar onde foi feito a operação - Você acha que eu vou dormir como todo dia vendo a mulher que eu ama se matando pouco a pouco por minha culpa. Quando vi o estado da Lauren naquele escritório cheirando aquele pó, desejei realmente ter morrido naquele carro, vocês acham que eu planejei minha morte e pior acham que eu trai vocês, EU NÃO FIZ ISSO, EU NÃO TRAI MINHA FAMILIA - eu gritei as ultimas partes com meus olhos marejados, tanto pela dor que sentia e pelos sentimentos - A única que me deixou realmente explicar foi Ally, mas vocês nem se deram ao trabalho de saber, podem continuar me culpando por ser covarde e não ter voltado e dito que eu estava viva, mas não podem me culpar que eu trai vocês porque eu não fiz isso, eu não fiz...- comecei a chorar compulsivamente e Dinah estava parada me olhando

- Porque eu deveria acreditar em você? Pelo que sei você foi treinada para se disfarçar - sua voz seca, aquela não podia ser minha melhor amiga, ela sabia do meu passado, sabia das minhas lembranças boas e ruins, só omiti para ela duas coisas, uma ela já sabia e a outra estávamos discutindo sobre ela hoje

- ACHA MESMO QUE ERA DISFARCE QUANDO CONTEI DOS MEUS PAIS? - agora eu gritava a dor nem me importava mais - VOCÊ ACHA QUE CADA SORRISO, CADA LEMBRANÇA E MOMENTOS BONS QUE EU COMPARTILHEI COM VOCÊ FOI MENTIRA? ACHA QUE FOI MENTIRA QUANDO TE CONSOLEI QUANDO VOCÊ CHORAVA POR SIOPE TER IDO PRA LONDRES E PEDIU TEMPO PRA VOCÊ, RESPONDE... ACHA QUE EU MENTI? - eu me descontrolei e gritava entre as lágrimas, Dinah era diferente de Lauren, ela me deixava falar e não me atacava com ofensas, mas sim com a verdade, com Lauren era a ferro e fogo. Ela ficou calada, parecia pensar, foi quando eu senti uma dor enorme e levei minha mão aonde havia sido feita a cirurgia, senti que estava molhada, quando olhei estava sangrando

- ENFERMEIRA.... DOUTOR... ALGUÉM... AJUDA - Dinah saiu correndo gritando pelo corredor, a dor só aumentava e vi o médico entrar correndo seguido de Dinah e logo os enfermeiros chegaram, aplicaram algo no meu soro e senti meu corpo ficar adormecido

- O que eu falei sobre falar? - O medico falou um pouco irritado enquanto mexia nos meus pontos - Vou pedir para a senhorita se retirar...

- Não - eu falei firme e ele me olhou

- Pare de negligenciar sua saúde senhorita Cabello, eu faço isso para o seu próprio bem - eu não falei nada mas o encarei de maneira irredutível sobre ele retirar Dinah do quarto, ele suspirou e balançou a cabeça pegando a linha e a agulha - Tudo bem, ela pode ficar, mas sem falar - ele olhou para Dinah que assentiu e chegou mais perto

- Vou ficar aqui Chancho - ela falou suave e senti meus olhos marejados, ela me chamou pelo meu apelido, ela tinha acreditado em mim, abri um sorriso e deixei uma lagrima cair em meio ao sorriso

- Pronto - ele terminou de fazer o curativo junto com a enfermeira - Daqui a duas horas eu volto para verificar como anda o pós operatório, a senhorita vai ficar com ela durante a noite? - Perguntou a Dinah que assentiu e ele deu um sorriso charmoso - ótimo - depois que ele saiu, eu arqueei a sobrancelha para ela que estava vermelha, eu dei uma breve risada

Ficamos ali sentadas conversando, Dinah mais falava do que eu respondia, ela havia me emprestado o seu celular para digitar as respostas, Ally ligou para Dinah querendo saber do meu estado de saúde e se ofereceu para passar a próxima noite comigo, Tom havia voltado sempre ficava me oferecendo algo, perguntando se sentia dor ou algo do gênero, o que fez Dinah soltar algumas piadinhas, mas eu sempre mostrava minha aliança para ela, podia ver seus olhos brilhando quando eu mostrei a aliança depois da primeira indireta para mim e Tom, sobre ele ser tão cuidadoso que não queria quebrar sua bonequinha de porcelana, resumindo eu. Eu realmente estava cansada, o horário de visitas estava acabando então Tom se despediu de mim beijando minha testa dizendo que voltaria no dia seguinte, Dinah ficou por lá mesmo, tinha um sofá, Lucy veio ficar comigo também, ela disse que faria plantão então iria sempre passar por ali para me vê, ela era um amorzinho. Peguei no sono bem rápido o dia foi desgastante pra mim, emocionalmente principalmente, não pude deixar de sentir falta da Lauren ali, da ultima vez que fiquei doente ela não saiu do meu lado um minuto, seu tratamento era muito parecido com o do Tom, sempre perguntando se eu queria algo, até chegou a cozinhar pra mim, sentia falta dela, mesmo estando com ela todos os dias não parecia ser a minha Lauren.

The Mission (camren)Onde histórias criam vida. Descubra agora