Capítulo 69

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Acordei no dia seguinte bem cedo, na verdade quase nem consegui dormir, fiquei pensando num jeito de resolver tudo, tirei Camila dos meus braços sem acordá-la precisava sair para pegar algumas coisas e também precisa vê o John, algo em mim dizia que precisava conversar com ele, mesmo sendo muito arriscado. Troquei de roupa e ia saindo de casa quando alguém fez um barulho de copo batendo no balcão

- Pensa que vai aonde? – Era Dinah

- Esclarecer as coisas – falei ajeitando minha jaqueta

- Otimo, porque eu estava pensando em fazer isso mesmo, espera só eu trocar de roupa – ela correu, eu em menos de cinco minutos voltou – Vamos

Entramos no carro e eu fui dirigindo para o centro da cidade, eu não tinha plano nenhum, eu nem tinha pensado nisso, só acordei com a idéia de ir conversar com ele, meu cérebro estava a mil por hora

- To quase pegando o extintor de incêndio – ela falou brincalhona

- Ham?

- Seu cérebro ta pegando fogo – ela riu, Dinah tinha esse dom, ela era parecia com Vero, transformava um clima pesado, em algo leve e suportável – Ele sabe que você vai atrás dele

- John me viu no predio do FBI – falei olhando pela lateral dos olhos

- Não ele, o El loco – ela revirou os olhos – Ele fez isso porque sabe que você vai querer se vingar, ele vai ficar esperando seu ataque surpresa – desviei o olhar rapidamente da estrada, ela tinha razão

- Eu ainda não pensei sobre isso – falei sincera – eu acho que não vou fazer nada. Ele parece esta sempre a dois passos na minha frente – bati no volante irritada

- Talvez seja a hora de se recolher – Dinah falou – temos muitos contatos, sair do país e se esconder em algum lugar não vai ser tão difícil

- Não vamos poder ficar todos juntos, no máximo três de nós no mesmo lugar – falei olhando pra pista, estava chegando no centro da cidade – Mas é uma boa idéia – estacionei o carro em frente a um Starbucks que ficava de frente ao FBI, sabia que ele tomava café ali algumas vezes

- Qual o plano? – Dinah perguntou

- Eu não tenho – falei sincera – eu só vou chegar lá e conversar com ele

- Toma – ela me deu um taser – Usa se precisar – olhei pra rua e vi um vendedor ambulante com um monte de treco

- Compra um laser – dei vinte dólares pra ela

- O que? – ela falou sem entender

- Compra um daqueles chaveiros laser, fica de dentro do carro mirando no peito dele, quando eu fizer o sinal com a mão – fiz o sinal – Você acende o laser, está distante ele não vai saber se é uma arma ou não, então ele vai ficar quietinho

- A bateria desses trecos devem durar uns quinze minutos – ela falou nervosa

- É só preciso de dez, ele ta saindo, qualquer coisa vai embora, tem dinheiro na escada da casa, só tirar os degraus, eu deixei lá caso precisasse – pisquei para ela

- Boa sorte – fui caminhando normalmente, entrei e ele estava lendo jornal, pedi um café e me sentei na mesa dele

- Eu sabia que viria – ele falou

- Eu sabia, que você sabia – soltei uma risada nasal

- Cadê ele? – perguntei olhando ao redor

- Ele vai chegar no momento cedo. Você sabia que aqui é uma cafeteria onde praticamente todos os agentes vem tomar café? – ele perguntou rinddo

- Sabia, por isso que se eu explodisse esse lugar, acho que abriria novas oportunidades de trabalho – ele ajeitou o terno – Mas não vim fazer tentados terroristas hoje

- E o que veio fazer aqui Lauren? – vi ele movimentar a mão por baixo do jornal, fiz o sinal pra Dinah e aquela luz vermelha surgiu

- Não se mexa, não quero sujar seu Armani de sangue – sorri e ele tirou a mão lentamente deixando a vista – Por que o FBI me queria nesse caso? – falei séria

- Pensei que você fosse inteligente – dei uma breve risada

- John Stuart ou se preferir Frances Rock, mora na rua Green village, número 42, pai de duas meninas lindas e marido dedicado, sua esposa acha que você trabalha na bolsa de valores – ele parecia assustado – Pensei que fosse inteligente o bastante para manter sua identidade, agora você está exposto, você vai a) tentar me eliminar com a arma que você colocou dentro do jornal para disfarçar ou b) tentaria alertar aos outros agentes, nas duas alternativas você morre e sua família também

- Nunca te ensinaram a não ameaçar a família de um homem? – ele perguntou nervoso

- Vocês mexeram com a minha antes – falei me ajeitando na cadeira – vamos começar novamente, porque me queriam nesse caso? – o café estava chamuscando, não conseguia nem segurar o copo

- Eles iriam eliminar os dois, essa vingança entre famílias está matando muitas pessoas inocentes e rendendo bilhões para o governo, depois que você decidiu invadir nossa central de informações, o governo precisou reverter completamente nosso sistema de segurança, depois El loco explodiu uma lanchonete no meio de Maimi, uma lanchonete recheada se você me entende – era uma lanchonete onde se guardava armas, eles faziam isso guardavam armas em locais que ninguém desconfiava – As informações estavam caindo nas mãos erradas, estavam sendo repassadas, nosso país ficou em risco, você foi a causadora dele

- Plausivel – falei tranqüila me encostando na cadeira – porque não nos mataram na prisão?

- Vocês se matariam, mas as coisas saíram do controle do FBI e o chefe decretou queima de arquivos

- Foram vocês quem entraram na minha casa?

- Não, chegaram antes de nós – ele falou calmo

- Quando descobriu que era só mais um peão nesse xadrez? – ele parecia surpreso

- Como? – ajeitou a gravata

- Eles te escolheram pelo seu passado, você conhecia os Morgados, era bem próximo deles, você fechava o contrato com eles, por isso te colocaram no caso, acharam que você saberia lidar comigo, mas eu sou diferente não sou? – ele se ajeitou na cadeira – Eu sou tudo aquilo que meu pai não era, eu sou baderneira, não tenho medo de sujar as mãos e de cair de cabeça num tiroteio, quando a bomba estourou e eles viram que você tinha perdido o controle, você foi tirado do caso e eles queriam acabar com qualquer arquivo sobre isso, FBI pedindo ajuda a mercenários para conseguir o que queria

- Nós dois fomos peças nesse jogo. – ele respirou fundo – Eu dei a informação para Austin e Tom que o FBI tinha deixado o caso e iria para sua casa, eu sabia que eles iriam fazer. Eu mudei seus nomes da ficha do hospital, Lucia me ajudou com isso, eu pedi pra ela não falar, porque eu tinha coisas para resolver com você. Eu, seu pai e Alejandro estudamos juntos e viramos melhores amigos, eu segui um caminho diferente, mas amizade era a mesma, todos esses anos eu tentei te proteger de alguma forma, mesmo você não me vendo ou sabendo, a irmã que cuidava de você, era uma agente, ela não morreu de câncer, ela foi assassinada, quando ele descobriu que ainda havia um Morgado vivo, ele tentou te matar, mandou o irmão dele e ele fez aquela barbaridade com você, Lauren seu pai...

- Ainda está vivo – a voz masculina num tom normal me chamou atenção, meu coração disparou e eu não tive coragem de olhar para cima, ele estava ali parado... meu pai estava vivo... meu pai ... Michael Jauregui estava vivo.... 

The Mission (camren)Onde histórias criam vida. Descubra agora