it's okay? it's okay.

1.6K 195 33
                                    


ENTÃO, ERA PRA POSTAR SO NO FINAL DE SEMANA, MAS EU NAO ME AGUENTEI!

  TA AQUI MEUS AMIGOS, O ÚLTIMO CAPÍTULO DE MISS CHENG.

Oto chorando...

Boa leitura, amo vocês.

❁❁❁❁❁❁❁❁❁❁❁❁❁❁❁❁❁❁❁❁❁❁❁❁❁❁❁


— ADRIEN NÃO VEM hoje, mãe?

   A pergunta de Hugo fez Marinette engolir um soluço.

— Não, meu anjo, ele não vem.

   Em pouco tempo, Adrien já tinha se tornado uma parte importante na vida de Hugo. E da sua. Como viver sem ele?
   Passara o dia aflita, questionando-se se não havia feito a escolha errada, se não tinha sido dura demais. Por que não tentara compreender melhor o lado de Adrien? Por que não praticara o que pregava e não lhe demostrava mais compaixão? Agiu com amargura, apesar de afirmar ter optado pelo perdão. Dera-lhe as costas quando mais foi preciso, apesar dele ter agido como se não fosse preciso.

   Tinha recusado a reconsiderar sua decisão sobre a Papillon. Quanto extinguir a marca...

   Chloé Agreste conseguiu o número de Marinette e ligou aos prantos, implorando para que ela conversasse com Adrien e o fizesse mudar de ideia.

— Por que ele tem que agir assim?— indagou, mais triste do que zangada.— Eu não consigo entender.

   Marinette entendia, mas não podia explicar. A decisão era perrogativa de Adrien.

— Mamãe, 'tá triste?— Perguntou Hugo.

— Não, meu amor— respondeu, com a voz embargada. Abraçou o filho. Era realmente sorte sua sempre ter colocado o garoto como prioridade. Um diminuto consolo, quando o coração estava estraçalhado.

   Algum tempo depois, pôs Hugo na cama e desceu as escadas, ainda chorosa. Após uma hora encarando o vazio, decidiu que era melhor ligar para Adrien. Mas o faria apenas porquê Chloé pediu. Também pediria desculpas pela rispidez, embora reconhecesse que Adrien não era o tipo de homem que recuava ou se dobrava. Mas ele mudara... Ela o mudara.

   Mas teria mesmo mudado? Nesse caso, não continuaria com sua decisão.

   A ligação caiu na caixa postal. A azulada não deixou um recado, sentindo-se ainda mais sozinha e desolada.
  Pouco minutos depois, tocaram a campainha. Não podia ser Adrien, pensou.

   Se fosse, estaria quase certa de ele tinha recebido um sinal telepático. Ridículo.

  Devia ser a vizinha idosa, pedindo ajuda para alcançar alguma quinquilharia velha sobre o armário. Suspirando, levantando do sofá e, ao abrir a porta, deparou-se com a concretização de seus devaneios: Adrien.

   Levou alguns segundos até recobrar o raciocínio. Boquiaberta, tentava buscar as palavras. Adrien se antecipou.

— Posso... Entrar?

— Eu... Claro...— Afastou-se, embora o desejo fosse de se atirar em seus braços. Não, nada disso. Precisava primeiro saber o que ele fazia ali.

   Adrien entrou na sala de estar onde passaram noites agradáveis juntos. Séculos pareciam ter se passado desde a última vez que entrara ali e pedia para que ela fosse sua amante.
   Adrien se virou de vagar e o coração da mestiça abrandou, pois ele não parecia um home que tomara a decisão certa, impregnado de esperança. Parecia cansado e vencido.

— Gabriel Agreste foi ao escritório.

   Marinette colocou a mão no peito, como se pudesse controlar o coração acelerado.

— E?

— E me pediu perdão.— Deu uma gargalhada e Marinette recuou. Talvez ele não tivesse mudado.

— E?— Repetiu delicadamente.

— E eu não sei como me sentir nem o que fazer.— Respondeu com a voz entrecortada, confuso e machucado.— Se eu abandonar a raiva, quem serei? Se eu parar de buscar a justiça, o que farei?

— Ah, Adrien.— Nesse momento, deu-se conta de que essa era a segunda chance para os dois. Poderia oferecer-lhe consolo. Encorajá-lo a tomar as decisões corretas, ao invés de julgá-lo por fazer uma errada.— Sinto tanto.

— Por quê?— O rosto confuso do loiro a divertiu durante alguns segundos.— Sente muito por quê? Por eu não ter conseguido o que queria? Mas você não queria que eu conseguisse.

— Sinto muito porque você está sofrendo. E, como eu te amo, não quero que você sofra.

   O rosto de Adrien se iluminou.

— Você ainda me amam?

— Claro que sim.

— Me ama mesmo assim?

— Sim.

   A afirmação fez ele dar um passo a frente, as mãos estendidas.

— Não brinque comigo. Mesmo depois de eu destruir a vida de alguém? Mesmo depois de deixar centenas de pessoas desempregadas?

— Mesmo assim. Eu deveria ter sido um pouco mais compreensiva, mas não me arrependo do que disse. A vingança e um caminho para a autodestruição...

— Eu sei. Foi assim que eu me senti quando escutei Gabriel admitir tudo... Ele sabia que eu era filho dele e pediu desculpas. Disse que eu tinha motivos para acabar com a Papillon.— Deu um sorriso amargurado.— Por falar em deixar a raiva...

— O que restou sem a raiva?

— Arrependimento, tristeza, amargura.— Ele a fitou com os olhos ardendo.— E amor. O Arrependimento e a tristeza vão sumir com o tempo, mas o amor fica. Se ainda for capaz de me amar...

   Marinette se aproximou com a voz embargada, os braços estendidos.

— Sabe que sim.

   Ele a abraçou.

— Eu te amo muito. Muito. Você me deu um belo motivo para viver. Um motivo bom.

— Você também.— As lágrimas se misturaram aos risos.— Por Deus, as últimas doze horas foram as mais longas da minha vida!— Adrien nada disse, apenas abraçou mais forte. E Marinette alegrou-se em viver aquele momento. Não pressionaria em busca de promessas. Não pediria...

— Chloé me ligou... Ligou muitas vezes na verdade.

   Marinette o fitou.

— Ela pediu para reconsiderar a decisão...

— E você?

— Eu disse que falaria com você. Se você quiser... É sua. A marca, as lojas. Ainda vou implementar os planos, mas eu queria que depois disso você assumisse a frente.

— Tem certeza disso? Isso não é um vestido...

— Tenho. O que você disser, estará resolvido... O modo como Gabriel se comportou... Você tem razão, eu só acabaria destruindo a mim mesmo. A nós dois... Três.  E essa é a última coisa que eu quero para o nosso futuro. Eu amo você.

— Eu também amo você.

   Adrien a beijou.

— E eu não preciso de mais nada.

Miss ChengOnde histórias criam vida. Descubra agora