𝘪'𝘮 𝘪𝘯 𝘭𝘰𝘷𝘦 𝘸𝘪𝘵𝘩 𝘢 𝘤𝘳𝘪𝘮𝘪𝘯𝘢𝘭 - 𝘯𝘪𝘳𝘢𝘨𝘪 + 𝘺𝘰𝘶.

twenty

S/N POV

Após cada um dizer algumas palavras chegou a minha vez.

Dou dois passos a frente, minha expressão é inabalável e creio que tenho algumas poucas lágrimas nos olhos.

Coloco a rosa branca entre minhas duas mãos e olho para a flor.

— A Kuina era... Radiante. – Rio fraco. — Uma mulher iluminada, divertida, e muito feliz, mesmo com todo o caos que vivemos. Entre eu e a Usagi ela era a mais vivida, ela nos animava quando estávamos sem esperanças. Nos aconselhava quando estávamos numa situação embaraçosa, eu... Lembro de quase toda manhã ela pular em cima de mim com um sorriso enorme me puxando pro café da manhã. As festas não eram as mesmas sem ela, e agora que... Ela não está aqui, é difícil seguir adiante, sair desse país e ter que deixar minha amiga pra trás. Mas eu sou imensamente grata e estou feliz por ter conhecido alguém como Kuina, eu sinto como se ela ainda estivesse entre nós e por algum motivo eu sinto que ela está aqui com um sorriso no rosto enquanto me abraça. – Rio anasalado e meus olhos inundam de água.

Niragi caminha até mim e segura meu rosto, beijando minha testa de forma demorada.

— Adeus Kuina. – Jogo a rosa branca no caixão da minha amiga e saio dali sem olhar para trás.

Faz mais ou menos uma semana e meia desde a guerra. Ganhamos dos eua, Yuri e o governo já estão fazendo esforços pra recuperar a nação e aos poucos estamos nos recuperando das mortes em massa.

Os jogos acabaram, a guerra, as mortes... Finalmente sinto que posso respirar em paz sem me preocupar tanto com o dia de amanhã.

A morte da Kuina ainda é algo que me machuca, mas cada dia fica menos pior e tô tentando não ficar mal assim como o resto de meus amigos. Kuina definitivamente não iria querer nos ver tristes, minha avó costumava dizer que a morte nunca é o fim, mas sim o começo de tudo. Onde o corpo dessa pessoa passa para um plano espiritual melhor que o nosso, não importa onde minha amiga esteja, eu sei que ela está num lugar bom pois era uma pessoa incrível e pensar assim me conforta muito.

**

— Oi... – Niragi diz se sentando ao meu lado.

Eu ainda estou na praia, nesse momento estou empacotando algumas roupas.

Eu decidi que depois disso tudo eu preciso sair do país, vou voltar para o Brasil e tentar recomeçar minha vida lá.

Sim eu irei sentir falta do Japão, das comidas, dos cheiros, das pessoas... Mas depois de tudo esse lugar não me remete coisas boas, e olhar pra cá é como reviver o que passei.

No Brasil tem as praias, as comidas... E minha família principalmente, que eu nem tenho tanta certeza se ainda tá viva.

— Oi. – Respondo suguru.

— Quer ajuda com as coisas? – Ele pergunta com as mãos no bolso.

— Não precisa, já tá quase tudo pronto. – Digo numa voz baixa.

— Quando você vai?

— Amanhã.

— AMANHÃ?