Você não está só

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Luiza levou Emma até a parte do hospital destinada ao tratamento de pacientes com algum tipo de câncer. A jovem moça olhou para uma pequena placa escrita Oncologia, acima das portas de vidro pelas quais ambas passaram. Havia vários quartos, mesmo sem querer, era quase impossível não notar alguns pacientes deitados, outros sentados em seus leitos assistindo TV com suas mães e pais. Emma reparou a ausência de cabelo em algumas das crianças pelas quais ela passou no corredor.

- Ana Clara, olha a tia Luiza!

Uma mulher baixinha de cabelos curtos, que usava a mesmo uniforme hospitalar de Luiza, falou enquanto vinha empurrando uma cadeira de rodas. Emma desviou o olhar e viu uma pequena menina com um lenço verde em sua cabeça, aparentava ter seus 12 anos.

- Oi Clarinha! Como a princesa da tia está hoje?

Luiza agachou para ficar mas próxima da menina, a mesma deu um sorriso frágil enquanto apertava de leve um ursinho marrom em seus braços.

- Vejo que a princesa hoje está muito calada!
A enfermeira que empurrava a cadeira de rodas falou enquanto sorria para Luiza.

- Acho que sei o porquê...

Luiza notou que a menina olhava para Emma.

- Deixa eu apresentar uma amiga minha, o nome dela é Emma!

Emma se aproximou da menina e estendeu a mão, Clarinha aparentava estar tímida, mas mesmo assim, apertou a mão da jovem.

- É ótimo conhecê-la, Clarinha!

- Você é bonita, seu cabelo é muito longo!

Emma tocou o seu cabelo e conferiu, ele realmente chegava perto da cintura, e era com muito zelo que ela o mantinha daquele tamanho. Ao notar o quanto a menina gostou dos seus fios, seu coração doeu, ela realmente se sentiu triste por Clarinha, provavelmente um dia ela tinha tido ou desejado um cabelo igual ao de Emma, mas por conta de quimioterapia, isso não foi possível.

- O seu também crescerá, vai ser longo ou até mais que o meu!

- Verdade?

Emma olhou para a menina e sorriu.

- Verdade! Em breve seu cabelo voltará a crescer, vai dar tudo certo!

A menina deu um grande sorriso para a jovem escritora. Sim, Emma queria do fundo de seu coração que Clara tivesse um cabelo longo, mas não por uma questão de estética, e sim por uma questão de saúde. Para aquela garotinha, o fato de ter longos fios significava o fim de uma luta cuja a qual ela seria vencedora.

Emma e Luiza se despediram de Clarinha e seguirão pelo corredor. Ao chegar na porta do quarto de sua filha, a enfermeira entrou primeiro para preparar a garota, enquanto a jovem ficou esperando na porta muito ansiosa para ser chamada.

- É a Val?

- Não, filha

Emma sorriu ao ver a sua fã tentar descobrir quem era a pessoa que veio visitá-la.

- É a Lívia?

- Filha, você está bem longe de acertar

- Ok, tudo bem, desisto.

- Está pronta?

- Sempre estive, mãe!

- Já pode entrar!

Emma entrou assim que Luiza falou. A garota de cabelo curtinho na cor castanho, levou uma das mãos a boca, tentando diminuir a sua surpresa.

- Olá.

Emma deu um sorriso pra garota que permanecia incrédula.

- Mãe, isso é um sonho, vou acordar rapidamente depois de me beliscar.

O Amor Que Nos UniuOnde histórias criam vida. Descubra agora