O Amor Que Nos Uniu

Confiança?

Em alguns dias Emma já não necessitava do auxílio de muletas para andar. Visitou vários lugares da sua cidade natal, inclusive as pequenas livrarias que despertaram a sua paixão pela leitura. Podia sentir o cheiro do café que vinha seguido pelo pão de queijo recém saído do forno na cafeteria ao cruzar a rua, esse cheiro, era cheiro de infância, pequenas coisas que tocavam sua alma de forma sublime.

- Emma?

Ela ouviu uma voz familiar chamar depois de provar o seu capuccino de chocolate e menta. Ao levantar os olhos, pode ver a garota magra de cabelos ruivos, e sorriso singelo vindo em sua direção.

- Rute?

Em poucos minutos as duas jovens já estavam abraçadas.

- Tinha ouvido falar que você voltou, pensei até em fazer uma visita mas...

A jovem ruiva pareceu procurar as palavras certas para continuar.

- Não tinha o seu número, perdemos o contato, fiquei pensando que chegar assim do nada, não seria legal...

- Aaaa Rute, você pode me visitar quando quiser!

Emma entregou para a amiga um papel com o seu número.

- Pronto, é só me mandar mensagem e eu salvo o seu número. Aaa e Estefânia, como ela está?

- A Fani tá bem, cantando pra glória e honra de Deus! Ela está morando em uma rua não tão distante daqui, mas está em viagem com o marido e as filhas. Foi convidada para uma congresso em Campos do Jordão!

- Nossa, então ela realizou um sonho! Como se chamam as meninas?

Emma perguntou empolgada por saber mais sobre a vida de uma amiga tão querida como Estefânia, elas duas viveram tantas histórias juntas.

- A mais velha de 5 anos se chama Antonella, e a mais nova de 4 anos se chama Maria Eduarda. São crianças encantadoras!
Emma tentou visualizar um futuro daquela maneira, casada, com filhos, era todo o oposto do que ela sonhava.

- E você, também casou?

Ela perguntou tentando mudar o assunto

- No final do próximo mês

Rute deu um largo sorriso

- Rute, sério? Meu Deus, parabéns!! Eu conheço o sortudo?

- Não, ele é de outra cidade, nos conhecemos quando eu fui fazer um trabalho voluntário em um asilo, ele era o neto de um dos idosos a qual eu visitava nos fins de semana. Nos tornamos amigos, e com o tempo eu pude sentir os sinais de Deus para a confirmação que tanto pedi em oração. Ele também é cristão!

A jovem ruiva dava pequenos suspiros ao falar sobre o seu futuro marido. Emma sentiu um pouco de tristeza ao perceber que tinha perdido momentos tão importantes na vida das suas amigas. No fundo, algo dentro dela perguntava como teria sido se ela tivesse ficado na sua cidade natal, será que teria casado? Será que seria escritora? Não sabia ao certo como aquela avalanche de sentimentos veio sobre o seu coração, mas formar uma família tinha sido um sonho na infância, e por algum motivo esse sonho ainda estava escondido debaixo de seus desejos.