Um colar mágico, disfarces, um romance de vilões, inimigos em comum...
Eu tenho um plano para seguir, um legado para cumprir.
O colar perdido da família é o que preciso para ter o controle.
Se eu precisar usar disfarces e me forçar a ter paciência...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Eu não sabia dizer se foi o jeito casual e despreocupado de Kyros que me deixou com mais curiosidade, ou se foi o pingo de perplexidade que eu consegui distinguir em seus olhos.
Ele deveria estar me observando desde o momento em que entrei na sala, sendo assim, ele viu eu usando meus poderes. Mas mesmo assim ele não se encontrava com medo, eu sentia isso, mas sim com interesse. Ou talvez ele se sentisse assim apenas agora, que não fazia ideia sobre minha história, e como havia muito mais por trás dos simples poderes que eu havia usado.
Mais uma coisa que eu tinha percebido era que ele não olhou para o casal flutuando indefeso no canto da sala. Nós dois sabíamos da existência dos humanos ali, mas ele não pareceu se importar muito, ou pelo menos queria que eu acreditasse nisso.
— Está cheio de truques, não é mesmo? — Senti um sorriso divertido torcer o canto da minha boca. — Mas olha, eu não quero te machucar, realmente. Você tem um rosto bonito, seria uma pena estragar isso.
Desci as pequenas escadas do círculo que eu me encontrava. Kyros estava não muito longe, com apenas alguns metros nos separando. Agora, eu preferia manter uma distância entre eu e ele, preferindo caminhar por entre os artefatos em exposição.
Eu poderia ter o colar em minhas mãos no mesmo segundo, se quisesse isso. Mas Kyros não era um simples vampiro. Nunca antes eu presenciei alguém que conseguisse domar as sombras. Isso era interessante. Ou melhor dizendo, eu estava intrigada sobre a complexidade de seu poder, queria saber mais sobre isso. Ele não me assustava. Kyros poderia até controlar as sombras, mas nada disso se comparava a abundância do meu poder.
— Você é uma caixinha de surpresas, Aithne. — Falou por fim.
Sua cabeça estava levemente inclinada para o lado, e seus olhos passavam por meu corpo, me calculando e analisando. Eu quase podia ver as engrenagens se movendo em seu cérebro. Assim como eu me encontrava curiosa sobre seus poderes, ele estava tentando decifrar os meus.
Me virei de costas para ele, escondendo meu sorriso.
Eu não estava mentindo quando disse que não queria machucá-lo. Eu podia. Mas não queria... Balancei minha cabeça. Eu não estava sendo franca. Eu queria sim machucá-lo. Queria machucar Kyros, assim como queria ferir e matar qualquer outra pessoa que respirasse ao meu redor. Às vezes isso se tornava mais influente do que eu conseguia controlar. No entanto, com Kyros, tinha essa outra parte dentro de mim que estava se intensificando para controlar a parte que ansiava por sangue.
E a parte que ambicionava proteger Kyros estava ganhando. Por um motivo desconhecido ela estava ganhando poder, como nunca antes.
— Sabe, eu realmente pensei que você fosse a mocinha da história.
Seu tom orgulhoso não me passou despercebido. Minha mão, que estava tocando um vidro que protegia uma coroa com pedras valiosas, parou de repente. Quando virei minha cabeça de lado, vi seu sorriso ladino, que me fizeram estreitar os olhos na direção dele.
