vinte e quatro | aithne

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A I T H N E

A noite já havia caído sobre o céu.

E esse era o momento em que os demônios saiam das sombras e iam atrás de novas presas.

Hoje, eu não precisei arrastar Myra para um lugar. Com o destino que eu havia planejado para nós, ela concordou em me acompanhar de bom grado.

Desci meus olhos pelo corpo de Myra ao meu lado.

O vestido verde de cetim modelava suas curvas e destacavam sua pele escura. Seus cachos crescidos estavam abaixo dos ombros, caindo em belas ondas que se tornavam hipnotizantes quando ela andava.

Olhei para meu próprio corpo, agora coberto por um vestido longo e preto, com uma grande fenda na coxa que muitos considerariam imprópria.

O tecido apertava meu busto, deixando meus seios pressionados e mais cheios que o normal.

Talvez isso fosse causar uma comoção no clube.

Ainda mais se Kyros estivesse presente. O que, de acordo com Myra, era a realidade.

Na noite passada, Myra havia comentado sobre os diversos clubes que Kyros possuía. E eu, bem, fiquei interessada em visitar um dos lugares.

Principalmente quando ouvi sobre o lado secreto do clube...

Usei magia para nos teletransportar diretamente para a entrada do clube que se encontrava no centro da cidade.

A luz baixa vermelha deixava um ar de mistério para a sala.

Uma mulher se encontrava atrás da mesa. Os cabelos curtos e lisos dela raspavam em seus ombros conforme ela movia a cabeça. Sua postura ereta e refinada denunciava sua espécie. Seus olhos japoneses verdes que agora pareciam castanhos se viraram em minha direção.

As íris dela se tornaram vermelhas antes de voltarem ao normal.

— Devem estar brincando com a minha cara... — Ela se levantou da cadeira. Desfilando com os saltos finos, suas pernas se moviam com a habilidade de uma modelo. — Aithne Whitewood.

Os traços finos e afiados de seu rosto eram a arma perfeita para matar um homem, ou mulher.

Seus lábios se ergueram em um sorriso maldoso.

— Me dê um abraço logo, sua vadia perversa.

Meus braços se fecharam ao redor de seus ombros, apertando seu corpo contra o meu.

— Vocês duas já se conhecem? — Myra indaga quando nos afastamos.

Me virei para ela, abraçando o ombro de Naoki de lado.

— Bem, Myra, você está olhando para a primeira híbrida da minha linhagem. — Respondi com um sorriso.

Após me tornar uma vampira e ativar o lado lobisomem, eu fiz uma pequena experiência com Naoki. Naquela época ela era apenas uma lobisomem sem rumo e família que eu encontrei em um bar.

Enquanto eu estava sentada no bar, pronta para pedir uma segunda dose de whiskey, ouvi uma mulher jogando um homem pelo ar. Quando olhei na direção da bagunça, encontrei uma lobisomem em pé dando um soco em um humano.

Foi aí que arrastei ela até um beco, dei meu sangue a ela e quebrei seu pescoço.

Um pouco arriscado, eu sei.

Ela poderia não ter voltado a vida, ela poderia não gostar de ser vampira, poderia querer vingança pelo o que eu a fiz passar.

Se algo desse tipo tivesse acontecido, eu teria a matado bem ali.

StygianOnde histórias criam vida. Descubra agora