Feminino Demais | Drarry

2. Sun.

2. Sun.

— Eu estava errado. — Harry apertou as bochechas com as mãos, frustrado.

— Sobre? — Draco parecia estar se divertindo com a situação.

— Eu não deveria ter pedido a sua ajuda. Você está se divertindo às minhas custas. — Bufou.

— O que te faz pensar isso? — Draco abriu um sorriso cínico.

Harry apontou para si mesmo e apontou para o lugar onde Draco havia lhe levado. Draco falou que a primeira coisa que Harry deveria fazer era mudar de estilo. No começo, Harry realmente acreditou que o maior estava tetando ajudar, mas agora ele estava vestindo uma camisa e um calção de basquete do Draco, um sapato esportivo, uma corrente enorme com um pingente de cifrão e boné xadrez virado para trás. Aquilo era sinônimo de ridículo.

As pessoas não estavam olhando e apontando porque o achavam bonito. Harry tinha certeza disso. Como se não bastasse as roupas, Draco o arrastou para um estúdio de tatuagem.

— Como acha que te observar fazendo tatuagem vai me ajudar em algo? — Harry estava de braços cruzados, fazendo uma careta emburrada.

— Eu não vou me tatuar hoje, Harry.

— Não?

— Não, você que vai. — O seu sorriso aumentou de uma forma diabólica e Harry engoliu em seco.

— Como isso poderia me ajudar?! — Indagou desesperado.

— Simples. Garotas gostam de tatuagens. — Falou como se fosse óbvio.

— Eu não posso fazer isso. Eu tenho medo de agulhas. — Confessou se sentindo enjoado.

— Você quer que a Parvina...

— Parvati! — Corrigiu como se tivesse sido ofendido.

— Você quer que a Parvati te veja como um bebê chorão que tem medo de agulhas ou quer que ela te veja como um cara tatuado e completamente atraente? — Expôs o seu ponto.

— Eu... Eu... — Uma veia quase explodiu na sua testa.

— Olha, se você não quer minha ajuda, tudo bem, Harry. — Ergueu as mãos. — Mas eu sou sua melhor chance de sair com a Parvina. — Draco segurou os seus ombros e agora ele tinha essa expressão séria e cheia confiança que fazia Harry dar de ombros e ignorar o "Parvina".

— Ok, eu vou fazer a tatuagem. Uma só e nunca mais volto aqui. — Ele tentou ignorar a tontura que estava sentindo.

Ele estaria lutando contra sua fobia de agulhas por Parvati. Harry esperava que a vida o retribuísse por isso. Ele se sentou na cadeira onde seria tatuado e mostrou o desenho que queria para o tatuador.

— Draco? — Harry perguntou de olhos fechados. Ele não queria ver aquilo.

— O quê? — O mais velho não escondia a diversão na voz.

— Você pode segurar minha mão? — Sussurrou.

— O quê?

— Minha mãe sempre segura minha mão quando vou tomar vacina. — Confessou.

— Você só pode estar brincando. — Draco tentou segurar o riso.

— Por favor... — Choramingou.

Draco não respondeu, mas assim que Harry sentiu a agulha afundar em sua pele, ele também sentiu uma mão enorme se entrelaçar na sua. Harry abriu os olhos, surpreso. Draco abriu um sorriso torto e deu de ombros. As mãos não se soltaram até que tatuagem estivesse pronta.

[...]

— Oops? Porque você tatuou isso, cara? — Draco apontou para a tatuagem, incrédulo.

— É uma ironia. Eu não queria me tatuar, mas me tatuei então... Oops. — Ele balançou as mãos para cima e para baixo.

— Você acha que vai conquistar a Parvina com a porra de um oops?! — Draco fez uma careta.

— Você conquista as garotas com esse Hi aleatório. E o nome é Parvati! — Foi a vez de Harry apontar para a tatuagem no braço do mais velho enquanto o corrigia pela milésima vez.

— É diferente. É tipo um Hi músculos. — Ele mostrou os músculos do braço e bateu neles em sinal de orgulho.

— Deus, por que eu fui pedir a sua ajuda? Você nem está me ajudando. Você está rindo de mim. Olha só essas roupas ridículas! — Harry tirou o boné e a corrente.

— Qual o problema com elas? — Se fez de desentendido.

— Por favor, você sabe qual é o problema. — Harry voltou a fazer biquinho e em seguida bateu a porta do seu banheiro com força.

Ele se olhou no espelho e se sentiu estúpido. Harry havia acabado de fazer uma tatuagem. Havia se humilhado pedindo para segurar a mão do mais velho. Ele deveria desistir dessa ideia estúpida. Ninguém podia lhe ajudar. A maldita genética o havia feito assim. Harry pegou o moletom amarelo e calça skinny branca que estavam no cabide do banheiro e os vestiu.

[...]

Draco estava se sentindo culpado. Ele havia prometido ajudar, mas ele não entendia o porquê de uma pessoa querer mudar quem era para conquistar outra. Ele achava isso tão idiota. Draco achou que Harry desistiria assim que visse a cadeira do tatuador, mas o garoto parecia ainda mais determinado. Ele realmente gostava daquela garota.

— O que ainda está fazendo aqui? — Harry saiu do banheiro e viu que Draco ainda estava deitado na sua cama.

Draco iria voltar a lhe provocar, mas seus olhos caíram sobre o corpo do mais novo.

Draco nunca tinha parado para observar antes, mas as roupas do Harry lhe caíam bem. Não combinaria com outras pessoas. O suéter amarelo era tão grande que estava caindo de um lado deixando o seu ombro a amostra. Ele cobria as suas pequenas mãos e o amarelo o fazia parecer o próprio sol. A calça branca estava apertada e por mais que o moletom escondesse boa parte ainda dava para perceber as coxas grossas. Draco sempre desconfiou que o menor usava camisas maiores para disfarçar as curvas e a bunda.

— Está procurando inspiração para me zoar mais? — Harry indagou quando percebeu que o mais velho não parava de encará-lo.

— Essas roupas ficam bem em você. Não acho que deveria mudar de estilo. — Draco falou com sua habitual sinceridade. Ele estava surpreso com as novas observações.

— Elas me deixam ainda mais feminino. Você mesmo que disse. — Apontou.

— Você realmente gosta dessa garota a ponto de deixar de vestir o que gosta só para agradá-la? — Draco fez uma careta.

— Acho que sim. — Harry respondeu inseguro.

— Ok, eu não vou mais te zoar. Se quer parecer mais masculino, então compra a nova coleção da adidas ou algo do tipo. — Deu de ombros. — Não acho que deveria mudar. Você ficou bonito dentro desse suéter.

Draco se levantou e saiu do quarto do mais novo. Ele não havia se dado conta do que havia acabado de falar.