Capítulo 8

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BROOKE FINLEY


Durante o resto da noite inteira Drake ficou ao meu lado.

Dançando, bebendo, conversando e até mesmo dando uns amassos quando o desejo falava mais alto.

Eu nunca fiz isso antes. Com ninguém. Ficar uma noite inteira com uma única pessoa e trazer ela para meu círculo de amigos mais próximos é uma forma de mostrar aos outros que aquilo é mais que uma simples pegação de uma noite.

E mesmo que realmente seja algo totalmente carnal, e que Drake já conheça os meu melhores amigos, não posso deixar de pensar em toda a falação e dor de cabeça que isso vai dar para mim assim que a semana começar novamente.

— Você poderia parar de pensar e aproveitar. — A voz de Drake interrompe o silêncio perfeito em que eu me encontrava, sentada no píer há alguns metros da casa e de todo o barulho.

— Acredite, eu estou aproveitando muito. — dou um sorriso nada inocente e levanto a pequena garrafa de gin, já pela metade, no meio de nós dois.

Drake disfarça um sorriso e se senta ao meu lado, cruzando as pernas para não molhar os sapatos e a calça no lago. Eu já tirei as botas faz um tempo e estou me refrescando um pouco com a sensação da água gelada em meus pés.

— Eu te dou um beijo por seus pensamentos. — ele sugere, encostando seu ombro no meu.

Eu o olho pelo canto de olho, de baixo a cima, enquanto faço um biquinho nos lábios, pensando.

— Só um?

Agora ele abre um sorriso maior.

— Quantos você quiser. — Drake responde, a voz rouca.

Eu mordo o meu lábio inferior disfarçadamente, fingindo que aquelas simples palavras não me afetaram tanto.

Meu corpo simplesmente não aguenta ficar perto dele sem ter algum tipo de reação. Quando ele faz essa voz rouca e junta com o seu olhar penetrante tudo aqui em baixo parece piorar ainda mais.

— Eu estava pensando que depois de segunda-feira as coisas vão ser um inferno pra mim. — eu finalmente lhe respondo, desviando o olhar para o reflexo brilhante da lua cheia no meio do lago.

— Por causa de mim?

Eu não respondo. Drake entende. Eu não preciso responder para ele entender.

Minha mãe simplesmente odeia a ideia desse garoto ser de uma família tão influente que é a dele e não fazer jus a esse "título" — palavras totalmente dela.

Sem nunca ter trocado mais que cumprimentos educados em jantares formais, Dakota criou toda uma personalidade para Drake com base no que ouve dentro de seu círculo tóxico de serpentes.

Ela enoja rebeldia, desobediência e qualquer coisa que um adolescente faz que pode prejudicar a reputação dos pais. Mas ao contrário do que ela acredita, Drake somente vive como um adolescente normal que não tem os pais o privando de viver, e não como uma Rapunzel enclausurada na torre que tem que seguir cada palavra que sua mãe dita.

Isso também faz ela não gostar muito dos Campbell, mas sabe disfarçar perfeitamente quando está perto deles como a covarde que é.

— É difícil conviver com ela. — eu finalmente falo, depois de quase um minuto somente ouvindo o som da natureza e a música quase inaudível da festa.

— Mas você faz isso bem. — Drake comenta, tombando a cabeça para o lado e procurando meu olhar. Franzo as sobrancelhas, o fitando. — Você tá aqui e sempre mostrando o quão poderosa e inalcançável você é.

Ambitious Game (Reescrita)Onde histórias criam vida. Descubra agora