01. Srta. Sana

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[...]

─ Aqui está, Sr. Kentaro. ─ A Kim serviu uma xícara de chá, sobre uma bandeja de prata, ao patrão.

O homem jazia sentado na poltrona, de pernas traçadas em cruz, fitando a vista do segundo andar naquele enorme salão.
O cômodo, bem iluminado, tinha por si um chão nada mais que bem polido. A madeira se exaltava a cada passo, emitindo sons satisfatórios ao toque.
Grandes pilares nas paredes, uma mesa para jogos em um canto, outra de sinuca mais à esquerda. O espaço era usado para visitas, os amigos de Kentaro, quando resolviam aparecer. Lá eles bebiam, jogavam e ousavam fazer apostas nas quais grandes quantias de dinheiro entravam em questão.
Seul naquela noite, sob uma lua preguiçosa que se aconchegava nas nuvens, brilhava chamativa.
As estrelas poliam o céu com sua luz débil. Mais ao longe, os prédios, com diferentes cores luzentes, rebrilhavam na escuridão das altitudes distantes dos postes luminosos de rua.
Kentaro tomou a xícara com a ponta dos dedos sem tirar os olhos do horizonte, a grande janela do chão ao teto lhe presenteava com a vista perfeita.

─ Obrigado, Dahyun. ─ Agradeceu ele para a coreana pálida que sorriu.

─ Por nada, Senhor. Como vão os negócios? ─ Indagou a Kim por educação.

─ Bem. Estão decolando na verdade. ─ Disse ele, sorrindo orgulhoso de si mesmo. ─ Por falar nisso, minha filha finalmente terminou os estudos nos Estados Unidos. Ah, finalmente! Minha Sana voltará em breve.

─ Isso é ótimo, Senhor. Se me der licença, irei pôr o jantar agora.

A coreana sempre soube que o casal tinha uma filha. No entanto, desde que começou a servir-los, nunca tivera a oportunidade de conhece-la pessoalmente. Só ouvia as pessoas ao seu redor bem dizendo-a, de como era bonita e inteligente, de como dava orgulho aos pais.
Dahyun sempre possuira uma certa curiosidade em conhece-la, o que fora natural perante tanto almejo.

─ Claro, vá. Diga à Sakura para não se apressar, ela teve um dia cheio hoje.

Dahyun assentiu fazendo uma profunda reverência ao Minatozaki antes de sair do vasto cômodo.
A coreana desceu as escadas brancas com a bandeja debaixo do braço e se dirigiu até a cozinha. Esta era demasiada grande e provida do necessário, no entanto, para eles, ainda era minúscula para o que seria comum e não era capaz de portar tudo que desejavam, embora coubesse um supermercado inteiro ali.
A cozinheira, uma anciã de setenta e poucos anos, já havia preparado a refeição.

─ Sra. Park, deixe-me ajudá-la. ─ Dahyun tomou a pequena pilha de pratos para si enquanto a mulher agradecia com um sorriso dócil nos lábios.

A coreana deixou os pratos postados em seus devidos lugares com os garfos, facas e colheres posicionadas corretamente também. Faltava somentes as taças para o fenecimento daquele tarefa enjoativa.
Dahyun se apressou em busca-las o quanto antes, além disso, faltava dar o recado de Sra. Sakura também.
Se esticando mais, ela abriu o armário, pegando finalmente o que precisava.
Postando as taças refinadas um pouco mais a frente dos pratos, ela subiu as longas escadas partidas em duas outra vez.
Virando a direita, ela bateu na porta do primeiro quarto daquele longo corredor.

─ Entre. ─ A voz da mulher ecoou de dentro do quarto através da madeira de carvalho escuro com a qual era feita a porta.

Dahyun abriu a porta e, se esgueirando entre ela e a parede, a Kim colocou apenas metade de seu corpo para dentro do cômodo privado.

─ Senhora, Sr. Kentaro pediu para que não se apressasse para o jantar. ─ Disse Dahyun, fitando a mulher sentada, se arrumando em frente ao espelho da cômoda. Colocando seus brincos caros, um semblante neutro.

A EmpregadaOnde histórias criam vida. Descubra agora