06. Corrida de Táxi

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[...]

Chegando em casa, a tempestade maior estava por vir. Sana conseguia escutar o arroubo dos trovões e o clarão dos relâmpagos. Seu estômago retroceu.
A chuva não diminuiu muito mais como a japonesa desejou, mas ela era um zero a esquerda. Kentaro estava em casa também? Sakura acabaria com sua noite.
Abrindo as portas sutilmente, ela fechou o guarda-chuva que Juyeon havia lhe entregado antes que este molhasse o chão.
Ela encontrou Sakura sentada no sofá da sala

─ Mamãe.

─ Mina não pôde mandar um motorista para você? Você esteve o tempo todo lá, não? ─ Perguntou ela, ríspida.

Sana suspirou, largando o guarda chuva em qualquer cabide ao lado da porta para se justificar depois.

─ Sim, mas eu não quis incomodar. ─ Respondeu a Minatozaki mais nova, caminhando até o jogo de sofás da sala.

─ Não seria um incômodo. ─ Sakura olhou-a irritada.

─ Vou prestar mais atenção no tempo. Me poupe de mais reclamações, eu preciso acordar cedo amanhã. ─ Disse Sana, jogando seu casaco sobre um dos sofás.

─ Vá se deitar. ─ Ordenou.

Sana estava se segurando para não revirar os olhos. Ela apenas cedeu e subiu as escadas, torcendo para não encontrar seu pai no meio do caminho. Afinal, o mau humor de sua mãe era contagiante e ela odiava se desentender com a mais velha.
Sakura se levantou quando perdeu a filha de vista. Ela pegou o casaco da mais nova e o sacudiu, eliminando um pouco da umidade presente ali. Ela mesma teria de pendura-lo já que Dahyun não estava.
Ao fazê-lo, um pequeno papel saltou do bolso dele, pousando diretamente no chão. A atenção da japonesa fora atraída.
Ela, com sua sobrancelha arqueada, o tomou em mãos e o fitou, surpresa e mais irada ficou quando se deu conta do que se tratava.
Sakura odiava mentiras.

[...]

Sábado pela manhã. Passaram-se algumas horas, mas elas não foram capazes de tirar-lhe da mente o pensamento hipnotizante de Dahyun na noite anterior. Na despedida, quando seus rostos estavam tão próximos, Sana dormiu se recordando disto. No entanto, a proximidade da ocasião não fora a única a perturbar a japonesa. Todas as virtudes da Kim lhe deixavam inquieta. Seu coração se sentia atraído por cada detalhe da coreana e, a cada dia que se passava, seu desejo por sentir e ter o que não devia aumentava.
Dahyun era uma empregada. Sana era uma Minatozaki.
Todavia, algo que ela pôde chamar de salvação momentânea lhe veio, pois seus pensamentos, que eram voltados unicamente à coreana, foram interrompidos de modo eficiente.
Sana fugiu deles quando os braços finos de Tzuyu foram envoltos em sua cintura. Vindos por trás, trouxeram a sensação calorosa que necessitava.
A taiwanesa pincelou seu nariz no pescoço da Minatozaki, inalando seu perfume ao fazê-lo. Seus lábios quentes beijaram a pele de Sana enquanto a Chou bem media suas palavras para proferi-las.

─ Está tão aérea hoje. No que pensa? ─ A mais alta pousou seu queixo no ombro da japonesa.

─ Nada em especial. ─ Respondeu Sana enquanto estava de pé, fitando a vista que Seul poderia lhe dar através daquelas imensas janelas.

A partir do dia anterior, Sana começou a frequentar a empresa do pai, para se adaptar àquela vida, aprender e pôr o que sabia em prática.
A sala que fora lhe dada era enorme e similar ao espaço no qual Kentaro trabalhava.

─ Nada? Eu diria que está pensando na empregada.

O corpo de Sana se exaltou contra o de Tzuyu após o dito, principalmente pelo termo utilizado para se referir à Dahyun. A reação confirmou as suspeitas da taiwanesa.
Para a japonesa, fora como se alguém trouxesse à tona sua negação particular.

A EmpregadaOnde histórias criam vida. Descubra agora