Capítulo 3

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Nota: Finalmente arrumei a capa (ebaa) e vou aproveitar para avisar que a tag da fic é #weipaulinha no Twitter ;)

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Wei Ying desceu do avião meio abobalhado, ainda soando frio graças a aterrissagem. Nunca havia andado de avião antes, principalmente porque, mesmo que seu gêmeo fosse até famosos, Wei Ying ainda era procurado pela polícia, o que significava que todas as vezes que teve que mudar de cidade usou ônibus ou carona, não que essa fosse a principal razão, num geral, Wei Ying apenas não tinha dinheiro para comprar uma passagem de avião.

Era até estranho de se pensar, lembrava-se com clareza das vezes em que se arriscou pegando carona com um desconhecido, antes disso tendo que andar quilômetros e mais quilômetros a pé pelo acostamento de rodovias. Um mal necessário, na época.

Independentemente de qualquer coisa, havia descoberto no momento da decolagem que tinha pavor de avião. A aterrissagem, de alguma forma, foi pior.

Lambendo os lábios nervosamente, começou a seguir o fluxo de pessoas até a área onde supostamente teria alguém lhe esperando, ao mesmo tempo em que andava retirou o celular do bolso—não o novo, dado por seu sósia para comunicação, o outro que havia comprado com medo de que o que o Wuxian do mal lhe deu estivesse grampeado ou algo parecido— e desativou o modo avião, observando as mensagens de Xue Yang começarem a aparecer na tela, uma atrás da outra.

Wei Ying franziu o cenho, preocupado.

Xue Yang era uma criatura fácil de entender, alguns o chamariam de incompreendido, mas na verdade ele era apenas doente, literalmente. Wei Ying era provavelmente a única pessoa no mundo que o compreendia, se é que podia dizer dessa forma. Então, a preocupação extensa tinha certo fundamento, mas ainda era preocupante.

Xuue Yang precisava manter-se em terapia e nos remédios, sem Wei Ying por perto a tornozeleira na perna não ia ser mensagem o suficiente para que ele se lembrasse que ele não podia, jamais, chegar perto do ex-namorado.

No saguão, começou a discar o número do amigo ao mesmo tempo em que procurava com os olhos por algum rosto familiar, mas nenhum dos Lans ou dos Jiang podia ser visto. Franzindo o cenho, continuou a andar pelo saguão, olhando em volta enquanto esperava o amigo atender.

—Finalmente, achei que seu avião tinha explodido— atendeu Xue Yang.

—Deu me livre, nem brinca com isso— rebateu, meio desesperado, parando no meio do saguão e olhando para os lados, a mala apoiada na mala de rodinhas— de qualquer forma, como tá aí?

—Então, é tipo...Muito dinheiro, Marie tá suspeitando que é dinheiro de drogas e tá meio relutante com algumas coisas, mas aceitou uma parte, já eu consegui uma passagem para daqui a duas semanas, só preciso começar a procurar algum lugar barato para alugar e depois é correr para achar um emprego, mas você sabe que não é fácil.

—Nunca é—respondeu, sincero, demorou meses para conseguir o trabalho e durou nele apenas dois meses antes de seu irmão aparecer — independentemente, aparentemente nenhum sinal da minha família, o que é no mínimo estranho, mas tudo bem. Acho que vou pedir um Uber e verificar o celular que ele me deu. Mas... É, até o momento eu estou bem, não precisa se preocupar, de noite eu mando mais informações, e por favor, Xue Yang, pelo amor, do senhor, Jesus cristinho, não esquece a porcaria do remédio.

Ele suspirou do outro lado da linha antes de responder:

—Eu sei, não sou burro, tá, e não se preocupa, logo logo eu tô aí e você vai poder manter o olho em mim.

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