✍︎𝒅𝒐𝒄𝒆

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𝚢𝚘𝚞

Sim, nós chegamos em casa. E minha mae agiu como se fôssemos duas crianças que saíram escondidas de casa e brincaram na lama.

Ofereceu toalhas a Boris, e também um pedaço da maldita torta.

Ela havia feito macarronada para o jantar, e insistiu que Boris ficasse e esperasse a tempestade baixar para poder voltar para casa.

Então, aquela cena de mais cedo se repetiu de novo; Nós, a "família perfeita" sentados à mesa, em silêncio.

Ninguém nem tocava na macarronada, diferente de Boris que já estava no seu 3 prato e não dava sinais de que iria parar de comer.

Eu apenas observava Dave. E então, a pergunta de Boris surgiu em minha mente; "Pôr que tem raiva de seu irmão?" E comecei a me perguntar a mesma coisa.

Qual, de fato, era o motivo para eu ter tanto ódio dele?

Talvez fosse o jeito que ele relaxa seus músculos do rosto depois de dar um sorriso claramente forçado, fazendo uma feição nada agradável.

Ou as palavras que ele usa para se referir à suas ex-namoradas, como se tais fossem insignificantes e não prestassem.

Também por mamãe não me deixar usar pijamas ou camisolas de alça por dizer que aquilo provocava os homens. Ela dizia "Ele esta em uma fase nova, querida" Oque eu acho um tremendo absurdo. Ele é meu irmão, não acho que faria algo comigo.

E se fizesse, não seria ele o certo, não é?

Mamãe sempre pegou leve com ele, com papai não era diferente. Sempre diziam "Ele é o homem da família, precisa de liberdade" E eu sempre ria da cara que Jacob fazia ao ouvir aquilo.

Isso me dava ânsia.

Saber que ele era tratado como tal, mesmo sendo um merda.

Então, acho que achei meu motivo. Achei, achei sim. E vou falar para Boris na minha próxima sessão de terapia com ele.

        — ....Estava uma maravilha, Sr.Barber. Perfeito como sempre!  — boris exclamou para minha mãe, que sorriu.

Eu sinceramente não entendia como minha mãe gosta de Boris. Ele era drogado, e isso era notório para todos. Suas pupilas dilatadas entregam ele.

Mas era um bom garoto e nunca decepcionou Jacob.

Diferente de minha mãe, meu pai não suportava ele. Para ter uma noção, Boris só começou a frequentar minha casa depois do divórcio de meus pais! Ele insistia que Boris seria uma má influência e levaria Jacob para o mundo das drogas, mas acho que ele nunca se olhou no espelho e percebeu que ele era a má influência.

        — Agora, experimenta a torta. — Minha mãe empurrou o prato para ele.

        — Me desculpe mas acho que vou ter que recusar. — Ele falou.

        — Ora, vamos. Quero saber oque acha!

        — ah, se a senhora insiste tanto, não vou fazer desfeita! — Ele aproximou o prato e começou a dar garfadas na torta.

Minha mãe soltou uma risada.

        — Está perfeito Sr.Barber. A senhora acertou a mão desta vez!

        — ah, não fui eu quem fiz. Foram Ellie e Jacob. — Boris nos olhou, Minha mãe continuava a rir.

        — Sério? — Ele questionou com a boca cheia.

        — É. Inacreditável, não acha? — Eles riram.

Jacob fez uma careta, e eu também.

        — Então, você ja comeu, riu, fez de tudo aqui. Mas a chuva ja passou, Boris. Acho melhor ir pra casa e trocar de roupa. — Jacob se levantou e puxou o amigo da cadeira. — Pode pegar uma pneumonia, sabia?

        — Você acha? — Boris perguntou.

        — Claro! Essas coisas são um perigo! — Jacob continuo a empurrar ele.

        — Obrigado Sra.Barber, você é um anjo! — Ele gritou e minha mãe sorriu.

        — Ele não é uma graça? — Ela perguntou para eu e Dave, que concordamos com a cabeça.

Levantei da mesa em um ato um pouco brusco, ouvindo Dave sussurrar para minha mãe " Desde quando ela ficou tão temperamental?"

Adentrei no cômodo e fui em direção à cômoda, abrindo a penúltima gaveta. Observei o carrossel que havia guardado ali.

Apertei o pequeno botão, vendo os cavalos dançarem para cima e baixo no ritmo da canção calma.

Era mágico.

Eu parecia uma criança encantada com qualquer merda.

Isso me lembrava dos musicais que frequentava na Broadway. Antes de nos mudarmos para o Maine, morávamos em nova York, e não sei porque essa mudança repentina.

the book of mormon era bom, mas não se comparava à o fantasma da ópera. Um clássico que encantava minha mente infantil.

Eu tinha apenas 7 anos mas me lembro muito bem do que senti ao ver aquilo pela primeira vez. E quando ganhei o carrosel, meu cérebro conseguiu reproduzir essa sensação que me acompanhou por anos.

Por isso me encantava tanto.

E acho que é por isso que comecei a repensar sobre meus sentimentos por Boris.

Ele me fazia lembrar dos tempos em que eu era feliz. Eu conseguia sentir a doce nostalgia enfeitando minha mente toda vez que eu lia um de seus poemas prontos.

E era especial, um sentimento sem descrição alguma.... Droga! Me dei conta de que deixei Boris ir sem antes mostrar o carrossel musical. Meu plano foi um fracasso por causa daquela maltida torta.

Mas não é um grande problema. Posso afirmar que estamos mais "próximos", então, não vai ser difícil encontrar com ele novamente.

Ah, isso estava ficando cansativo.

23:50 ❥︎ 𝒃𝒐𝒓𝒊𝒔 𝒑𝒂𝒗𝒍𝒊𝒌𝒐𝒗𝒔𝒌𝒚.Onde histórias criam vida. Descubra agora