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Vitório foi para o chão pela terceira vez consecutiva naquela manhã ensolarada do quinto dia da semana

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Vitório foi para o chão pela terceira vez consecutiva naquela manhã ensolarada do quinto dia da semana.

O Sétimo Filho do Rei Rafaello estava com o rosto tão vermelho, que os guardas que assistiram o duelo não saberiam dizer se o jovem estaria corado de raiva ou de cansaço. De qualquer forma, ele se levantou, pegando a espada caída do chão e tentar a sorte mais uma vez.

— Deveria saber que existe hora para desistir, irmão — Verônica disse com um sorriso capcioso nos lábios.

— Não existe a palavra "desistência" no vocabulário de um príncipe Del Durcan — Vitório falou estufando o peito e limpando o nariz com as costas da mão. — É necessário o irmão mais velho ensinar a caçula da família quem está na sua frente na linha de sucessão.

Verônica arqueou a sobrancelha e chutou o chão terroso da arena cheia de frustrações, fazendo os grãos sujarem a bota lustrada do irmão. Ele pulou, mas evitou soltar um xingamento para a irmã.

— Temos três minutos de diferença, Vitório! — Verônica se posicionou, flexionando os joelhos delicadamente, enquanto erguia a espada para o alto e deixava a mão livre nas costas. — Três minutos!

— Continuo sendo mais velho! — Vitório protestou. – E o mais sábio!

Verônica pensou, por breves segundos, no tamanho absurdo dito pelo irmão gêmeo. Era claro para todos daquela família que em questão de maturidade, ele com certeza não teria argumentos contra ela.

— Vossas altezas! — o grito de uma das criadas escoou pelo pátio de treinamento até chegar nos gêmeos. — Está na hora de se arrumarem para a refeição com o rei!

E o seguimento daquele duelo fora interrompido. Vitório ficou ainda mais vermelho por ter que declarar derrota logo de manhã, enquanto Verônica esboçava um sorriso por ter ganho mais uma vez.

— Só está assim por causa de Patrício! — Vitório tentou, como hábito de irmão gêmeo perdedor de tentar procurar uma justificativa para a irmã três minutos mais nova ganhar durante o treinamento.

— Creio ter chamado meu nome, Vossa Alteza?

Patrício surgiu logo atrás de Vitório, fazendo-o espernear de susto. Verônica deu uma leve risada e entregou as duas espadas ao rapaz de um metro e oitenta com olhos de âmbar e cabelo escuro. Mais conhecido como o melhor guarda de seu pai, designado justamente para proteger a única filha do rei.

— Pelos Deuses, Patrício! — Vitório reclamou ainda avermelhado. — Anuncie sua chegada, sou o príncipe desse reino, não posso morrer antes de me casar!

— Não se preocupe com o mau-humor de Vitório, Patrício — Verônica alfinetou o próprio irmão enquanto limpava as mãos suadas na calça de linho marrom. — Ele sempre fica aborrecido assim quando perde contra mim.

Eleanora & VerônicaOnde histórias criam vida. Descubra agora