Eleanora acordou sentindo uma respiração quente e fraca em seu pescoço. Em um primeiro momento, ficou assustada, mas quando decidiu confrontar com a realidade, ficou impressionada em reconhecer as madeixas douradas que tinha capturado a sua atenção em sua festa de dezoito anos.
Verônica estava dormindo com metade do corpo em cima de Eleanora, um dos seus braços a segurando firme, como se estivesse protegendo-a de algo.
Eleanora voltou a dormir com um sorrisinho contagiante nos lábios.
Deveria estar sonhando, era melhor voltar ao sonho e fazê-lo durar mais.
Não era possível acontecer algo assim na vida real: a garota por quem esteve apaixonada, dormindo ao seu lado de uma forma tão intima e carinhosa quanto aquela e, coincidentemente, interessada em um príncipe.
Com certeza era um sonho.
Ela apertou os olhos. Estava sentindo cheiros, barulhos e até dores. Som de uma cachoeira. Cheiro de terra e perfume de lavanda. E dores, muitas dores por todo o seu corpo. Ela, de repente, recordou dos últimos acontecimentos.
Aquilo tudo era real?
Ela realmente estava dormindo ao lado de Verônica Del Durcan?
Eleanora despertou alarmada. Até tentou acordar e tentou mover a garota para o lado, mas sentiu a própria garota remexer por cima dela. Ela tratou em voltar a dormir, imediatamente. Não poderia ser a primeira acordar, principalmente numa posição daquelas.
Eleanora não podia ver, mas escutou os murmúrios da princesa de Salbrava em seu despertar. Ela parecia estar se movendo, as pedras e o gramado debaixo dela faziam barulho demais.
— Princesa?
Eleanora acidentalmente arregalou os olhos quando foi chamada. O rosto de Verônica estava perto demais, sua mão fria estava em seu rosto, como se estivesse a esperando-a acordar.
— Eu... Ah... — Eleanora se ergueu rapidamente, olhando para os lados como se fosse sua primeira preocupação estar em um lugar desconhecido. — O que está acontecendo?
Verônica se levantou, com os olhos rosas vasculhando por toda a área. Ela estava concentrada, nem se preocupou com Eleanora depois disso. A princesa de Galdorn teve que se levantar sozinha, sentindo uma intensa exaustão tomar conta dos seus músculos.
Não se lembrava de ficar tão cansada como estava.
Quando se recordou melhor dos últimos acontecimentos a única coisa que a deixou aflita foi: o colar que sua mãe tinha lhe dado.
Ela tateou o pescoço em puro desespero e sentiu um alívio escapar entre seus lábios quando tocou no pingente se escondendo dentro do corpete.
— Não estamos no território dos Cinco Reinos — Verônica disse de repente, ainda de costas.
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Eleanora & Verônica
RomanceOs Cinco Reinos iriam se reunir pela primeira vez após o falecimento da Rainha Alexandra de Galdorn para celebrar o aniversário de dezoito anos da princesa Eleonora Hortênsia Soledade, que em alguns dias, iria suceder a mãe e assumir o trono, mesmo...