IX

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O cavalo disparou para as profundezas da floresta

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O cavalo disparou para as profundezas da floresta. Os rosnados dos lobos se misturavam com os raios que cruzavam o céu e com a grossa chuva que começou a cair sobre a cabeça das duas princesas.

Se tivessem sorte, conseguiriam escapar no ritmo em que estavam.

Como não tinham, o pior aconteceu.

O cavalo tropeçou em uma poça de lama e caiu logo depois de manter uma longa distância dos lobos. Eleanora e Verônica foram direto para o chão, sentindo o cheiro de barro e de sangue pelos ferimentos que ganharam devido à queda.

O cavalo fugiu, tremendo de medo, tanto pela chuva, quanto pelos lobos.

Verônica institivamente segurou os ombros de Eleanora e a ajudou a se levantar. Assim que ela ficou de pé, seu segundo pensamento foi procurar pela espada, presa em sua cintura.

— Vá na frente! — gritou Verônica, empurrando Eleanora em direção as marcas de cascos feito pelo cavalo.

— Verônica, você...

— Vou ficar bem, logo alcanço você — prometeu para a princesa de intensos olhos azuis, que naquela escuridão, na chuva imperdoável, ficavam escuros e temerosos.

Eleanora concordou com a cabeça e saiu correndo, carregando a saia comprida em suas mãos rígidas e frias. Verônica retirou a espada da sua proteção, com a respiração pesada e a pele grudenta por causa do suor e a chuva.

Ao ver os lobos vindo em sua direção, ela colocou os dois dedos dentro da boca e soltou um assovio forte que iria atrair toda a matilha até ela. Assim que viu que todos estavam focados no alvo, Verônica saiu correndo.

Saltou um tronco de arvore caído e tomou cuidado para não ser barrada por algum galho no alto de alguma árvore durante a correria. Os lobos estavam chegando mais perto. A garota segurou com força a espada para não perder essa briga.

Um dos lobos surgiu na sua frente de forma repentina e a garota conseguiu desviar. Porém, ela não conseguiu escapar quando outro de pelos volumosos veio da direita. Sem saída ela usou a espada para rasgar o braço do animal, que se afastou aos choros.

A garota tentou voltar a corrida, mas um dos lobos foi mais rápido, abocanhando a barra da sua saia e a puxando até que caísse no chão.

Ela chutou o focinho, afastando-o. Outro pulou em cima da garota. Verônica conseguiu segurar o pescoço da criatura usando as duas mãos, tentando afastar os dentes afiados e da mordida mortal que a fera iria dar caso ela fraquejasse.

O lobo mexia a cabeça de todos os lados para tentar abocanhá-la, Verônica mordeu o lábio com força, forçando a criatura contra ela.

— Saia de cima dela!

O grito da voz familiar de Eleanora fez com que o lobo parasse de tentar mordê-la. O motivo foi simples: a garota tinha pegado um tronco de arvore e acertado a sua cabeça, forte o suficiente para fazê-lo cair de lado.

Eleanora & VerônicaOnde histórias criam vida. Descubra agora