Epílogo

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Eleanora nunca se sentiu tão ansiosa na sua vida como estava ao ver aquele grande momento acontecer.

As portas do templo estavam fechados, apenas esperando o momento certo para se abrirem. A rainha alisou o vestido branco, longo, com bordados dourados no corpete e mangas caídas e bufantes que desciam até o seu pulso.

Sorriu, se perguntando se Verônica iria gostar do vestido, queria captar de forma vivida a sua reação ao vê-la em um vestido de noiva.

— Como está se sentindo? — sua tia Carlota surge, finalmente, com o buque de lírios.

— Sentindo que irei chutar essa porta para ir direto para o altar — Eleanora reclamou, mas sorridente mesmo com o pé batendo forte no carpete vermelho. — Quem teve a ideia de fazer cerimonias de casamento tão angustiantes assim? Uma rainha bem que poderia mudar todo esse sistema.

Carlota riu da sua sobrinha. A mulher se aproximou e ajeitou os cachos ao redor do rosto da rainha Eleanora. Os longos cabelos negros cacheados foram presos no topo da cabeça, com a coroa reluzente de cristais que um dia pertenceu a sua irmã.

Alexandra sempre confiou no potencial de Eleanora e no fim, ela sempre esteve certa. Iria completar dois anos que Eleanora tinha assumido a coroa e trouxe resultados gratificantes para o reino de Galdorn. Ela tinha bons projetos, uma voz firme e uma bondade admirável, qualidades de uma boa rainha que Alexandra sempre conseguiu enxergar. No fim, sua irmã nunca esteve errada sobre sua decisão.

Carlota queria vê-la brilhar ainda mais, mas também sempre temia pela sua sobrinha, tentando ao máximo protegê-la, mesmo não tendo tantos poderes por não ser a rainha.

— Eleanora... — Carlota umedece os lábios. — Você sabe que é o primeiro casamento entre duas princesas para Salbrava, não sabe?

Eleanora ficou paralisada de repente.

— Sim — Eleanora tocou o cacho ao redor do rosto, com delicadeza e cautela. — É algo novo para o reino, apesar de terem vários casais como Verônica e eu entre o povo.

— Exato — Carlota concorda. — Talvez não seja um conto de fadas como deseja, talvez possa encontrar adversidades no meio do caminho.

Eleanora engoliu em seco.

— E por que está me dizendo isso agora? — Eleanora perguntou preocupada, queria tanto roer as unhas de nervosismo, mas tinham sido lixadas de forma quadricular durante tanto tempo que ela não queria gastar o tempo perdido da criada para deixá-la apresentada.

— Estou dizendo para ser forte, não será fácil e você e sua esposa deverão ser unidas, devem enfrentar de cabeça erguida e fazer o máximo para não se abalarem — Carlota segurou as mãos da sua sobrinha. — E nunca abram mão de quem amam pelo que dizem ou fazem.

Eleanora sorriu.

Os trompetes tocaram freneticamente, anunciando a entrada das noivas. As portas se abriram para Eleanora, que após receber um beijo na testa da sua tia, ajustou o buquê de lírios em suas mãos e andou pelo tapete branco cheio de flores.

Ela adentrou em um salão redondo e branco, com flores douradas nas colunas de mármore e no teto acoplado. Os convidados estavam sentados, vendo a rainha de Galdorn ir até o centro daquele salão, onde estava um altar e o sacerdote.

Do outro lado do salão, ao mesmo tempo de Eleanora, estava Verônica. Ela tinha entrado por uma porta oposta, rastejando a calda do vestido branco em direção a promessa que iriam fazer diante aos Deuses.

Ela estava de tirar o fôlego. O vestido branco era de seda e justo em seu corpo, com um buquê de rosas brancas na frente. A gola subia até metade do pescoço e as mangas soltas escondiam seus braços. O cabelo dourado estava cheio de adornos de ouro, com uma coroa de cristais no topo da cabeça.

Eleanora & VerônicaOnde histórias criam vida. Descubra agora