II

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­­O barulho do vestido se arrastando ia de um lado para o outro

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­­O barulho do vestido se arrastando ia de um lado para o outro. Os sapatos ansiosos não paravam de ressoar pelo corredor, mesmo que denunciasse a sua posição.

Eleanora continuava aflita. Odiava ter que esperar, por mais que tivesse milhares de professoras explicando sobre a dádiva da paciência, a princesa de Galdorn não tinha dominado essa importante virtude.

A porta se abriu, Natanael, seu irmão um ano mais novo, surgiu com uma cesta pequena e tostadas açucaradas. Os estranhos, antes de conhecer Natanael, sempre pensam que é irmão gêmeo ou até mais velho de Eleanora por causa da altura e por serem tão parecidos em todos os aspectos: a cor marrom escura da pele, o cabelo cacheado preto e os olhos claros imponentes.

— Demorou muito, Natanael! — Eleanora reclamou pegando uma das tostadas antes mesmo do irmão entregar a cesta. — Por demorou tanto?

Natanael ficou boquiaberto com a falta de cortesia da própria irmã depois de se arriscar na cozinha real, enfrentar as cozinheiras que não permitiam invasores e pegar as guloseimas que ela implorou de joelhos para ele.

— Eu roubei essas tostadas da cozinha para você, Eleanora! — Natanael se defendeu e teve que abaixar a cabeça para poder confrontar a irmã nos olhos, mesmo ela estando mais interessada em se deliciar com a guloseima do que ouvi-lo reclamar. — Por que você mesma não se aventurou na cozinha já que estava desejando tanto?

— Tia Carlota — Eleanora falou o nome em alto bom som e Natanael entendeu todo o desespero da irmã. — Ela me proibiu de entrar em contato com qualquer coisa que tenha açúcar na cozinha, durante as refeições e até mesmo em passeios!

— Por que tanta preocupação?

— Ela diz que açúcar faz mal para a pele e esquece que faz bem para os meus nervos — Eleanora fala de boca cheia e Natanael faz careta pela visão nada agradável. — Se pudesse, Tia Carlota me alimentaria apenas com água, quer que eu fique perfeita para o baile pra tentar arranjar alguns pretendentes.

— Isso é lamentável, vindo de você.

— Sei que é e... Obrigada pela ajuda, irmão.

— Você estará me devendo, não se esqueça. — ele a relembrou, sério demais para a sua idade.

— Pode deixar, quando eu me tornar rainha de Galdorn, darei o que você quiser.

— Poderia ser mais humilde, querida irmã, é uma das qualidades essenciais de uma rainha que irá governar um reino inteiro.

— Tem razão — a garota lambe os dedos sujos de açúcar. — Assim como ser honesta, sincera e determinada também são características essenciais para uma rainha.

Ela deu um sorriso para o irmão, mas não durou por muito tempo. As cozinheiras começaram a reclamar da falta da porção de tostadas que tinha acabado de sair. Os dois irmãos tentaram escapar, mas bateram de frente. Um empurrou o outro, até que escapassem daquele corredor, cada um indo por um caminho diferente para não levantar suspeitas sobre essa cumplicidade.

Eleanora & VerônicaOnde histórias criam vida. Descubra agora