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Dois dias depois

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Dois dias depois...

Bebi o resto do meu milkshake de morango e coloquei o copo na pia, saíndo da cozinha e esbarrando em Bucky, mas ele segurou meus braços, me impedindo de cair.
- Desculpa. - Falei.
- Onde é o fogo? - Perguntou, me largando.
Dei de ombros. - Vou comprar umas coisas para casa mas sabe como é? A essa hora, se você não quer esperar horas na fila, tem de ser rápido. - Passei por ele e peguei a chave. - E você, está bem?
Ele bufou. - Estou ótimo, pode parar de perguntar?
Arqueei as sobrancelhas e assenti. - Tudo bem. Parece que alguém acordou stressado hoje.
- Acordei merda nenhuma! - Falou Bucky, com mais violência do que a necessária. - Larga do meu pé!
Ele foi direto no quarto e bateu a porta, me deixando de pé, sem entender nada, segurando a chave em uma mão e com o moletom meio vestido.
Assenti, acabei de vestir e saí de casa. Bucky tinha seus demônios, da mesma maneira que eu tinha os meus, mas eu não o culpava disso, por isso não iria aceitar que ele jogasse os seus em mim.
Eu aceitara ajudar ele, e sabia que coisas dessas poderiam surgir, mas ele que não ficasse pensando que poderia falar assim comigo.

Eu aceitara ajudar ele, e sabia que coisas dessas poderiam surgir, mas ele que não ficasse pensando que poderia falar assim comigo

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Pensei no soldado assim que meus olhos tocaram no pequeno cupcake branco, com um urso perfeitamente construído por cima. O urso era enorme, assim como Bucky com sua estrutura forte e aquele cabelo comprido e marrom.
Pedi para colocarem em uma caixa e saí da loja, feliz com minha oferta de paz. Não que eu tivesse feito algo contra ele, e não que ele merecesse, mas ele havia passado por merda que eu nem poderia imaginar.
As compras estavam feitas e ainda sobrava bastante tempo da manhã. Ainda nem eram 10h. Sorri, dirigindo pela atarefada cidade, em direção ao apartamento. Estava orgulhosa da minha manhã produtiva.
Entrei no prédio e entrei no elevador, parando na porta de casa e segurando a chave do carro com os dentes, enquanto equilibrava uns sacos e a caixa na mão e com a outra colocava os restantes no chão e abria a porta. Empurrei a porta com o pé, arranquei a chave e joguei no sítio, bem como a do carro, e peguei os sacos, entrando e fechando a porta com um novo pontapé. Mas parei. Eu tinha entrado na casa certa?
Minha sala estava perfeitamente arrumada. As cortinas alinhadas milimetricamente, tudo brilhando de tão limpo, sem nem um pouco de pó para contar história. Meus livros estavam arrumados na estante por autores, e ordem alfabética. Meus discos de música todos alinhados na outra estante.
Escutei barulho na cozinha e peguei os sacos, indo nessa direção, ainda olhando a minha sala como se não a reconhecesse. Mas assim que cheguei na cozinha o choque foi igual.
Bucky estava arrumando tudo, cada coisa perfeitamente colocada no seu devido lugar. Nos armários, as coisas maiores ficavam atrás e as pequenas na frente, e por cores, o que dava a sensação que um arco-íris havia passado por ali.
Coloquei os sacos em cima da mesa, despindo o moletom, e ele me olhou.
- Uau. - Falei. - O que é isso tudo?
Ele deu de ombros. - Preciso manter a cabeça ocupada.
- Ah, tá. Você é meio obcecado, não é não? - A pergunta saiu da minha boca antes de eu poder evitar. Olhei ele. - Desculpa, foi mal.
- Tudo bem. Acho que acabei ficando meio paranóico depois da Hydra... - Ele olhou o chão e voltou á sua tarefa, de costas para mim. - Mas... posso parar se quiser.
- Não, se mantém você ocupado, tudo bem. - Falei enquanto pegava a caixa e me aproximava dele. - Bucky.
Ele se voltou para mim, franzindo o cenho quando eu entreguei a caixa a ele. Ficou olhando, desconfiado, e eu ri.
- Não é uma bomba nem nada disso. Abre. É para você ficar um pouco mais doce e parar de gritar comigo.
Ele me olhou e vi culpa no seu rosto.
- Desculpa, Kaylee, eu... Foi sem querer. Por vezes acordo meio idiota.
- Por vezes? - Murmurei. - Abre logo!
Ele abriu e ficou olhando aquela obra de arte e depois seus olhos azuis focaram em mim.
- Um bolo?
- Não, um cupcake, é diferente. E... tem um urso.
- É... - Ele parecia confuso.
- O urso é você! Aliás, é igual a você. Tive de trazer assim que vi.
- Igual a mim?
- Uhum, e depois do mau humor de hoje, você, definitivamente, é um urso.
Saí da sala, indo colocar o moletom no quarto e quando voltei, Bucky já tinha comido metade do bolo. Sorri, mas não disse nada, começando a arrumar as compras nos sítios certos e tentando manter a mesma perfeição de Bucky, mas ele era muito melhor do que eu.
- Desculpa. - Disse Bucky.
Olhei ele e sorri. - Tudo bem. Sério.
De repente, escutei um celular tocando em um dos quartos, mas não era o meu. Olhei Bucky, de costas para mim, mas ele parecia nem ligar. Suspirei.
- Bucky.
Ele me olhou.
- Celular. - Falei.
Ele franziu o cenho e foi no quarto, voltando poucos minutos depois e me entregando o aparelho.
- É o Sam. - Fez uma careta.
Franzi o cenho e peguei.
- Sam.
- Ei garota! E aí, tá por casa?
- Sim. - Estranho.
- Passo aí em dois minutos. Ordens do Tony, por causa do nosso amigão aí.
Revirei os olhos. - O que... Tá, tá bom. Até já. - Fiquei olhando o celular.
- Problemas? - Perguntou Bucky.
- Não. - Poisei o celular em cima da mesa. - Sam está chegando.
Bucky suspirou e jogou a cabeça para trás. - Deus do céu.

-Como estão, senhoras? - Perguntou Sam entrando no meu apartamento, todo sorridente, me abraçando e cumprimentando Bucky

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-Como estão, senhoras? - Perguntou Sam entrando no meu apartamento, todo sorridente, me abraçando e cumprimentando Bucky.
Fechei a porta, vendo Bucky sorrir, mas era um sorriso que não chegava nos seus olhos.
Sam esfregou as mãos e me olhou. - Como vão as coisas?
- Bem. - Respondi.
- Ele não te atacou?
Olhei Bucky e depois para Sam. - Não.
- E pensamentos destrutivos?
- Tratámos disso, está tudo bem.
- Tirando os pesadelos. - Murmurou Bucky.
Sam o olhou. - Ainda?
Bucky deu de ombros e sentou no sofá. - Duvido que desaparecam algum dia. - Me indicou com o dedo. - Kaylee não parou o pesadelo mais recente, mas ajuda bastante na fase do depois.
Sam sentou ao lado de Bucky e eu no outro sofá, em frente.
- É mesmo? - Ele falou.
A partir daí, Sam se lançou num sem fim de perguntas e frases, todas elas relacionadas com o passado e presente de Bucky. Estivemos ali uma hora, enquanto eu via Sam tagarelando e Bucky parecendo ficar mais esgotado a cada minuto que passava. Quando chegou no ponto de ele fechar os olhos, visivelmente desconfortável, eu decidi que tinha de fazer alguma coisa.
- Hum, Sam?
Ele me olhou.
- Dá para fazer uma pausa? - Perguntei.
Ele pareceu confuso, mas os olhos de Bucky abriram de imediato.
- Uma pausa? - Sam parecia confuso.
- É. Estamos aqui já faz uma hora e... Não acha que ele já sofreu o bastante, todo esse tempo? Eu entendo que queira ajudar mas vai com calma.
Sam olhou Bucky e depois de novo para mim.
- Você deve ter razão. - Sam falou. - E eu preciso mesmo de uma pausa. Posso usar seu banheiro?
Assenti, indicando e ele saiu, me deixando sozinha com Bucky.
Ele me olhou e falou "obrigado" bem baixinho e eu sorri. Bucky encostou a cabeça para trás e fechou os olhos novamente, visivelmente cansado de tudo aquilo.
- Tá tudo bem? - Perguntei.
Ele ergueu o polegar, permanecendo quieto e calado. Eu assenti, esperando.
- Kaylee, estive pensando. - O furacão Sam regressou á sala.
Nossa, mas ele nunca se calava?
Olhei ele. - Fala.
- Você tem um escudo, certo? Tony me falou que Bucky estava mais protegido do que o presidente, com você.
Pelo canto do olho vi Bucky levantar a cabeça, olhando Sam, duvidando, assim como eu, daquelas palavras.
- É... eu tenho sim. - Falei.
- Ele funciona, caso alguém entre aqui e tente atacar ele?
Olhei Bucky e depois de novo para Sam, de cenho franzido. - Sim.
- Posso testar?
Meus olhos se abriram mais. - Testar?
- É. - Ele levantou, agarrando Bucky pelo braço e puxando. Fez sinal para eu me levantar também e sorriu. - Imagina que eu sou um inimigo, entrei e vou tentar matar o Bucky. Preciso que você proteja ele.
- Mas... - Balancei a cabeça, nervosa. - Para quê?
- Ora, eu tenho de ter certeza de que ele está tão bem protegido como dizem. Sabe? Seu tio.
Revirei os olhos. - Minha nossa senhora.
- Vamos lá. - Ele estava animadíssimo. - Eu vou atacar ele e você só tem de usar seu escudo.
Bucky ergueu as mãos. - Espera aí! Atacar?
Sam sorriu. - Exatamente. Assim. - Do nada, ele socou o rosto de Bucky e me olhou. - Já perdeu um ponto.
- Eu... eu não estava preparada, você é doido?
- Tá maluco?! - Falou Bucky.
- Ah, deixem de ser meninas! Você Bucky já levou bem mais do que um soco, e você Kaylee, é a Vampira. Anda! Me mostra que é a pessoa certa para essa missão.
- Mas eu...
Sam retirou uma faca do bolso e agarrou Bucky pelo braço humano, encostando a lâmina na sua pele. Fiquei petrificada vendo aquilo.
Bucky tentou se soltar, mas Sam mandou ficar quieto e o soldado me olhou.
- Vou contar até três. - Falou Sam.
- Pára com isso! - Gritei. - Larga essa faca! Você vai mesmo cortar ele?
Sam sorriu. - Um.
Bucky me olhou. - Ele já me agrediu, não deve parar.
- Dois.
- Sam, para com isso!
Mas ele continuava sorrindo.
- Kaylee! - Bucky me olhava quase implorando, e eu sabia o que iria acontecer se Sam ferisse ele.
Poderia ser um gatilho para memórias ruins.
- Três.
Nos pegando de surpresa, Sam ergueu a faca e abaixou, pronto a espetar no braço de Bucky, mas a lâmina ficou a centimetros da sua pele, sem conseguir tocar.
Sam me olhou, assim como Bucky, e eu vi que eles tinham ficado de boca aberta. Mas eu me concentrava em Bucky e não podia desviar o olhar.
- O que foi? - Perguntei. - Queria um escudo? Aí tem.
Era como se uma parte de mim saísse do meu corpo, uma força que só eu via, e envolvesse Bucky no mesmo espaço que eu. Enquanto eu conseguisse suportar, nada atacaria ele. Isso era válido numa luta também, por exemplo, pois o escudo se movimentaria com ele para onde ele fosse.
- Kaylee, seus olhos mudam de cor quando usa o escudo? - Perguntou Sam.
- Sim. Ficam vermelhos.
Sam olhou Bucky e os dois me olharam de novo.
- Uau. É que... seus olhos estão azuis, um tipo de azul super brilhante.
- O quê?! - Perguntei, sentindo o escudo recuar de novo para mim e meus olhos voltando ao normal.

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