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Kaylee:

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Kaylee:

Abri os olhos, sentando na cama de repente e respirando de forma ofegante. Passei a mão pelos cabelos, quando percebi que estava no meu quarto e não num campo de batalha vendo todo mundo morrer na minha frente. Fora um pesadelo, um merda de um pesadelo.
Espera. Franzi o cenho. Como eu estava na minha cama se eu apagara durante o filme?
Levantei da cama, percebendo que ainda vestia as mesmas roupas e abri a porta. Percorri o corredor e entrei na sala, vendo Bucky fazendo exercício de novo. Ele mantinha aquele rosto sério que eu conhecera no primeiro dia, mas parecia... mais leve.
- Bom dia, estranho.
Ele me olhou, se colocando de pé. Fiquei olhando o lugar onde o braço de vibranium se unia com a sua pele, e onde uma cicatriz surgia, mas depois encarei seus olhos claros.
- Bom dia, Kaylee. - Ele sorriu.
- Como eu fui parar no meu quarto? - Perguntei. - Eu lembro de ter adormecido aqui.
Ele ficou um pouco sem jeito e depois deu de ombros. - Eu... hum... eu levei você.
Não sei explicar o que eu senti, mas era diferente, só de imaginar Bucky me pegando no colo e me colocando na cama. Pelo menos, com certeza, não existiriam, no momento, braços mais seguros.
- Você?
- Você estava dormindo, eu não ia acordar.
Sorri e depois assenti. - Obrigada, então.
Ele me sorriu novamente e eu indiquei a cozinha. - Vou...
- É.
Bucky atravessou a sala ao mesmo tempo que eu, mas ambos escolhemos o mesmo caminho e ele acabou ficando parado na minha frente.
Tentei ignorar o facto de ele estar sem camisa e foquei nos seus olhos, rezando para não esquecer de como se respirava.
Então meu celular começou a tocar e eu peguei ele, que estava em cima da pequena mesa. Mostrei o visor ao Bucky e ele revirou os olhos. Atendi sorrindo.
- Sam, tão cedo, hein?
- Podemos nos encontrar hoje? Passo no seu apartamento.

2 meses depois

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2 meses depois...

Meus dias com Bucky eram passados entre fazer coisas banais e ajudar a mente dele o mais possível.
Bucky, finalmente, concordara em sair de casa e tinhamos achado um lugar legal, sossegado, sem ninguém, onde podíamos treinar meu escudo nele, em movimento. Sam falara que poderia ser bastante útil.
Também estávamos treinando e melhorando na parte em que eu entrava mais vezes na sua mente, não para apagar ou mexer em nada, mas para aliviar e tornar tudo bem mais fácil de lidar para o antigo Soldado Invernal.
Além de tudo isso, Bucky parecia sentir uma necessidade enorme de se mexer, daí o exercício pela manhã, então também estávamos lutando um com o outro, amigavelmente, claro, mas devo dizer que ele era bem mais forte do que eu, deixando o combate fácil para ele e nada justo para mim.
Nesse dia estávamos em casa, sentados no sofá, e eu estava dentro da mente do Bucky. Fazia tempo que queriamos exterminar aquelas malditas palavras que atuavam como gatilho na sua mente, mas elas estavam tão enraizadas que parecia impossível.
Tirei as minhas mãos, protegidas com luvas, da sua cabeça e ele me olhou.
- Acho que nunca vão sair. - Falou.
- Um dia, talvez. Até lá, a gente tenta. - Levantei e fui na direção da cozinha. - Quer alguma coisa para comer, Sargento Barnes?
Escutei a sua voz e sorri. - Meu nome é Bucky!
Escutei a campainha da porta e Bucky andando até á porta.
- Eu abro. - Falou.
Peguei uns biscoitos e voltei na sala, vendo Tony parado, olhando e falando com Bucky. Sua expressão mudou assim que me viu e se aproximou.
- Kaylee.
Abracei ele. - Tio Tony! Que surpresa.
Ele olhou Bucky e de novo para mim. - Sam falou que estamos fazendo progressos incríveis. Aliás, vocês estão.
- Verdade! - Falei.
- Kaylee, eu preciso falar com você. É importante.
Franzi o cenho e percebi Bucky se mexendo e olhei ele.
- Vou no quarto. - Ele me sorriu e saiu da sala.
Fiz sinal ao Tony para sentar e ele assim fez, eu sentei no outro sofá, na sua frente.
- Problemas? - Perguntei.
- É... Lembra do Thanos?
Assenti. Eu não lutara contra ele, Tony me mantivera escondida, mas eu vi o estrago.
- Temos informações de que ele está procurando as pedras.
Suspirei. - Sempre as pedras.
- É, mas dessa vez... temos a informação de que, pelo menos duas estão aqui, na Terra.
Franzi o cenho. - O quê?
- O Visão tem uma, e Bruce achou um mago que tem outra. Thanos deve estar vindo para cá a qualquer momento.
Encostei para trás, olhando o nada e depois meus olhos focaram nele.
- Iremos para uma guerra? - Perguntei.
- Muito provavelmente. - Ele falou. - Bucky sabe a verdade sobre os seus poderes?
Fechei os olhos e depois abri de novo, já sentindo uma onda de problemas surgindo. Neguei com a cabeça.
- Não.
- Kaylee, vamos precisar de toda a ajuda possível. E você tem um poder inigualável e um antigo Soldado Invernal.
- Não! Espera! Eu não vou para a guerra com o Bucky! Não vou levar um cara que ainda não está totalmente recuperado para uma guerra!
- Kaylee...
- Ele é a minha missão, lembra? Ele ainda não está pronto!
- Ah qual é? Ele sempre foi um soldado, tá mais que habituado! - Falou Tony.
- É diferente.
- Não foi diferente quando ele matou nossos pais!
Fiquei parada, congelada, olhando meu tio e percebendo que ele preferia não ter dito aquilo.
- O quê? - Perguntei.
Stark suspirou e me olhou. - Bucky foi o assassino dos meus pais e dos seus.
Senti o ar me abandonar, como se tivesse levado um soco no estômago. Me sentia caindo num buraco negro.
- E tem mais. - Ele falou.
Olhei ele. - Mais?
- Você estava lá quando ele achou seus pais. - Tony me olhava. - Mas por alguma razão, Bucky pegou você e levou para um lugar seguro... depois de matar eles. - Ele me entregou uma pasta cheia de documentos. - Toma, é tudo o que temos sobre ele. Tudo o que a HYDRA tinha.
Peguei a pasta e joguei no sofá. - E só agora você me dá isso?! - Gritei. - Não achou que eu deveria saber desde o primeiro dia?!
- Kaylee, você teria matado ele. Steve conhece o Bucky, ele falou que você iria ajudar ele e então aí daríamos a pasta. Eu por mim tinha dado na hora, mas sabe como é o Rogers...
Passei a mão pelo cabelo, não sabendo o que pensar, não sabendo o que fazer.
- Kaylee...
- Não! - Neguei com a cabeça. - Não me faz pensar que a culpa é realmente dele.
Tony franziu o cenho. - Mas é.
- Não é! Ele estava controlado pela HYDRA, era uma ordem, lembra?
- Mas ele...
- Ele nada! Você viu o que aconteceu quando eu coloquei aquelas palavrasna mente dele! Eu mandei matar você e ele ia matar! Não podemos jogar a culpa nele e ir embora!
Tony se aproximou de mim. - Mas foi ele.
- Você o odeia por isso. - Rosnei.
Meu tio segurou meus braços, me olhando como se não fosse isso que ele queria dizer, e do nada, escutei uma voz atrás de mim.
- Larga ela.
Fiquei petrificada e vi Tony se afastar, olhando para trás de mim como se ele fosse um inseto.
- É minha sobrinha, lembra? Por isso cala a boca! - Falou. - Você quase matou ela também?
Bucky avançou sobre o meu tio e os dois começaram a lutar pela minha sala.
- Eu não matei ela! - Falou Bucky. - E não vou matar mais ninguém!
Tudo aconteceu muito rápido.
Vi Stark erguendo a mão, abrindo ela com aquela luz brilhando, pronto a atacar Bucky.
Lancei o escudo para fora de mim, protegendo Bucky, ao mesmo tempo que mantinha meu tio parado.
- Kaylee? - Ele falou.
- Não vai matar o Bucky. - Falei.
- Seus olhos... eles... - Tony suspirou. - Me deixa mexer de novo. Não faz isso.
Bucky, do meu lado, me olhou.
- Você está prendendo ele?
Suspirei e larguei Tony, ao mesmo tempo que recuava o escudo.
- Eu não vou acusar o Bucky, não depois de saber que HYDRA controlava a sua mente. - Falei, encarando Tony. - E espero que você faça o mesmo. Estou lutando que nem louca para não deixar ele se afogar na própria mente!
Tony assentiu, parecendo compreender. Sorriu. - Parece que você leu a mente do Steve. Em relação ao resto... pensa nisso e me fala depois.
Tony me abraçou e saiu do apartamento.
Nesse momento não aguentei mais e caí de joelhos no chão, sentindo as lágrimas caindo pelo meu rosto. Bucky ajoelhou junto de mim, chamando meu nome. Olhei ele.
- Você matou meus pais.
Ele ficou pálido e olhou o chão, antes de me encarar de novo. - Eu sabia que eles iam descobrir. Eu lembro deles, de todos eles, mas...
- E eu? Eu estava lá, você não me matou.
- A ordem eram seus pais, você nem deveria estar ali naquele momento. - Deu de ombros. - Não lembro de muita coisa mais, só da morte deles, de perceber você no banco de trás... - Ele sorriu. - Você fez aquele barulhinho de bebê e sorriu pra mim. Eu podia ter matado você, é verdade, mas tirei dali e... levei para um lugar seguro.
- Lembra onde me deixou? - Perguntei.
Ele negou com a cabeça. - Não.
- Na porta da S.H.I.E.L.D.
Bucky sorriu fraco, olhando para baixo. Segurei seu rosto e fiz ele me olhar.
- Eu não lembro deles. - Falei. - Sempre vivi com o Tony. Escondida. E... não posso culpar você, não quando...
- Mas eu matei.
Suspirei. - Eu também, Bucky.
Ele ficou me olhando durante muito tempo e depois assentiu.
- Não faz sentido. - Falou. - Você deveria me odiar.
Sorri. - Não. Já teve muita gente odiando você. Já chega.
Ele sorriu torto, fraquinho, e depois indicou a porta. - Ele veio aqui para isso?
Neguei com a cabeça, lembrando da guerra. Olhei nos olhos de Bucky.
- Veio pedir minha ajuda. Aliás, nossa. Tem um cara que pode invadir a Terra, de novo. Está em busca das Pedras do Infinito.
Bucky franziu o cenho. - Do quê?
Eu ri e depois suspirei. - Esquece, nós não vamos.
- Como não? Steve vai, certo? E seu tio.
Fiquei olhando ele, sem entender nada.
- Você...
- Kaylee, eles precisam de ajuda. E podemos trabalhar na minha cabeça pelo tempo que resta.
Abri muito os olhos. - Você quer ir para uma guerra?
Ele riu. - Que novidade seria?
Assenti, chocada, e de repente algo invadiu a minha mente. Steve, Natasha, Wanda, Visão... todos eles indo para Wakanda para proteger a pedra do Visão.
- Kaylee!
Voltei na realidade e vi Bucky a poucos centímetros de mim, segurando meus ombros.
- Eles... eles estão indo para... Wakanda.
Depois encarei os olhos impossivelmente azuis de Bucky, quase querendo que ele desistisse daquela ideia. - Antes de irmos então, tem uma coisa que eu preciso contar a você.
Ele assentiu, esperando.
- Eu menti. Bom, mais ou menos. - Falei.
- Como assim?
- Meu poder é muito maior do que sugar a vida das pessoas ou usar escudos. Eu não sou uma heroína, pois isso já nasceu comigo, por isso me chamam de Vampira. - Fechei os olhos e depois abri de novo. - Eu consigo destruir tudo á minha volta. Eu consigo... fazer tantos estragos quanto o Thanos.
Bucky franziu o cenho e ficou me olhando por um tempo, mas depois assentiu.
- Tudo... bem. Ok. - Ele levantou e esticou a mão para mim. - Eu não tenho medo de você, se os outros tiverem, melhor. Vamos, acho que seu tio não pediria ajuda se não fosse mesmo necessário. - Ele me sorriu. - E você me explica isso melhor a caminho de Wakanda, certo?

Counting On MeOnde histórias criam vida. Descubra agora