15. Estudo

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"Ter você em meus braços, apertando meu corpo junto ao seu, me faz sentir acolhido.

Se eu tivesse um desejo a ser concedido, eu pediria algo igual ao seu, se você se esforça tanto para dobrar centenas de papeizinhos, deve ser uma coisa bem importante, não é?

Mas eu não tenho nenhum, então, apenas fique ao meu lado e, por favor, não me deixe sozinho."


Estavam a caminho da casa do ruivo, esse que saltitava alegremente um pouco a frente do loiro. A área onde o ruivo morava, mostrava-se bem cuidada e, arriscava dizer, um pouco burguesa. Era um bairro um pouco afastado dos demais e relativamente longe da escola.

— Caralho, você mora bem longe. Por que não vem de carro? Pensei que não pudesse fazer esforço

Eijiro o dirigiu um sorriso gentil antes de responder: — Caminhar faz bem. Aqui tem bastante árvores e eu gosto do ar puro. — Diminuiu os passos até ficar ao lado do loiro. Entrelaçou suas mãos e com o rosto corado, aproximou seus lábios da bochecha alheia. O rosto do Bakugou adquiriu uma vermelhidão intensa no mesmo instante. Se recompôs e disse:

— Tipo assim... Do nada?

— É. Por quê? Não posso?

— N-Não! Claro que pode, só... Me pegou de surpresa. — Disse coçando a nuca com a mão livre.

Kirishima sorriu e continuou andando rápido, falando alegremente sobre assuntos aleatórios. A atenção dos dois foi tomada quando ouviram uma senhora os chamar do outro lado da rua.

— Ei-Chan! Quem é esse rapaz? — Perguntou a mulher observando os dois de mãos dadas.

Eijiro sorriu largamente antes de responder: — É o meu namorado! — Basicamente gritou erguendo as mãos entrelaçadas.

A senhora sorriu antes de dizer: — Ele é bonito. Espero que cuide bem de você.

Kirishima sorriu e acenou, Bakugou não sabia o que fazer então apenas cumprimentou com a cabeça.

— Estamos namorando? — Perguntou o loiro brincando.

— Você nega?

— Claro que não!

— Então pronto. Ah! Chegamos. — Disse ao estarem de frente a um grande portão. — Bem vindo à minha não tão humilde residência.

Após o portão ser aberto com um controle, Bakugou deslumbrou dos grandes jardins que enfeitavam a entrada tradicional. A casa tinha uma fachada grande e, apesar do jardim ser tipicamente japonês, a construção era moderna.

Havia várias moitas coloridas enfeitando o caminho até a casa e árvores grandes nos cantos. O que mais o chamou atenção, no entanto, foi uma grande cortina de origamis coloridos, pendurados em fios estendidos pela varanda comprida.

— Uou. — Disse de boca aberta.

— Bem legal, né? Exatos 636.

— Não eram setecentos?

— Os cem primeiros estão no meu quarto. — Respondeu sorrindo.

Bakugou soltou um murmúrio de compreensão. — Bem, vamos entrar? Temos muito trabalho pra fazer, sabe?

— Claro! Pode entrar. Meu pai não está em casa hoje. — Sorriu e abriu a porta para o mesmo. O interior da casa era uma mistura de rústico com moderno, bem bonito. Andaram por um corredor extenso e entraram em uma porta branca.

O quarto era relativamente normal, estantes de livros e mangás, uma escrivaninha, computador, um closet e um banheiro. Seu diferencial era... Vermelho. Basicamente isso. Com certeza era muito diferente do restante da casa. Havia um Bonsai em tamanho médio no canto do quarto, onde pendurado nele estavam os 100 Tsurus de que ele tinha falado anteriormente, aquela árvore parecia deslocada em relação à decoração.

Começaram a estudar no chão, como os deveres eram muitos, não daria tempo de fazer tudo em um dia, então, Bakugou apenas iria ajudar nos mais difíceis.

— Hey, Bakugou, se você pudesse ir para qualquer lugar no mundo, para onde iria? — Perguntou Kirishima curioso, ao ver o mapa múndi.

— Eu... Nunca pensei muito nisso, na verdade. Eu sempre cresci com a ideia de ficar pra sempre nessa cidade, trabalhando no escritório de Advocacia do meu pai... Mas, eu sempre quis viajar o mundo todo... Sabe, com um banda e tals... Mas não acho qu-

— INCRÍVEL! Você realmente quer montar uma banda! Você sem dúvidas faria muito sucesso. — Disse alegre, aproximando seu rosto do outro. — A Jiro também me disse que adoraria montar uma banda oficial e sair viajando o mundo. — Voltou ao seu lugar ainda com um sorriso.

— Ah, eu não lembro se já te falei antes mas nós vamos fazer mais um show, dessa vez é oficial e em um palco muito renomado. E-Eu... Queria que você fosse.

— Isso é maravilhoso!! Sem dúvidas é a porta de entrada para seu sonho! Eu vou amar ver você tocar de novo.

Bakugou sorriu pela alegria do menor. — Mas eu acho que um lugar que eu sempre quis ir é... A Holanda.

— Uou, acho que eu nunca imaginaria.... — Eijiro estava sorrindo alegre, mas desviou seu olhar para o chão e sorriu de uma maneira mais... triste? — Eu... Tenho um Diário de locais onde eu gostaria de ir antes de morrer. Já fui em alguns, junto com meu pai mas... Eu fico doente em todas as férias então não vou conseguir ir em todos tão cedo. — Ergueu o olhar ainda melancólico e olhou no fundo dos olhos de Bakugou. — Você quer viajar o mundo comigo, Katsuki?

Bakugou o emcarou surpreso. — Como assim?

— Você quer completar meu Diário comigo?

Bakugou não sabia o que dizer ao certo, então apertou as mãos e se aproximou até seus lábios se tocarem. — Eu vou até o fim do mundo com você.

Kirishima sorriu mais alegre. — Isso é bom.... — Se aproximou mais até seu corpo se encostar ao de Bakugou e seus lábios se juntarem mais profundamente, o abraçando pelo pescoço enquanto subia em seu colo e as mãos dele o apertava na cintura.

— Ainda tenho que estudar.... — Disse Kirishima ofegante assim que separaram o beijo.

— Precisa, mesmo? — Perguntou sugestivo.

— Sim, preciso mesmo. — Kirishima deu mais um selinho rápido em Bakugou e se afastou novamente.

Ao terminarem de estudar, Bakugou ia sair para ir pra casa quando foi abordado pela proposta de "assistir um filme" com Kirishima.

No fim eles realmente foram assistir o filme, apenas aos abraços e beijos, mas acabaram dormindo na metade dele.

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Inspiração: Kokoronashi 🎶

O Menino do TelhadoOnde histórias criam vida. Descubra agora