vermelho azul, Amarelo sangue

capítulo cinco

Forks, quarta 01:46 a.m.

Violet virava e revirava na cama, dessa vez não era como sempre em que a garota não dormia por estar energética de mais, agora ela não dorme porque se sente inquieta, como se estivesse faltando algo.

E bem, ela sabia o que estava faltando, ou melhor, quem estava faltando. Já se passou um mês, mas Violet ainda não havia se acostumado a ficar sem a presença de Nicholas, seu coração e mente estavam agitados que só, e a garota praticamente implorava pra dormir mas o sono não vinha de maneira alguma.

Algumas lágrimas teimosas caíram, manchando a camiseta preta de alguma banda aleatória, uma camiseta de Nick entre diversas outras que Violet recusou que deixassem levar e dar um fim nelas.

E em meio de inúmeras coisas que se passavam em sua cabeça, e com uma certa urgência em se concentrar em outra coisa, ela acabou se perdendo em uma específica, a mesa dos Cullen no dia anterior. E de repente sua mente estava tentando entender tudo, por que se sentiu tão conectada com pessoas quem nem conhecia? Porque queria conhecer? Porque se sentia como se pudessem ver até sua alma, e ainda esperava que a aceitassem e gostassem de si?

Todos tinham olhos praticamente iguais, mas Violet sabia exatamente de quem era os olhos de seu sonho, aqueles que em uma rápida troca de olhares lhe fez perder o chão ou qualquer noção de espaço, era ele, ela sabia, mas era ele o que?

Cansada de ficar pensando nas pessoas, principalmente uma delas sendo alguém que Violet ainda não conseguiu lidar com a partida, decidiu levantar para chegar seu filhotes, não tão filhotes.

Apolo apenas a olhava ainda deitado no meio das cobertas, totalmente esticado na cama e com a cabeça em cima das patinhas, Violet deu uma pequena risada, secando as lágrimas com a cena, ele não tinha noção do tamanho dele, então normalmente ocupava a cama inteira. Apolo é um Golden retriever, já no auge de seus quatro aninhos, sempre acompanhando Violet. A garota olhou para o pote de água do cachorro que tinha em seu quarto - assim como em todos os cômodos - e viu que estava quase vazio, então rapidamente o encheu novamente junto com a água dos furões que estavam em sua nona hora de sono.

Depois de uma hora andando por seu quarto, arrumando ou lendo alguma coisa, Violet finalmente caiu no sono, mas não sem ante colocar o celular pra despertar três horas depois.

E assim que o primeiro toque soou no ambiente a garota já estava de olhos bem abertos, sem um pingo de sono em seu organismo, com Apolo se remexendo e resmungando e dois furões agitados brincando em cima de si. Violet apenas ria dos dois atrapalhados.

Poucos minutos depois a garota já estava enrolada em seu roupão de pelinhos pretos e macios, juntamente com sua pantufa de gatinho também preta, como acordara cedo e ainda tinha tempo para se arrumar, desceu para preparar o café da manhã de seus país.

Começou aquecendo a água para o café, em seguida ligando a torradeira para colocar os pães, descascou algumas frutas, e fez a massa de waffles. Terminou o café forte de seu pai, o chá de sua mãe e seu chocolate quente, colocando as três garrafas na mesa, um pote com as frutas, o leite, as torradas, geleias e por fim os waffles.

O relógio marcava 06:12 quando ouviu passos em direção a cozinha.

– é alguma data especial e eu não estou sabendo? – Ethan disse em um tom brincalhão – é meu aniversário? – perguntou para a esposa que estava ao seu lado.

– não seja bobo pai, eu só acordei cedo – Violet deixou um beijo na bochecha da mãe que se aproximou – não posso mais fazer o café da manhã?

– ah não, não ligue para ele querida, fique a vontade – Dinah falou pegando uma caneca ao lado da filha.

– é bom vocês aproveitarem a minha boa vontade enquanto ela ainda existe.