Esse é só um bônus para entenderem melhor como a Violet está se sentindo com o que "descobriu", mas é claro que é só uma parte de tudo, tentei focar mais nos sentimentos, então espero que tenha ficado o mais claro possível. Boa leitura S2
Violet estava enlouquecendo, ela se sentia enlouquecendo.
palavras pareciam não mais fazer sentido em sua cabeça, irreal ou real? significa de fato alguma coisa? eu vi, mas quem em sã consciência confia na visão do ser humano. humano, o que de fato significa? seus sentidos está a traindo? como poderia tal coisa ser real? que coisa? perguntas e mais perguntas, Violet sempre fora muito curiosa e questionava a existência de tudo, mas desde que chegara a forks, parecia questionar sua própria existência, e como não?
ela sempre acreditou que existe algo a mais, que o mundo é muito grande e o universo muito vasto, seres humanos sem dúvida não seria a única "espécie racional" que reside nele. Mas porque que parece tão difícil sua mente assimilar como que Jasper simplesmente havia sumido da sua frente, em questão de milissegundos, e no outro instante, estava ali tão perto que poderia sentir sua respiração, mas que respiração?
Aquilo não foi um "reflexo rápido", ela tem certeza absoluta do que viu, e ele sumiu, se moveu rápido demais para que ela se quer visse. As peças começaram a se encaixar em sua mente, e relacionou todas as outras vezes em que algo estranho aconteceu, às vezes em que ele apareceu ou agiu rápido demais, silencioso demais, quando ouviu ou sabia de algo que não deveria saber, que não fazia muito sentido saber.
veja bem, Violet fora criada para duvidar até mesmo da própria sombra, sempre tivera, desde o nascimento, uma boa intuição e os sentidos aguçados, mas no momento pareciam não servir de nada, pareciam ser o pior do mundo e ao mesmo tempo em que peças se encaixavam, uma novo quebra cabeça de mil peças surgia, se mesclando ao anterior e virando uma bagunça, a Hale não sente medo, mas se sente infinitamente burra, por não perceber isso antes - perceber o quê, afinal? - por não sentir nenhuma mínima vontade de se afastar de fato, por estar dando voltas em seu quarto e usando todos os neurônios possíveis, mas ainda sim, ainda sim nada parecia de fato fazer sentido - e quem disse que faria? - e mesmo sem perceber, violet chorou, não desesperadamente, não de medo ou preocupação, na verdade, a própria garota não sabe definir seus sentimentos e isso sem dúvida alguma lhe estressa, então talvez, as lágrimas fossem de raiva - mas de quem?
o sentido da vida, ou da simples existência humana, sempre fora motivo de dúvidas para a hale mirim no auge de sua pré-adolescência, mas a garota decidira apenas ignorar, viver a própria vida de acordo com suas vontades e sonhos da maneira em que fosse possível, mas porque isso simplesmente voltou a tona, porque a existência de outro alguém - e que alguém? - lhe fizera se sentir com tantas dúvidas em seu coração.
o pior de tudo, não é a dúvida sobre si mesma ou sobre o outro Hale, mas sim a certeza de que apesar de apavorada, não era pelo garoto - garoto? - ou sobre o que ele é, mas sim pela única certeza que tem em si, o sentimento foi real, seu sentimento é real, a sensação eletrizante de todas as vezes em que os olhares se encontraram, mas pior - ou melhor - o toque, que mesmo singelo, foi capaz de fazê-la questionar a existência do mundo e de nada ao mesmo tempo. Em seus dezessete anos de vida, Violet nunca havia se apaixonado - paixão mesmo, e não crushes aqui ou ali - nunca entendeu o sentimento, e justamente por isso, nunca esteve numa relação, nunca se interessou de fato por alguém, e definitivamente não foi por falta de pretendentes, mas se negava a se quer sair com alguém que não sentisse pelo menos uma leve conexão, e isso não aconteceu, até forks, até Jasper.
então é assim que é a paixão? ou será amor? Como posso pensar nisso quando acabo descobrir que... eu de fato descobri algo?
A conexão que sentiu desde o primeiro momento foi tão estranha, não ruim, mas estranho, o jeito como ansiava para ver as íris douradas na escola, ou ouvir a voz com um belo sotaque sulista, o jeito como sempre fora extremamente cordial com ela, e os sorrisos que estranhamente lhe confortara de certa forma. Todos sempre falaram sobre como ela constantemente parece de bom humor, geralmente com um sorriso no rosto, que muitas vezes era forçado - não por infelicidade - apenas para tentar melhorar o clima, tentar ajudar alguém com pelo menos um sorriso direcionado a si. Mas com Jasper? Isso era automático, poucas pessoas a entendiam de primeira, poucas pessoas sustentavam suas encaradas, poucas pessoas realmente lhe escutaram e quiseram conhecer mais e não apenas ficaram curiosos por seus olhos estranhos ou o fato de ter crescido em um ambiente consideravelmente violento. Violet começou a aprender a se defender antes mesmo de saber arrumar o próprio cabelo sozinha. Poucas pessoas entendem isso.
Violet respirou fundo, parou de andar em círculos e se sentou, com uma última lágrima solitária e tranquila deslizando pela pele macia de seu rosto.
Nada em que pensasse parecia fazer sentido, o mundo é confuso, e existem buracos e quebra cabeças que nunca serão completados, no fundo no fundo, Violet sabe que não precisa decifrar isso, e apesar de querer muito, também sabe que nada se resolveria assim, por tanto, continuou respirando fundo até que de fato se acalmasse - o máximo possível - e pensasse na melhor solução para esse momento.
E o melhor que pode fazer para tentar organizar as ideias em sua mente foi fazer uma lista, ou melhor, algumas listas, assim, poderia aos poucos avaliar tudo que lhe incomoda e ir resolvendo consigo mesma motivo por motivo.
começou pelo geral:
O que aconteceu nos últimos seis meses.
Nick sumiu (morto?)
Comecei a ser mais presente na empresa (serei efetivada? Terei que ter uma iniciação?)
Nos mudamos para forks (voltar pra cá foi mesmo uma boa ideia?)
Nosso grupo se reuniu novamente (isso foi bom)
Conheci Jasper (?)
Me apaixonei?
e depois, por tudo que notou em Jasper, compreender o máximo possível sobre o que ele quis dizer com "esse sou eu".
Jasper e suas estranhices.
Super velocidade (foi rápido demais ou eu apenas não vi? Também tem a vez no refeitório)
Olhos que mudam de cor (é lindo, mas muito estranho)
Super audição? (Ele escutou o elogio de Alice mesmo estando muito longe)
Muito silencioso ( não o vi ou ouvi chegar das primeiras vezes)
Intocável? (A faca que arremessei cortou parte da sua manga, mas não o machucou?)
em uma tentativa de compreender sobre o que faria ou não sentido para si e seus sentimentos, prosseguiu.
Prós sobre estar com ele.
Temos uma conexão estranhamente boa.
Ele nunca pareceu querer me machucar.
Ele despertou sentimentos em mim que nunca imaginei sentir (isso é necessariamente bom?)
Me sinto bem e confortável ao seu lado.
Ele parece realmente interessado em me ter por perto.
Ele nunca passou de nenhum limite ou foi estranho/bizarro comigo (não no nível psicótico)
Contras de estar com ele
Ainda não consigo entender o que de fato ele é (humano definitivamente foi riscado da lista, mas como é possível?)
Mal o conheço (porque não conhecer?)
Ele não é humano ( o que isso significa? Perigo?)
Ele sempre aparece do nada (isso sim é muito estranho)
certo, certo, isso não importa, o que ele é - o que ele é? - não importa - não importa? - o que estou sentindo, bem, talvez isso importe, mas o que estou sentindo?
A hale fechou sua caderneta e deitou a cabeça em um de seus braços apoiado na mesa, olhando para a porta dupla de sua varanda, admirou o céu noturno e as brilhantes estrelas que vivem nele, ainda no processo de acalmar a respiração e a mente..
está tudo bem - esta? - sim, sim, está.
E ainda pensando em tudo que sentia enquanto admirava o céu, Violet caiu no sono sem nem perceber.
Não viu quando foi carregada até sua cama, sendo confortavelmente ajeitada no colchão macio.
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vermelho azul, Amarelo sangue
Фанфик- Seu sangue me chama como o canto de uma sereia. - E como você resiste ao encanto? Ele cerrou os olhos e as sobrancelhas como se a ideia fosse absurda de mais e negou com a cabeça. - o canto não é para tomá-lo... É para protegê-lo. [...] Quando Vio...