CAPÍTULO 8 | Frágil

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— Vamos parar aqui e acampar, amanhã continuamos. — Ares diz estacionando o veículo a beira da estrada.

— No carro? — Percy pergunta.

— É isso ou armar as barracas. — Ares diz. — Prefiro ficar aqui.

— É mais sensato todos abrirmos as barracas, não? — Groover pergunta.

— É perigoso a beira da estrada. — Annabeth adverte.

— Vamos dormir aqui no carro, ele está trancado. — Ares diz virando para o lado em seu banco.

— Acho que está decidido. — Percy diz.

Todos se aconchegam ali mesmo com Ares e Percy nos bancos da frente e Annabeth e Groover nos bancos de trás.

Ares adormece rapidamente, entrando em mais um de seus pesadelos.

Ares tinha um enorme campo de Guerra a sua frente, uma guerra que já havia se transformado em um enorme banho de sangue.

Ares tinha a tarefa de virar a guerra para o lado em que estava, para assim a história seguir seu rumo de forma correta.

O inimigo estava vencendo e ele estava ali parado observando vários soldados morrerem, era como se não conseguisse se mexer.

Não conseguia nem ao menos fechar os olhos para não olhar as diversas cenas sanguinarias a sua frente.

— ARES ACORDE! — Percy era quem havia gritado, despertando Ares em um pulo, ficando totalmente sentado e seus olhos totalmente abertos.

— O que? — As palavras de Ares saem quase como um sussurro.

— Você não parava de repetir "Parem". — Groover diz.

— Que horas são? — Ares pergunta, desviando de qualquer pergunta que pudessem fazer.

— Você está bem? — Annabeth pergunta.

— Foi só um pesadelo. — Ares diz, com a frase a seguir sendo um sussurro para si mesmo. — Dos meus milhares.

— Milhares? — Percy havia ouvido. — Você está dizendo que tem pesadelos todas as noites?

— Não eu... — Ares não conseguia pronunciar as palavras corretamente, ainda estava processando seu sonho.

— Você tem medo do que Ares? — annabeth questiona. — Você devia ser o Deus da Guerra.

— Eu sou, mas... — Ares diz, até ser interrompido novamente.

— Você tem pesadelos, então tem medo. — Annabeth diz.

— Não é hora pra isso Annabeth, deixa a rivalidade da sua mãe pra depois. — Groover é quem repreende a garota.

Ares destranca o carro, indo até a parte de trás do veículo e se encostando.

Sua respiração estava pesada e acelerada.

— Não era pra ter acontecido... — Ele diz para si mesmo, sabia o que estava acontecendo, um de seus muitos ataques de pânico.

— Ares? — Percy se aproxima. — Ei, respira de vagar, você vai acabar vomitando.

— Não... Não... — Ares não conseguia concluir uma frase, sentia-se constrangido em ter um ataque de pânico na frente de semideuses.

— Respira fundo. — Percy põem a mão no ombro de Ares, tentando passar conforto ao Deus, ignorando todo o passado entre os dois.

Ares começa a respirar fundo, sentindo sua respiração se acalmar aos poucos, mas ainda sentindo-se mal.

— Eu não devia ter dormido. — Ares diz. — Sabia que isso podia acontecer.

— É normal estar cansado, eu acho. — Percy diz.

— Eu só preciso de um tempo... — Ares diz sentindo sua perna bambear.

— Vou voltar ao carro... — Percy diz.

— Fica. — Ares diz percebendo o desespero na própria voz. — Por favor.

— Você sabe dizer por favor? — Percy encara Ares.

— Não sou rude todo o tempo. — Ares se defende. — Nunca quis ser seu inimigo, nem o de ninguém...

— Como assim? — Percy não entendia o ponto que Ares queria chegar.

— Eu nunca quis ser o Deus da Guerra Percy, não escolhi ser odiado pelo meu pai e a maioria dos meus irmãos. — Ares suspira.

— Eu não sabia Ares, desculpa. — Percy diz. — Se nunca quis ser assim, por que se comporta daquela maneira?

— A guerra me mudou Percy, eu lembro até hoje da minha primeira vez no campo de batalha, eu fiquei em choque por semanas. — Ares confidência. — Você é adulto Percy, tem 20 anos e já participou de batalhas, viu o sangue de seus amigos ser derramado, viu seus amigos sendo mortos em batalha... — Ares respira. — Sabe que não é todo mundo que consegue superar isso.

— Eu sei. — Percy suspira, sabendo que seu título de Herói do Olimpo havia sido conquistado graças as suas missões e ações na batalha.

— Eu não queria vir nessa missão por quê eu sei que vamos ter que encarar meu pai alguma hora. — Ares conta. — Eu não sei se consigo olhar a cara dele sem querer matá-lo.

— Zeus não é amigável com ninguém. — Percy diz.

—  Só com a preferida dele. — Ares diz.

— Como? — Percy pergunta.

— Nada... Eu só... — Ares havia gaguejado.

Ares ergue seu olhar até Percy, vendo seus olhos que facilmente lembravam o oceano, Ares percebia o quanto Percy havia mudado desde a primeira vez que o virá.

— Tudo bem? — Percy pergunta.

— Sim. — Ares diz.

O grande beijo dos dois mão é dessa vez, né? Mas não fiquem decepcionados, esse é só o início!

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O grande beijo dos dois mão é dessa vez, né? Mas não fiquem decepcionados, esse é só o início!

Ares - Por baixo da armadura | ConcluídoOnde histórias criam vida. Descubra agora