Lanchonete dos Kim's | Imagine Jihyo

• Dia comum

P.O.V S/n

Assim que terminou as primeiras aulas, o sinal tocou para o intervalo. Continuei conversando com os meninos até Jimin falar que iria avisar a irmã sobre o intervalo. Guardamos nossos materiais e acompanhamos o Park até as escadas, falamos qual seria a possível sala dela e ele foi até uma das que indicamos. Sentamos nos degraus a fim de esperar nosso novo membro. Acho que acertamos, pois na primeira em que ele entrou, uma pessoa o abraçou e o puxou para dentro da sala, pela altura parecia uma garota, mas não tenho certeza já que não a vi por inteiro.

Minutos demorados se passaram, demorados o bastante para o "smurf" começar a reclamar. Fazendo birra, Taehyung esticou as pernas no colo de Namjoon e Yoongi, se debruçando nas minhas em seguida, ocupando ainda mais espaço dos pequenos degraus aos quais estávamos sentados.

- Que demoraaa... Alguém vai chamar ele, eu 'tô com fominha! - ele exclamou, fazendo um bico manhoso nos lábios.

- Cinco 'pra baixo para ver quem vai - propus impaciente. Por mais que não parecesse, Taehyung era muito pesado.

Sem reclamações, fizemos a brincadeira que sugeri cerca de cinco vezes, o que foi o bastante para Yoongi ser escolhido em quatro delas. E muito frustado consigo e conosco, Yoongi soltou um suspiro alto.

- Ah não! Por que sempre sou eu? - o Min perguntou mais para si mesmo, sem vontade alguma.

- Você foi o escolhido quatro vezes, o destino que quis - zombando do rapaz, Namjoon levantou o de fios chocolate e o arrastou pelo braço até o último degrau.

Enquanto Yoongi foi fazer o que devia, carrancudo e mal-humorado, nós seguimos para o refeitório. Pegamos nosso almoço no buffet que as merendeiras serviam e escolhemos uma mesa no fundo do refeitório, solitária e bem longe da maioria dos alunos.
Pouco tempo depois, Jimin e Yoongi aparecem no meio do refeitório com suas bandejas em mãos e olhos perdidos na algazarra que era aquele lugar. Após perceber, Namjoon foi o primeiro a se levantar e chamou pela atenção dos dois, que assim que nos viram se aproximaram a passos rápidos e desviados, tentando não esbarrar em algum aluno ou mesa. Se sentaram conosco e respiraram fundo, pareciam cegos em um tiroteio.

A princípio, estava tudo bem. Conversas e brincadeiras ocorriam entre nosso grupinho, que ignorava todos que passavam perto com olhares feios ou sussurrando sobre nós, aquilo já era comum e não nos afetava mais, apenas Jimin que pareceu ficar muito desconfortável com aquilo, mas logo Taehyung trouxe toda a atenção do Park para si. Entretanto, avistei minha irmã pelo canto dos meus olhos, na entrada do refeitório enquanto, provavelmente, procurava por alguma mesa disponível, mas o que me chamou atenção foi a mão de Hirai Momo ao redor de sua cintura, lhe fazendo uma carícia disfarçadamente.

Por mais que soubesse que não tinha nada a ver com aquilo e do quão irritada Dahyun ficava quando eu me intrometia na sua vida, eu tive que me controlar para não ir lá e separar aquelas duas. Não sou nenhuma idiota, eu sei como é um olhar apaixonado e as ações de um boboca que só consegue pensar em alguém, e essa "boboca" tinha se transformado na minha irmã... Pela quarta vez.
Dahyun já havia se apaixonado outras três vezes, e obviamente não deu nada certo. Além de ter a mentalidade de uma criança, Dahyun tem a capacidade de se apegar emocionalmente muito fácil, então um simples sorriso gentil ou um flerte de brincadeira eram o suficiente para deixar a boboca flutuando em suas nuvens imaginárias. E, na minha visão como irmã e telespectadora, esse era o problema, pessoas nem sempre são como a gente pensa, as vezes são o completo oposto da nossa imaginação, e quando percebemos tal fato, já demos o mundo para tal pessoa.

Minha irmã era sensível, amável, inocente, morria de vergonha por bobagens e qualquer coisa a magoava profundamente, e aquele sentimento que crescia em seu frágil coração me deixava assustada. Eu já tinha visto Dahyun se machucar tanto por causa de pessoas que apenas queriam se aproveitar do seu jeitinho doce. E eu só quero a proteger dessas maldades que tantos tem a lhe proporcionar.