Lanchonete dos Kim's | Imagine Jihyo

• Finalmente O Sábado •

P.O.V S/n

Se passaram dias após a briga e a ida ao hospital, e como o doutor me recomendou ficar de recuperação durante três a quatro dias, eu fui obrigada a ficar em casa nesse pequeno período de tempo sob os cuidados e provocações dos meus avós, irmã e melhor amigo. Se bem que, na maior parte do tempo, eu fazia minha própria companhia, pois como os dois adolescentes tinham aulas e compromissos e meus avós também tinham suas responsabilidades pela manhã, eu só os via durante a tarde e a noite.
E, infelizmente, apenas Hoseok tem conseguido me visitar nesses dias, os outros meninos estavam atolados de trabalho por causa da minha ausência na lanchonete. Jay tem feito o favor a todos nós de ajudar na cozinha, mesmo não recebendo um salário como o meu ou dos outros funcionários, ele diz fazer por pura amizade e retribuição a nossa ajuda no dia que foi pego desprevenido. Mesmo machucado, ele alega que sentiu-se melhor (e planejando uma boa vingança futuramente) logo no dia seguinte a surra.

Admito que me senti muito solitária em alguns momentos, já que sempre estive rodeada daqueles encrenqueiros barulhentos, e então acabou que o silêncio se tornou insuportável depois do segundo dia.

De acordo com o que os meninos falam pelo chat de mensagens, a situação entre nós e o 3-C está tão tensa que o ar chega a pesar quando ambos os grupos se encontram. O diretor também deixou bem claro que no próximo conflito ou perturbação, ele irá tomar "medidas drásticas", mas o que deu a entender é que, na próxima vez, seremos expulsos. Ou seja, seu sermão apenas serviu para nos deixar ainda mais cautelosos.
Sobre minhas matérias e o conteúdo que estou perdendo, meu avô levou meu atestado ao diretor e explicou a situação (não perdendo a oportunidade de descer a lenha no velho Park por ser tão tapado e manipulável pelo delegado Wang), Taehyung e Hoseok estão me passando os assuntos das aulas e, as vezes, Jimin me liga para explicar alguns pontos importantes que os professores mencionaram ou pediram para que fosse anotado, o que está me ajudando muito com o estudo a distância, suas explicações são fácies e simples de entender.
E Jay vem me ligado também, todo dia após o horário de saída do colégio, as vezes até mesmo os meninos aparecem na ligação quando estão nos corredores. Além de querer saber como me sinto e como estou lidando com os machucados, ele admitiu que se sente muito culpado por eu estar machucada. De acordo com o moreno, se ele não fosse tão pavio curto, nem eu e nem os garotos teríamos que tirar ele daquele tipo de situação. E em todas as vezes que conversamos, eu faço questão de deixar bem claro para ele que isso não importa mais e que agora estava tudo bem, entretanto sabia que Jay não deixaria isso de lado tão cedo, sua consciência parecia cada vez mais pesada por apenas estar escutando minha voz e não vendo como realmente estou.

Enfim, felizmente, hoje era sábado! Meu repouso necessário e obrigatório havia acabado, e eu já estava liberada para continuar a viver fora do meu quarto e dos meus pensamentos sombrios, porém hoje também era o dia da festa de Wendy. Graças a essa maldita festa, eu passei os últimos três dias com Taehyung e Dahyun falando apenas dela e do quão necessária era a minha presença. Imagine, três dias (quatro, contando com hoje) com duas crianças eufóricas te implorando para ir há um lugar só com adolescentes e jovens adultos, todos liberados para beber, curtir, fumar e ficarem a vontades para fazerem o que quiserem durante uma noite inteira, sem a supervisão de nenhum responsável... Isso com certeza seria algo incrível para a maioria das pessoas da minha faixa etária, mas para mim, depois de ir nas poucas festas que os meninos conseguiam me convencer, seria um grande caos. Tenho certeza que ninguém sairá ileso dessa noite.

- Vai, S/a! Por favorzinho, eu prometo me comportar dessa vez - ronronando no meu ouvido com um tom de voz totalmente manhoso, Taehyung tentava me convencer a ir.

- Eu também! Você nem vai notar a minha presença, S/a - Dahyun remendou logo após o mais alto com um tom fino e infantil, como o de uma verdadeira criança, abraçando minhas costas por trás e colocando seu queixo no meu ombro.