Lanchonete dos Kim's | Imagine Jihyo

• Por outros olhos

P.O.V Jihyo

O despertador apitava de maneira quase estrondosa ao lado dos meus ouvidos. Aquilo já começava a me deixar com dor de cabeça, então logo apertei o botão e o silenciei. Lutando para não procrastinar e desistir da minha vida de estudante, me levantei sem pressa alguma da cama e andei até o banheiro no final do corredor, uma toalha de algodão no ombro e pronta para me banhar com a água bem quente. Após terminar, voltei para meu quarto e vesti o uniforme dado pelo colégio, peguei meu celular e mais algumas coisas que seriam necessárias ao decorrer do dia, então segui até a cozinha, no andar de baixo.

Ao chegar no cômodo, me encostei no batente da porta, observando minha mãe cantarolando enquanto terminava de cozinhar algo.

- Bom dia, Sra. Park Bom - a cumprimentei de repente, vendo a mulher dar pulinho por causa do susto.

Ela se virou para minha direção com a mão sobre o peito e com um semblante assustado, e quando percebeu que era apenas eu, mordiscou o lábio inferior, enfurecida.

- Meu Deus, está querendo apanhar com uma frigideira, garota? - ela ameaçou, erguendo sua arma perigosa. Me segurei para não rir - E senhora 'tá no céu, você se refere a mim como "mãe" ou "mamãe".

- Pode esquecer, não vou voltar a te chamar de "mamãe" - me sentei na cadeira e larguei a mochila no pé da mesa, ao meu lado.

- Mas era tão fofinho quando eu cuidava de você e você dizia "obrigada, mamãe" - ela falou com um semblante nostálgico e um sorriso bobo no rosto.

- Mãe, por favor, não vamos conversar sobre isso de novo - ela suspirou frustada e resmungou baixinho, voltando sua atenção ao fogão.

- Bom dia... - Jimin entrou na cozinha, o cabelo mal arrumado, como se tivesse penteado os fios com as próprias mãos, e os olhos ainda lutando para se manterem abertos.

- Bom dia, querido - minha mãe logo lhe beijou a bochecha, deixando a marca levemente avermelhada do batom em seu rosto.

Jimin largou a mochila no outro pé da mesa, em frente a minha, e se sentou a minha frente, pegando uma xícara de café. Aproveitei e estendi a minha caneca em sua direção, e com uma expressão descontente e a contragosto, ele se obrigou a me servir também. Não muito tempo depois, minha mãe colocou um prato de torradas em nossa frente, se sentou ao meu lado e começamos a comer juntos.
Entre o vai e vem das conversas leves e tranquilas que ocorriam, Jimin aproveitou para soltar uma de suas pérolas assim que teve a oportunidade.

- Então, Jih, o que você e a S/n conversavam enquanto voltavam para casa? - ele indagou sugestivo, chutando minha canela por debaixo da mesa.

Sua pergunta foi tão de repente e diferente do assunto que estavámos antes que acabei me afogando ao ouvir o nome da garota. Nossa mãe alternou um olhar surpreso para mim e meu irmão, um sorrisinho sacana brotou tanto nos lábios de Jimin quanto nos de nossa mãe. Tal mãe, tal filho...

- Quem é S/n, Jih? - ela questionou intuitiva. Senti meu rosto queimar por inteiro, principalmente minhas orelhas, essas pareciam estar expostas ao sol quente durante horas.

- N-não sei, não conheço - retruquei, forçando uma seriedade que não tinha no momento.

- Desde quando você beija quem não conhece? - o rosado questionou, falsamente surpreso e, por incrível que pareça, aumentando o calor do meu rosto e batimentos do meu coração.

Furiosa, chutei sua canela e o fuzilei mortalmente, vendo ele abrir a boca e uma expressão de dor aparecer, logo descendo a mão até a parte que lhe doía. Tem que abrir essa maldita boca logo de manhã?