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P.O.V Harry Potter.
Draco é acertado com a maldição da morte e rapidamente cai no chão. Não, não pode ser.
— DRACO! — Grito rapidamente, correndo até ele e não contendo o rio de novas lágrimas. — Não! Amor, acorda, não me deixa aqui! — Era quase impossível não berrar, chorar e tocar nele. Segurei-o em meus braços nos seus últimos segundos de vida. É como se eu fosse, de repente, ressucita-lo. Mas não dá. Eu não posso. E tudo o que me resta agora é sofrer.
Viro-me encarando quem havia feito tudo aquilo. Quem despedaçou minha alma, quem tirou o amor da minha vida de mim. E é doloroso. Pego minha varinha e pronuncio as palavras, do mesmo jeito que ele havia pronunciando.
— Ava- — Sou interrompido com um... tapa?
Abro os olhos inesperadamente, assustado. Sinto minhas bochechas molhadas, minhas costas suando e minhas pernas tremendo de um jeito desesperador. O que aconteceu?
— Você sonhou com ele de novo. E eu tive que te bater pra você acordar. — Rony diz, enquanto Neville me olha preocupado.
— Por que você 'tá chorando, Harry? — Neville pergunta.
— Eu não sei... Eu não lembro. — Respondo sincero.
— Bom não foi. Você quase gritou aquela maldição. E isso não é bom. — Rony passa a mão no meu rosto, parece querer limpar o suor.
— Me desculpa, Ron, Neville... Eu não queria ter acordado vocês.
— Tá tudo bem. — Falam em uníssono.
— Olha, Harry, eu sei que eu não gosto da doninha, mas eu tô aqui se quiser conversar. Não sei se você realmente não lembra ou 'tá mentindo, mas pode confiar em mim. Eu sou seu melhor amigo, você sabe que eu não te julgaria ou contaria seu segredo pra alguém. Só pra Mione, porque ela é intimidadora. — Rio fraco. Ron é um bom amigo. — Mas assim, te aconselho a parar de pensar nele, porque ele é do mal. Mas cê que sabe.
— Eu queria, Ron. Eu não gosto de pensar nele. Não gosto de sentir empatia por ele, mas não posso parar de sentir. Realmente não lembro o que eu sonhei, mas se foi com ele e com aquela maldição, deve significar alguma coisa. — Digo, ainda sonolento.
— Tanto significado quanto o outro? — Ron replica, aparenta estar bravo mas finge um sorrisinho safado para me fazer sentir bem.
Rio com o que ele fala. É. Talvez não tenha significado algum.
— Ele até que é bonitinho. — Digo, sentindo minhas bochechas esquentarem e Ron fazer uma cara gigante de nojo. Neville sorri.
— Quer nos contar algum detalhe? — Neville diz, logo sendo interrompido.
— Que que cê tá falando Neville?! Tá louco? Nos poupe dos detalhes, Harry, por favor. — Ron diz se afastando, enquanto eu rio de sua reação. Neville se envergonha mas eu assinto para ele se sentir melhor.
— Vou voltar para cama, se quiser qualquer coisa nos chame. — O de rosto redondo diz olhando para Rony que havia se afastado. Sorrio e assinto novamente, vendo-o se afastar também.
Fecho os olhos e tento dormir, mas logo algo acende na minha mente. O diário de Draco. Eu tinha esquecido completamente que eu estava com as folhas aqui. Um sorriso ilumina meu rosto.
Pego minha varinha e começo a procurar as folhas, achando-as e quando começo a ler arregalo os olhos. Não pode ser...
Nessas folhas, com uma caligrafia quase impecável, está escrito:
"Sonhei com o Harry Potter hoje. Aquele tipo de sonho. Eca. Não me entendo. Eu sei que ele é gostoso mas eu não deveria estar sonhando com ele, ele é nojento e fica andando com gentinha. Mas o sonho foi tão bom e eu tava tão excitado, não pude evitar. Melhor eu falar com Blaise... preciso me aliviar."
"O Blaise fode bem."
Que putaria é essa? Socorro...
Continuo lendo.
"Aquele pobretão e a sangue-ruim são tão chatos. Sempre que tento falar com Harry eles o afastam. Ah, preciso parar de pensar nisso, ele nem me interessa mesmo."
Sinto tanta raiva ao ver as palavras que Draco usa. É mal-educado e preconceituoso, mas, no fundo, ainda é doloroso.
"Acho que papai descobriu que eu sou gay. Mas ele não falou nada."
Suspiro aliviado.
"Queria ser tão bonito quanto uma borboleta, talvez ele olhasse mais para mim e menos para ela"
"Eu vi ele me encarar hoje na aula :)"
"Não estou feliz. E isso aqui não adianta de nada"
"Eu tô triste hoje, querido diário"
Passo o olho por mais algumas linhas da última folha e é triste, não sei se sinto pena, raiva ou empatia por ele. Draco precisa muito de alguém, mas tenho a sensação que não quer que o ajudem.
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— Você quer falar com ele? — Hermione pergunta inquieta.
— Eu quero tentar. - Respondo-a, sentindo o nervosismo fluir em minha pele.
— Então vai lá. — Ela diz.
— Não concordo com essa idéia. — Ron retruca sério. — Mas vai lá.
Sorrio. Falar com Draco Malfoy, sem ser para julgar, xingar ou me defender. Parece interessante.
