Malfoy havia respondido as cartas do seu pai algum tempinho depois de tudo que acontecera com Potter. Sabia que tudo estaria bem se falasse apenas que não queria viver com o mesmo, que ele trocaria de sobrenome para não envergonha-lo e tudo isso.
“Oi papai.
Me perdoe por fazer o senhor passar vergonha com tudo o que está acontecendo comigo e com Potter, mas não se preocupe que eu e você podemos cortar vínculos, se você quiser. Só vou passar aí hoje mais tarde para pegar minhas coisas. Me acostumo a viver aqui até conseguir outro lugar.
Me responda quando puder.
– Draco.”“Passei aí mas não consegui destrancar a porta. Então, por favor, me avise quando ler isso, para que eu possa sair de debaixo do seu teto.
– Draco.”Hoje era o dia em que Malfoy iria até a mansão novamente, ansioso e com medo.
Deixara uma carta para Harry, que ainda estava dormindo.
“Fui pegar minhas coisas na mansão e talvez eu demore tentando não brigar com meu pai. Não se preocupe, volto logo.
Te amo. Até.
– Draco Potter :)”Assim anda até a mansão que não é longe, mas cada passo parece curto demais. Talvez fosse seu coração batendo forte que dava a sensação de angústia e colocar a mão no peito não o ajuda.
Quando finalmente chega, tenta destrancar a porta como sempre, mas ela não é aberta. Ele resmunga, mas logo vê seu pai com traje elegante aparecer no seu campo de visão.
— Oi pai. — Ele diz, a cabeça baixa e os olhos nos próprios pés.
— O que pensa que está fazendo? — A voz transmitia tanta raiva que fez Draco arrepiar, já segurando um possível choro.
— Do que tá falando? — O Malfoy menor pergunta, mesmo sabendo da resposta.
— Do Potter.
Draco suspira tentando não parecer com medo.
— Gosto dele, pai. — Ele diz.
— Ah, você gosta dele? — Lucius ri alto, logo segurando os braços do filho para fazê-lo subir do chão. — Então finja que não gosta! Não envergonhe seu sobrenome com isso, sua vadia egoísta. — Praticamente cospe as palavras no mais novo, que treme.
É difícil para o outro controlar os sentimentos a partir daí, mexendo as pernas freneticamente e fechando os olhos, prendendo a respiração por um longo tempo.
— E-Eu sei, m-me desculpa. Vou mu-mudar meu sobrenome, Lucius. Não pre-precisa se preocupar.
O Malfoy maior ri novamente, dessa vez pegando no pescoço de Draco, apertando-o enquanto o faz olhar para seu rosto.
— Você sabe que isso não vai melhorar o que você fez, não sabe? — Cospe na bochecha do menor que arqueia as sobrancelhas em um sinal rápido de asco.
Lucius o joga no chão. Já estava tarde o suficiente e não havia pessoas por perto. Draco se xingou mentalmente por ter aparecido em um horário tão conveniente para o mais velho, se arrastando para trás enquanto o outro se aproxima com ódio no olhar.
— Por favor, pai- — Ele é interrompido por um chute no estômago, espontaneamente se fechando com as pernas, como se a dor fosse diminuir.
— Não me chame assim! — Gritou, logo sussurrando algumas palavras enquanto esticava sua varinha e fazia Draco voar até a parede mais próxima, as costas do mesmo ardendo na mesma hora, mas nada com que não esteja acostumado.
Cai no chão como se estivesse em camera lenta, suas pernas, braços e cabeça batendo no chão com força, mas não doía. Não doía mais.
— É isso o que acontece quando você suja o nome Malfoy. — Lucius diz, se virando para ir embora com um riso anasalado, feliz pela dor que havia causado, mas acaba dando de cara com Potter vindo em sua direção.
Potter chorava, tudo aquilo era um déjà vu infinito e aterrorizante.
— Não o mate! — O grifinório grita, seus joelhos fracos demais para ele continuar de pé, mas tenta seu máximo para ajudar o sonserino.
O outro olha para o namorado e sorri, tentando levantar, mesmo com dor.
— Hazz... — Ele sussurra demonstrando fraqueza, fazendo Harry ir até ele e segura-lo em seus braços.
Draco finalmente se sente seguro, apenas estando nos braços do outro. Finalmente havia descobrido que Potter era seu lar.
Lucius ri da situação.
— Eu iria bater só nele, mas em você vai ser mais divertido, Potter. — O mais velho diz, se aproximando dos dois garotos.
— Então faça. Pode fazer qualquer coisa comigo. Me mate, se isso te ajudar. Mas não faça nada com ele, por favor. O Draco não escolheu isso. — Harry diz enquanto soluça, seu coração apertando e ele não entendia o porquê, talvez de medo, de culpa, de ansiedade, ou até mesmo de amor.
Draco se aperta nos braços do outro, logo desviando os olhos para o pai que está com raiva.
— Já que você insiste tanto... — Lucius começa dizendo, olhando para Potter e esticando sua varinha, logo algo aperta no estômago de Malfoy e ele empurra Harry para longe, pegando sua varinha no chão e o prendendo em outra parede longe da que eles estavam. Escutara um grito do grifinório antes que o Malfoy maior pronunciasse as palavras, de olhos fechados. — Avada Kedavra!
Uma luz verde é vista pelos apaixonados e a maldição atinge o peito de Draco, que solta sua varinha, caindo no chão.
— DRACO! — Harry grita rapidamente, correndo até Malfoy e não contendo mais lágrimas. — Não! Amor, acorda, não me deixa aqui! — Era quase impossível não berrar, chorar e tocar no outro. Segura-o em seus braços nos seus últimos segundos de vida. É como se Harry fosse, de repente, ressucitá-lo. Mas não dá. Ele não pode. E tudo o que lhe resta agora é sofrer por terem tirado a sua vida de si.
Potter não acredita no que vê na sua frente. Draco está morto.
Sem pensar duas vezes, pega sua própria varinha, começando a pronunciar as palavras, mas Lucius já não estava mais ali.
Potter grita, socando o chão que está sentado. Abraça o corpo do sonserino e abre a boca, mas nenhum som sai.
É quase como se estivesse em um pesadelo louco e triste.
— Eu também te amo. — Ele consegue dizer depois de um tempo, suas lágrimas caindo sob o rosto pálido do seu mais que amor. Seu coração aperta. Era como se sentisse que tudo aquilo aconteceria.
Ele passa a mão no rosto do loiro, suas mãos tremendo e sua mente não parando de pensar.
Ele era o culpado de tudo aquilo. Ele se lembra agora, dos sonhos, dos dejá-vu's, era como se havia vivido tudo isso antes. Se ele tivesse, ao menos, se importado mais, talvez Draco Malfoy estivesse vivo.
Mas ele não se importou o bastante e Draco Malfoy está morto.
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dream » draco&harry
FanfictionOnde Harry Potter começa a sonhar com seu maior inimigo. • história de minha autoria, plágio é crime •