06. visit of the guards

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Na manhã seguinte, Alma e as outras dançarinas que a acompanhavam estavam se preparando para deixar Obelia. O festival durava três dias e apenas no último dia que iam mais pessoas, mas por causa de um banquete imperial realizado em cima da hora, teve só um dia de festa e as dançarinas de Siodonna estavam arrumando seus pertences e desmontando as tendas.

Pelo o que Alma ouviu, todos estavam muito animados para o banquete. O Imperador Claude de Alger Obelia, o herói do Império Obeliano e o mais novo a conquistar o trono, estaria abrindo as portas do palácio imperial pela primeira vez desde sua coroação. O Imperador tinha até permitido que os plebeus fossem, o que era considerado um ato de bondade porque geralmente eram apenas os nobres que eram convidados.

Alma estava trançando os cabelos de Diana quando Kiara passou correndo como um furacão, tropeçando nos próprios pés e ganhando xingamentos ao esbarrar nas outras dançarinas. A jovem de cabelos tão escuros quanto a noite e olhos roxos misteriosos parou na sua frente, ofegando pesadamente enquanto se curvava e colocava as mãos nos joelhos.

Diana, como a figura maternal do grupo, rapidamente foi até ela, seus olhos rosa preocupados checando se seu corpo era livre de hematomas. Afinal, era de conhecimento que Kiara, por causa da sua personalidade explosiva e facilmente ofendida, entrava em brigas por qualquer motivo. A loira acariciou gentilmente seus cabelos negros, ainda a olhando com preocupação.

"O que houve, Kiara?"

"Os guardas do Imperador estão aqui! Eles estão procurando Alma."

Alma piscou os olhos, confusa. "Eu?"

A de cabelos negros assentiu. "Eu não faço ideia do que seja. Eles apenas disseram que precisam falar com você, fada."

Isso só podia significar uma coisa: uma das suas dançarinas irritou algum nobre.

Alma sabia que não dava para controlar todas, ainda mais quando os homens falavam besteiras e as confundiam com prostitutas, mas nada tinha sido tão extremo ao ponto dos guardas do próprio Imperador estarem envolvidos.

Ela rapidamente se levantou do chão onde estava sentada, alisando a saia do seu vestido azul esvoaçante antes de dar um sorrisinho para Diana e sair da tenda.

Ainda na tenda, os olhos da bela adolescente de dezessete anos estavam encarando suas costas que se distanciaram cada vez mais. Qualquer pessoa poderia ver o quão preocupada ela estava. Mesmo que Alma fosse apenas dois anos mais velha, Diana a via como uma figura materna e também um exemplo a ser seguido. A mulher de cabelos roséos dançava com a alma e sua expressão era sempre serena e feliz, transmitindo sua paixão pelo o que fazia. Não havia quem não se deixasse encantar por Alma; ela era linda e graciosa como um cisne e livre como um pássaro. Um único sorriso dela e você sentiria como se pudesse mover montanhas.

Como se pudesse sentir suas preocupações, Kiara apertou sua mão gentilmente. "Não fique tão preocupada! Alma é inteligente. Ela saberá o que fazer."

Diana olhou para fora mais uma vez, ainda incerta, e mordeu o lábio inferior.

Algo no fundo da sua mente gritou em alarme, mas Diana balançou a cabeça para tentar não se preocupar ainda mais. No entanto, ela continuou sentindo uma sensação incômoda.

"... Se você diz."

"Porque não terminamos de guardar as coisas?" Abrindo um sorriso alegre, Kiara piscou o olho em um flerte de brincadeira e a puxou com a mão.

Espero que tudo fique bem.

Do lado de fora, Alma olhou para os guardas. Todos eles eram altos e fortes com a expressão fechada. Ela tentou sorrir, mas saiu uma careta.

"Olá."

"Você é a dançarina chamada Alma, certo?" Perguntou um de cabelos pretos escuros.

Quando ela não respondeu e os outros a lançaram olhares tortos, ela sabia que estava completamente fodida.

Mas antes que ela ou qualquer um dos guardas pudesse falar, um homem apareceu na frente delas.

"Com licença, senhorita."

O homem tinha porte atlético, cabelos ruivos e olhos cinza. Ele parecia ser tímido e gentil, mas enviava vibrações de que se o incomodasse, não sairia vivo.

Alma o olhou curiosamente. Ela tinha a sensação incômoda de que o conhecia de algum lugar, só não conseguia se recordar de onde.

"Você precisa de algo, Senhor?" Alma perguntou educadamente, tentando parecer discreta enquanto o analisava.

Ele pigarreou, coçando a cabeça.

"Sinto muito se estiver interrompendo. Eu sou Felix Robane, e estou aqui para fazer uma proposta para a senhorita a pedido de Sua Majestade. Ele gostaria que a senhorita se apresentasse hoje no banquete imperial."

O sorriso de Alma se tornou falso.

PORRA. PORRA.

Tão ocupada com seus pensamentos de Claude, que ela nem reparou que aquele era o maldito Felix Robane!

Por um segundo, a imagem do homem com olhos de jóia passou pela sua mente e ela queria se bater por não ter se lembrado que, não importa onde Claude estivesse, Felix estaria junto. Mas se ela se lembrava, Felix não estava com Claude quando o mesmo conheceu Diana num festival.

Como se sentisse seu pânico, o homem ruivo tratou de acalmá-la.

"Eu sei que a senhorita deve ter medo por causa dos rumores sobre a crueldade de Sua Majestade, mas saiba que será paga e bem tratada. Sua Majestade imaginou que o convite fosse muito em cima da hora, e me permitiu que o seu pagamento fosse antecipado e maior que o valor normal..."

"Eu recuso!" O ruivo deu passos para trás, assustado com seu grito.

Alma corou, soltando uma risadinha fraca. "É uma boa proposta, mas vou ter que recusar. Estarei voltando para meu reino ainda hoje."

Ele pareceu decepcionado. "Ah, eu entendo."

Só que infelizmente para Alma, aos olhos de Felix, ela era inofensiva; ou seja, ele optou por ignorar completamente a recusa dela porque ele não queria lidar com a fúria de um Claude bravo e contrariado.

"Mas, senhorita... Não é um pedido."

E novamente... Alma estava fodida.

 Alma estava fodida

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𝐁𝐀𝐌𝐁𝐈, 𝑤𝑚𝑚𝑎𝑝Onde histórias criam vida. Descubra agora