12. and the question remains

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Claude não era um homem paciente. Ainda mais quando Alma estava na sala.

Ele a observava com a intensidade de um predador, sentado em sua cadeira dourada enquanto ela ficava de pé, com os braços cruzados e uma expressão de puro desafio. Seu vestido—não, era quase uma desculpa de vestido—era exatamente o que ele havia mandado fazer para ela: curto, justo e com decotes estrategicamente audaciosos.

"Você vai usar isso," Claude declarou, a voz firme, sem espaço para discussão.

Desde a vez que ela rebateu sobre a escolha das vestes dela, ele, como o merdinha que era, fez questão que fossem cada vez mais curtas e vulgares.

Alma estava quase arquitetando um plano para mata-lo.

"Eu vou... o quê?" Alma piscou, inclinando a cabeça como se não tivesse entendido. Mas o sorriso atrevido no canto dos lábios dizia o contrário. "Sua Majestade, eu sou uma dançarina, não uma—"

"Uma o quê?" ele perguntou, a sobrancelha arqueada.

Alma fechou a boca por um momento, mas logo voltou com força total. "Uma dançarina de qualidade, Majestade." Ela estreitou os olhos, apontando para o vestido com o dedo. "Isso aqui? Isso não é uma roupa de dançarina. Isso é—isso é pano de mesa em forma de armadilha para escândalos!"

Claude não respondeu imediatamente. Em vez disso, ele inclinou a cabeça e examinou a peça com a calma de alguém julgando uma pintura renascentista. "Eu acho que está perfeito."

"Perfeito?" Alma riu, um som alto e sarcástico que ecoou pela sala. "Aah, claro, perfeito para que você e seus amiguinhos nobres me julguem e façam apostas sobre quem consegue me convencer a ser a próxima adição no harém."

Os olhos de Claude brilharam com um divertimento mal disfarçado. "Você tem muita coragem para sugerir que meus nobres teriam chance com você."

"Bem," Alma rebateu, jogando as mãos para o alto. "Eu diria o mesmo de você, mas aí seria mentira, né? Porque você é quem vive me arrastando para cá!"

Ele piscou lentamente, como se ela fosse algo fascinante e ligeiramente irritante—o que, claro, ela era. "Eu chamo porque você me diverte. E você vem porque não tem escolha."

Alma bufou, apontando para ele como se fosse um professor repreendendo um aluno. "Você claramente não me escutou quando eu disse que não era a porra de uma prostituta, mano!"

O silêncio que seguiu foi tão pesado que Alma quase recuou. Quase. Mas o brilho nos olhos de Claude—uma mistura perigosa de diversão e irritação—manteve-a firme no lugar.

"Eu sei a diferença," ele respondeu, sua voz baixa e quase preguiçosa. "Mas a questão é... você sabe a diferença entre obedecer e desafiar?"

E com um olhar frio, ele disse: "E eu não sou seu... Mano. Ou sei lá o que seja isso. Eu sou o Imperador."

Ela piscou, surpresa com a mudança de tom. Mas não por muito tempo.

"É claro que você não é meu mano, é tipo, uma expressão e—" Ela parou, simplesmente parando de falar porque não adiantaria explicar. "E sim. Eu sei a diferença. Só que, no meu caso, desafiar é muito mais divertido."

Ele riu. Uma risada curta, fria e surpreendentemente genuína que pegou Alma de surpresa. "Você realmente não sabe quando parar, não é?"

"Não sei mesmo," ela respondeu, cruzando os braços. "E sabe o que é mais engraçado? Você continua me chamando de volta. Quem aqui não sabe quando parar, hein?"

Ele inclinou-se para frente, os cotovelos apoiados nos joelhos enquanto a encarava com intensidade. "Talvez eu só goste de te ver irritada."

"Então você é mais estranho do que eu pensei." Alma deu de ombros, virando-se e caminhando até a porta. "Boa sorte com seu joguinho de irrite a dançarina. Um dia eu vou desistir, e você vai ter que arranjar outra pobre coitada para entreter sua... solidão."

Claude sorriu levemente, uma expressão que ele raramente usava.

"Eu duvido."

Ela parou na porta, olhando para ele por cima do ombro, com um sorriso travesso. "Pode duvidar o quanto quiser, Majestade. Mas um dia você vai perceber que não pode sempre vencer."

"Esse dia não chegará," ele respondeu, mas havia um tom quase divertido na sua voz. "E você voltará."

Alma abriu a porta, mas antes de sair, atirou as últimas palavras como se fossem uma flecha: "Só porque você manda, não significa que eu gosto."

Claude ficou em silêncio por um momento, observando a porta se fechar.

Então, quase para si mesmo, ele murmurou: "Não significa que você não goste, também."

E ali estava ele, sorrindo sozinho na sala vazia.

𝐁𝐀𝐌𝐁𝐈, 𝑤𝑚𝑚𝑎𝑝Onde histórias criam vida. Descubra agora