bonus - diana's intervention

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Quando Diana nasceu, ela foi muito amada por ambos os pais, pois era o fruto do amor incondicional deles. Sua mãe, Adelaide, tinha os mesmos cabelos dourados da filha e os olhos castanhos mais dóceis e amáveis, sempre sorrindo e rindo quando estava nos braços do amor de sua vida, seu marido, Nero, o homem mais gentil e compreensivo, que tinha cabelos loiros escuros e olhos rosa brilhantes.

"Venha, amorzinho," sua mãe a chamou com a voz suave, os lábios curvados em um sorriso fácil. Ao lado dela, o pai de Diana a abraçava, parecendo contente. "Vamos preparar os biscoitos de natal juntos, sim? Como uma família."

Sorrindo, toda radiante, Diana correu até os pais, sendo prontamente segurada por eles. Eles passaram a tarde entre risadas e vozes altas cheias de alegria enquanto cozinhavam.

Diana era uma menina adorável que cresceu sendo muito paparicada. Talvez não fosse tão rica e nem tivesse as roupas mais bonitas, mas sua mãe sabia cozinhar maravilhosamente bem e fazia os melhores bolos de aniversário, e seu pai, com seu humor divertido, sempre a fazia rir com suas piadas. Ela tinha uma ótima vida, aprendeu a ler e escrever – uma honra que nem todos os plebeus tinham – e era feliz com sua pequena família, com a frequente adição de sua tia Tanya, a irmã de seu pai.

Olhando para trás, para essas lembranças tão doces e ao mesmo tempo tão amargas, Diana deveria ter percebido que não ia durar para sempre.

Ás vezes, Diana se sentia como uma fraude, uma impostora em sua própria vida. Ela sentia coisas estranhas e tinha premonições do que aconteceria, como quando sabia que sua mãe ia fechar a confeitaria porque eles não tinham dinheiro o suficiente para pagar os impostos e o aluguel e que o relacionamento outrora harmônico dos seus pais iria se deteriorar aos poucos. E para fugir das constantes brigas dos dois e do cheiro horrível de álcool no hálito de seu pai, Diana aprendeu a amar o silêncio.

Foi na presença reconfortante de tia Tanya, que a levava para longe de seus pais e fazia Diana observar enquanto treinava, que a menina pôde achar seu porto seguro: a dança.

"Eu gostaria de ser uma dançarina," Diana, de oito anos, admitiu para a tia Tanya. "Mas não quero que mamãe e papai fiquem tristes com minha partida."

Ela se sentia culpada quando pensava nisso, pois estaria deixando os pais para trás. Em seu íntimo, ela sabia que eles a amavam, mas ela deixou de ser a prioridade deles agora que o amor um pelo outro enfraqueceu, com a casa cheia de risadas e felicidade passando a ser fria e vazia.

A mulher ergueu a mão, bagunçando os cabelos dourados da menina.

"Então seja," sua tia disse. "Não deixe que ninguém impeça seus sonhos, nem mesmo seus pais."

Os olhos rosa brilhantes de sua tia eram gentis do jeito que os do pai de Diana já tinham sido, mas que não eram mais. A tia Tanya tinha um rosto com traços marcantes e cabelos pretos e curtos, além de uma língua afiada, nada como a beleza suave da mãe de Diana, mas sendo tão linda quanto. E Diana percebeu que queria ser como ela.

Nem foi preciso ela ir embora de casa. Os pais de Diana morreram em um curto intervalo de distância. Primeiro, o pai, após se meter em uma briga em um bar, e depois a mãe, que adoeceu repentinamente.

Nesse meio tempo, Diana conheceu Alma. Cinco anos mais velha, Alma já era uma moça de dezesseis anos quando Diana, de onze anos, se encantou por ela e a apelidou de fada por causa de sua pequena estatura. A princípio, Alma manteve a distância, não querendo se aproximar muito de Diana, mas a loirinha foi implacável em sua decisão de perseguir a rosada até que ela a aceitasse em sua vida.

Ela é estranha, Diana pensou consigo mesma. Eu sinto que conheço todos à minha vida toda, mas ela... Ela não.

Quando Diana cresceu mais e se tornou uma jovem tão linda quanto a própria Alma, deixando a infância para trás, ela se sentia confusa. Ela tinha sonhos estranhos, de um passado (ou seria futuro?) onde ela tinha uma vida miserável, abandonada pela pessoa que mais amou em seu estado mais vulnerável.

Mas Alma interviu, não deixando que os sentimentos estranhos dentro de Diana pudessem manipular seu destino.

E ainda assim, Diana sentiu que sua vida estava destinada a algo muito maior.

E ainda assim, Diana sentiu que sua vida estava destinada a algo muito maior

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⏰ Última atualização: Feb 03 ⏰

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𝐁𝐀𝐌𝐁𝐈, 𝑤𝑚𝑚𝑎𝑝Onde histórias criam vida. Descubra agora