Capítulo 68

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Christian

Quando Ana adormeceu tomei um banho e peguei no meu laptop para ver alguns e-mails. Com toda a confusão envolvendo a família Steele havia acumulado algum trabalho e queria aproveitar para colocar tudo em ordem.

Respondi todos os e-mails que estavam em atraso e analisei o processo que defenderia na próxima semana e Ana continuava a dormir na mesma posição o que me fez sorrir. Lembrei da nossa conversa de mais cedo e sorri ainda mais ao imaginar uma mini Ana na minha vida.

Eu não tinha preferência quanto ao sexo do nosso bebê, mas depois da nossa conversa não iria reclamar se viesse uma princesinha. Já imaginava uma mini Ana me deixando com os cabelos brancos por conta dos namoradinhos. E os tios a brigarem para decidir qual deles iria colocar o marmanjo para correr.

Arrumei as minhas coisas e depois de beijar os lábios de Ana com cuidado para não a acordar desci. Encontrei com Luke, Ethan e Bryan na sala e fiquei surpreso ao saber da visita de Roger.

— E agora? — perguntei aos meus cunhados

— Agora só nos resta esperar que seja feita justiça e que Roger não interfira muito. —respondeu Luke

— Welch vai ficar em cima das detenções de Jack, Gia e Suzanna. Qualquer coisa que saía fora do padrão ele nos avisa.

— E a Ana? — quis saber Ethan — Ela está mais calma? — assenti

Elliot apareceu e tratou de reclamar que não aguentava mais ficar na frente da The Top sozinho, segundo meu irmão não estava a ter nenhum tempo para namorar com Kate por conta do trabalho e os irmãos Steele prometeram que logo voltariam para os seus cargos.

— Quem diria que você seria o primeiro dos irmãos Grey a se tornar papai. — disse Elliot com um sorriso no rosto — Parece que foi ontem que conversamos sobre a ideia absurda de você pedir Suzanna em casamento.

— Nem me lembre disso. — pedi e meu irmão ri

— Ana foi um anjo na sua vida. — disse ele empurrando o meu ombro e sorrindo — Quando vocês pretendem dar o próximo passo?

— Em breve. — respondi com um sorriso

Camille

Soube que algo estava errado ao entrar no apartamento e ver a destruição da sala. Procurei pelos meus pais e encontrei mamãe deitada na cama dela em posição fetal a chorar. Aproximei-me com cuidado e quando me viu ela se jogou nos meus braços.

— Chhhh.... — acariciei os seus cabelos — Fica calma mamãe. — pedi mas ela continuou a chorar

— Seu irmão foi preso. — disse ela com dificuldade por conta do choro

Sabia de todas as maldades que Jack vinha fazendo nos últimos tempos, mas ainda assim senti uma dor no peito ao saber que ele estava preso. Ele era meu irmão mais velho e houve um tempo em que o vi como o meu herói. Deixei algumas lágrimas escapar e fiquei quieta ao lado de mamãe tentando fazer com que ficasse mais calma. Quando ela adormeceu sai do quarto e ao chegar na sala encontrei papai bebendo um whisky. Ele me deu um sorriso triste e corri para os seus braços onde sempre me senti segura.

Ficamos abraçados por um longo tempo e quando nos afastamos percebi que papai controlava a vontade de chorar. Toquei o seu rosto com carinho e sentamos em um dos sofás onde ele me explicou tudo o que aconteceu e foi uma enorme surpresa saber que Gregor só participou em todos os planos do meu irmão por conta do amor que dizia sentir por mim.

— Foi ver Bryan. — confessou e o olhei surpresa

— Como ele te recebeu? Vocês brigaram? — perguntei curiosa

— Ele não me chamou de pai se é isso que você quer saber filha, mas também não me renegou por completo. — respondeu bebendo logo depois um pouco da sua bebida — Talvez nós tenhamos uma chance de nos conhecer.

Bryan.

Eu também estava curiosa demais para o conhecer, mas não sabia como seria recebida por ele casa aparecesse de surpresa na sua frente. A esta hora ele já devia saber um pouco da minha história com Luke e Ryan e com certeza não devia de ter a melhor das opiniões a meu respeito.

Deitei na minha cama a pensar em tudo o que havia acontecido e a imagem de Gregor veio a minha mente. Como é que ele podia me amar sem nós nem ao menos nos conhecíamos bem?

Levantei em um pulo troquei de roupa e sai sem dizer nada a ninguém indo em direção a delegacia em busca de respostas.

Gregor

Jack achava que as suas ameaças tinham algum efeito em mim, mas estava redondamente enganado. Eu não tinha medo de ser arrastado para o fundo do poço com ele porque eu já me sentia lá e até mesmo achava que merecia ser castigado pelos meus erros.

Tratei de ignora-lo, mesmo que ele estivesse na cela ao lado da minha e comecei a pensar em outras coisas, ou melhor em uma outra pessoa.

Camille.

Como sempre ela era a dona dos meus pensamentos. Fechava os olhos e conseguia sentir o cheiro do seu champô a morango e conseguia ver o sorriso que era capaz de iluminar o mundo.

Para ela eu era um estranho, um mero empregado, enquanto que para mim ela era tudo já que passava a maior parte do meu tempo a observa-la.

Um dos guardas bateu com o cassetete nas grades da minha cela e me surpreendi quando anunciou que eu tinha uma visita. Jack me olhou de um jeito estranho, mas não dei importância. Estendi as mãos para ser algemado e ao chegar na sala de visitas quase cai para trás ao ver Camille sentada a minha espera.

— Você??? — perguntei surpreso enquanto sentava na cadeira em frente a ela no outro lado da mesa

— Esperava outra pessoa? — perguntou ela e neguei

— A verdade é que não esperava qualquer visita. — confessei — Não depois de tudo que fiz.

— É verdade? — perguntou e fiquei sem entender — Você se aliou ao meu irmão por minha causa? — fechei os olhos

— Não era para você saber. Não assim. — respondi

— Suponho que isso seja um sim. — assenti — Porquê?

— Porque eu te amo. — confessei e vi a surpresa nos seus olhos — Sou um estranho para você, mas você é o meu tudo. Me apaixonei por você praticamente a primeira vista e depois pelos seus pequenos gestos. — ri — Eu nem sei explicar como aconteceu. Eu só sei. — Ela ia falar, mas a impedi — Não precisa dizer nada pois sei que não é recíproco. Eu que foi idiota em acreditar que ajudando Jack poderia ter uma chance. Não sei onde estava com a cabeça.

— Você se arrepende? — perguntou Camille — Do que fez?

— Muito. — respondi de imediato — Se fosse hoje eu faria tudo diferente. Só não deixaria de te amar. — me surpreendendo Camille segurou a minha mão por cima da mesa

— Obrigado. — a olhei sem entender — Obrigado por me amar mesmo sem eu saber. — Ela olhou para o guarda que estava na porta — Eu não sei como, mas pode contar comigo... Eu vou ajudar você a sair daqui.

— Eu preciso pagar pelos meus erros, Camille.

— Mas não precisa ser ao lado de criminosos sem um pingo de arrependimento. — disse ela

O guarda anunciou que a visita havia acabado e Camille saiu me dando um pequeno sorriso. Voltei para a minha cela com um peso a menos nas costas e sem saber o que iria acontecer a partir de agora.

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