Capítulo 25

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Ryan

Afastei Camille dos meus braços com cuidado e ela me olhou com um sorriso ainda nos lábios.

— Senti a sua falta, Ryan. — disse ela tentando tocar o meu rosto mas me afastei do seu toque o que a fez me olhar surpresa — Você não parece feliz por me ver.

— Enfim você notou. — disse me afastando dela — O que faz aqui Camille? Porque voltou?

— Por você. — respondeu e a olhei confuso — Eu nunca deveria ter ido embora, não sem antes lutar por você. Por nós.

— Não existe nem nunca existiu um nós. Você era a namorada do meu irmão e o que aconteceu entre nós não passou de um erro. Um erro que só aconteceu porque eu estava bêbado e drogado.

— Você me desejava. — disse ela — Me quis desde o primeiro momento em que me viu.

— Mas nunca me teria chegado a frente se não fosse por conta das substâncias ilícitas no meu sangue. Eu nem lembro direito o que rolou naquela noite. Só lembro de acordar com os gritos de Luke e de estarmos sem roupa.

— O que nós tivemos foi tudo para mim Ryan. Nos seus braços eu soube o que era ser amada de verdade e foi por isso que voltei... Eu quero sentir aquilo de novo.

— Pode esquecer pois eu e você não vai rolar. Você não significa nada para mim Camille. Siga com a sua vida e não me procure mais.

— Eu não vou desistir facilmente de você, Ryan. Vou lutar por nós

— Estará perdendo o seu tempo.

Entrei no meu carro e dei partida sem olhar para trás.

Porque diabos ela tinha que voltar justo agora? Ela podia dizer e fazer o que quisesse mas nada aconteceria entre nós... Fechei os olhos e a imagem de Luke veio a minha mente, eu não voltaria a desiludir o meu irmão.

Christian

Anastásia bateu na porta da pequena casa amarela e pouco tempo depois Clarissa apareceu abrindo a mesma e nos deu espaço para entrarmos.

— Obrigada por nos receber. — disse Ana e a mulher me olhou

— O que vocês querem saber? — perguntou ela

Anastásia abriu a bolsa e retirou de dentro dela uma foto dos pais e mostrou a Clarisse.

— Você se lembra deste casal frequentar a casa de swing? — a mulher pegou na foto e depois de a analisar por um tempo nos olhou

— Quem são eles e porque vocês querem saber?

— Quem faz as perguntas aqui somos nós. — respondi e ela engoliu em seco — Devo lembrar que pagaremos pelas informações.

— Eles eram frequentadores assíduos pelo que lembro. — Ana ofegou ao meu lado

— Você se recorda do nome deles ou das pessoas com quem se relacionavam? — perguntei já que Ana não estava em condições

— Naquele lugar é muito raro as pessoas terem um nome. — disse Clarisse — As pessoas que frequentam a casa de swing prezam pelo anonimato. — assenti — Lembro deste casal porque além de serem assíduos somente se relacionavam com os donos da casa — os olhos de Ana se arregalaram

— O quê??

— Eles se relacionavam com o casal Lincoln. — afirmou Clarisse — Durante muito tempo os quatro se relacionaram somente entre si... Lembro que havia alturas em que eles ficavam alguns meses afastados mas depois voltavam, mas então o casal da foto deixou de aparecer.

— E o que aconteceu? — perguntei

— O Sr. Lincoln se afastou da casa de swing e a Sra. Elena passou a ficar a frente de tudo.

—Esse Sr. Lincoln, você sabe o primeiro nome dele? — perguntei com cautela

— Roger, Roger Lincoln. — Ana apertou a minha mão — Ele só aparece na casa de swing quando Elena tem um casal promissor em mente. Na noite em que vocês foram ele estava escondido nas sombras.

— Christian...— sussurrou Ana e sabia o que ela queria dizer.. se Roger havia estado no mesmo local que nós com certeza sabia quem nós éramos

— Isso é tudo o que sei. — disse Clarisse me olhando.

Abri a minha carteira e passei um cheque a ela conforme o prometido e estava prestes a sair com aba da sua casa quando a mesma disse.

— Não sei se é importante mas Roger e Elena tem um filho. O nome dele é Jack Hyde Lincoln.

Entramos no carro e Ana começou a chorar. Puxei-a para um abraço e a mesma veio para o meu colo.

— São eles Christian, o casal que mandou acabar com os meus pais.

— Tudo leva a crer que sim, mas ainda precisamos de mais provas. Vou mandar um dos meus detetives investigar os dois e o filho deles.

— Preciso contar aos meus irmãos. — assenti em concordância — Só vou deixar Paul de fora por mais um tempo.

— Tem certeza?

— Sim.

— Hora de regressar a Seattle. — disse beijando-a apaixonadamente

Ana iria contar a verdade aos irmãos e logo depois eu iria colocar um ponto final na minha história com Suzanna.

Mia

Por mais que tentasse seguir com a minha vida em frente Ethan não saía da minha mente e muito menos do meu coração.

Mason estava se mostrar um cara incrível que qualquer mulher teria a sorte de se apaixonar, mas infelizmente ele não era o meu cara e percebi que por mais encontros que a gente tivesse as coisas entre nós não iriam mudar pois os meus sentimentos estavam muito bem definidos. Eu amava Ethan Steele com todo o meu coração mesmo que naquele momento ele não fosse merecedor desse amor.

— Você parece longe. — disse Mason depois de terminarmos o sorvete

— Me desculpe, acabei por me perder nos meus pensamentos. — ele sorriu

— Não tem problema desde que eu esteja incluído neles. — disse de forma risonha mas ao ver a forma séria com que o encarei o seu sorriso foi desaparecendo — Você pensava nele. — assumiu e não consegui negar — Ele não merece você, Mia.

— Infelizmente não escolhemos a quem amar. — respondi — Você tem sido uma boa companhia Mason e se quiser poderemos ser amigos, mas mais do que isso não posso oferecer. Me desculpe por de algum modo iludir você.

— Cheguei a pensar que tinha uma chance quando correspondeu ao meu beijo.

— Lamento.

— Quem lamenta sou eu. Lamento que você desperdice a chance de ser feliz para correr atrás de um homem que já mostrou mais de uma vez que não é merecedor do seu amor.

Ele levantou jogou o dinheiro do sorvete em cima da mesa e saiu da sorveteria sem olhar para trás e senti os meus olhos marejarem.

O que eu estava a fazer da minha vida? Até quando esperaria por Ethan?

Peguei no celular e acabei ligando a José que como já imaginava me passou a maior bronca por eu ter dado um pé na bunda no Mason. De acordo com o meu mais novo amigo era sempre bom ter um boy de reserva. Só ele para me fazer rir neste momento.

 Só ele para me fazer rir neste momento

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