Capítulo 3

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Daisy

  Eu não sei o que foi pior! Ter encontrado Kyle Becker, ter descobrindo que ele nem conseguiu me reconhecer, nem sabia meu nome ou ter que encontrar ele hoje de novo.

  Literatura era o meu plano b, nunca gostei daquelas obras maçantes que contam sobre uma mulher indefesa e blá blá blá, mas os livros novos que tinham palavrão, as mulheres em posições de poder, só que para um dia eu conseguir ser professora e trabalhar com a literatura moderna eu tinha que ter um diploma em literatura e isso incluía literatura inglesa. E para piorar a situação, Kyle Becker está escrito em literatura inglesa II, pelo menos, segundo a ficha de inscrição da matéria.

  Resmunguei me atirando no sofá ainda de pijama. Bri ainda não tinha dado as caras no quarto, depois que resolvemos aquele pequeno probleminha de ontem, na verdade dois.

  Uma garota ridícula chamada Abgail tentou arrumar briga com a minha amiga nada pacifista Bri, me meti no meio daquelas duas mandei, a meio alcoolizada e procurando um barraco, Abgail pastar. Foi assim que conheci o Miles, um jogar grande e esquio e incrivelmente bonito, bronzeado, cabelo loiro, olhos sexys, ficou tão animado com a minha pequena discussão com Abgail que disse que ia chamar os amigos para me conhece. Cole só faltava fazer xixi de felicidade.

  Mas, então, Kyle apareceu e deu o que deu.

  Tenho que admitir que, não o culpo por não me reconhecer, ano passado eu estava toda tensa. Eu tinha ganhado uma bolsa de dança moderna e, bem, eu estava entrando no meu primeiro ano e ela poderia ter sido retirada até o fim dos quatro anos de graduação, eu estava um caco de estresse naquele semestre.

  Mas, tudo correu bem, minhas notas forma incríveis, minha apresentação no festival foi ainda melhor, se não fosse por Victoria, minha dupla aquele semestre, não sei o que teria sido de mim. Assim, provei meu valor e garanti minha bolsa até o fim do curso. Em resumo, eu ia detonada para as aulas, mas isso nunca deu o direito a Kyle Becker de me apelidar como Sabe-Tudo.

  A porta se abriu, e a sorridente Bri estava ali com os saltos na mão e vivida, a noite de sexo deve ter sido boa.

- Fico feliz que se divertiu. – Disse me obrigando a sair do sofá.

- Você ainda não está vestida? Precisa dar um tapa na cara daquele pau no cu! – Ela disse abrindo o lado dela do quarto.

- Eu não sei o que vestir.

  Mentira! Eu não quero ir, e, pelo olhar que Bri me lançou, ela tinha plena consciência das minhas intenções.

  A minha melhor amiga foi até o meu lado do quarto bagunçado e, em alguns segundos, voltou com uma pilha de roupas e me entregou.

- Prontinho! Agora faz aquele idiota comer a própria língua.

  Ela saiu em 30 segundos para o banheiro que dividíamos no andar.

  Como eu não queria ferrar o meu futuro por causa de um idiota, me obriguei a colocar a roupa, que Bri tinha me empurrado. Não era tão extravagante, GRAÇAS A DEUS!

  Calça jeans de cos alto, uma camisa verde claro, meus tênis e a jaqueta. Esse era a minha proteção, minha carapaça, desde a morte da minha mãe. Sabe ela morreu de câncer e tal, como ela dizia; "Vou morrer de forma dramática também".

  E ela fez, minha mãe foi diagnosticada com câncer de mama quando eu tinha 12 anos, ela ficou dois anos lutando, mas, no fim, não tinha o fazer, ela se foi e deixou uma carta de testamento bem clara sobre o que iria para quem. Mamãe deu os diários com as composições e histórias dela para Rose, segundo ela tinha umas coisas bem obscenas. Ela deu para Lili todos os cds dela e o microfone que ela roubou do primeiro show dela na Hewrts, e para mim a jaqueta, que tinha atrás escrito "A minha arte é quem eu sou". Segundo minhas irmãs, a carta que ela escreveu para cada uma explica os presentes. A minha está fechada há quase 6 anos, e eu me nego a ler.

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