Capítulo 14

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Daisy

Senti um peso morto se atirar por cima de mim e começar a me sacudir. Pelo amor de Deus! Até ontem só tinha gente morrendo aqui e agora todo mundo acordou no 220v?

-         Daisy, Acorda. – Era voz de Bri cochichando.

-         Ainda tá cedo, Bri. – Digo resmungando e me virando.

-         Eu sei, mas o Kyle Becker está dormindo só de cueca no nosso sofá!

-         O que?! – Lili grita ao meu lado, e eu me sento assustada.

   As duas já estavam acomodadas aí ao meu lado olhando pela porta, que dava para as costas arranhadas de Kyle, obra minha. Ele estava muito gostoso naquela posição e... foi só isso que eu sinto.

   Imaginei que ficaria com remorso, me sentindo suja ou algo do tipo pelo que a gente fez, mas não. Estava mais que bem, como se um peso, que eu nem sabia que existia, fosse arremessado para o Japão. O que o Kyle tinha de diferente? Claro! O sexo foi incrível, um dos melhores da minha vida, mesmo com ele bêbado, isso sim foi ridículo, mas foi mais que isso, nunca tinha sido tão bom... tão... certo.

-         Então? – A voz de Lili me traz para a realidade, e eu olho para ela.

-         O que você disse? – Ela revirou os olhos com um sorriso.

-         Como ele veio parar aqui? – Ela repete como se fosse óbvio a pergunta.

   Me levantei da cama e fui até o banheiro, que ficava dentro do meu quarto. Na verdade, não era um banheiro completo, privada e pia. A duas me seguiram com olhar enquanto eu ia fazendo minha higiene.

-         Ele apareceu bêbado aqui, no meio da noite, e o deixei dormir aqui. – Disse, e as duas pareciam que tinham ganhado um presente.

   Me juntei as duas, enquanto escovava os dentes e ficamos taradiando aquele homem maravilhoso, que dormia com uma perna para fora do sofá e a outra esticada por cima do braço do sofá. Era realmente um sofá muito pequeno para ele. Nenhuma de nós se importou em ir lá e acordar ele, não enquanto ele estava de barriga para baixo e exibia a bunda. Isso me deu uma pontada de ciúmes, essas duas loucas estavam olhando o cara que tinha feito sexo comigo duas vezes ontem ou uma ontem e outra hoje.

   Dei as costas e continuei me arrumando, tinha ensaio hoje, não com Jeffrey, apesar que estava indo tudo tão perfeito com ele. A minha coreografia para a música de Bel era boa, mas com a ajuda de Jeffrey ela estava ficando fantásticas, com um parceiro competente como ele podíamos fazer saltos e arriscar mais um com o outro e ele tinha ideias incríveis. Depois, do nosso ensaio da sexta de tarde, ele me acompanhou até a cafetaria e não parávamos de discutir o quão incrível estava sendo aquela ideia. Minha conclusão era que, Cole estava errado. Ele dizia que eu acabaria transando com Jeffrey, porque ele era assim, mas o cara não tentou nada para cima de mim, e eu não estava a fim de dar um fora nele.

   Mas estava ajudando um grupo de meninas com uma coreografia sexy, que elas estavam planejando, bem Moulin Rouge, e como ano passado eu praticamente fiz sexo na frente de todo mundo no palco, elas pediram minha ajuda. Foi ousado, eu sei, mas era a coisa mais impactante que eu consegui criar sozinha e que poderia usar apoios durante toda a coreografia. Mas, também, as meninas eram todas do balé clássico, não estou julgando, mas, às vezes, elas se ficam tão focada em fazer movimentos perfeitos que esquecem de colocar gingado e emoção. Estava as ajudando, praticamente, só nisso.

   Coloquei uma legging e tive que abandonar meus All-Star pretos, estavam tão sujos de lama e coloquei meu tênis de corrida, por cima um moletom da Hewrst. Não iria dançar, então não precisava levar todas as minhas tralhas. Sai do banheiro passando as mãos pelo cabelo, e as duas ainda estavam na porta encarando Kyle.

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