Capítulo 7

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Tenho que admitir que não estava sendo tão ruim, depois daquele momento "Revelação das merdas da vida", as coisas ficaram mais leves e divertidas.

Quando Kyle e eu entramos, fui cumprimentada por tanta gente que Kyle me perguntou se eu não era uma espécie de celebridade do baseball os algo assim, minha resposta foi uma risada e uma sútil "Claro que eu sou uma celebridade do baseball! Não acredito que você passa reto em todos os cartazes da cidade que tem a minha cara estampada! "

Eu conhecia todo mundo, porque eu sou daqui, e meus pais adoravam nos trazer no Marlon para comemorar algo, a gente comia porcaria e dava tacadas até uma de nós estar caído de sono.

Mas a ideia de trazer Kyle aqui foi genial, principalmente, porque agora estava no lado de fora da rede observando-o mexer aquela bunda perfeita e musculosa de um lado para outro, enquanto dava as tacadas.

Era linda mesma, alguém deveria avisar ao Louvre que perdeu uma peça inestimável, mas eu também não era a única a aproveitar a visão, tinha um grupo de mães, que claramente estavam secando Kyle e não ia ser eu a tirar a diversão delas. Então um barulho de mais uma tacada boa dele me faz, infelizmente, desfocar da sua bunda, que eu decidi que se chamava Carl.

- Vamos, Florzinha. – Ele diz tirando o capacete e saindo da área. – Me mostra o que você tem.

- Só um aviso. – Digo soltando meu cabelo para conseguir colocar o capacete. – Mantenha o Carl longe daquelas mães sedentas pelo seu corpo. – Ele franze a testa rindo e olha em direção as mães.

Gosto de o ver confuso, arranco o taco das mãos dele e entro dentro da área para rebater.

- Quem é Carl? – Eu ignoro por um segundo e fico na linha marcada no chão.

- Sua bunda. – Falei, e ele teve um acesso de riso.

- E não poderia dar um nome mais sexy para a minha bunda? – Ele pergunta tentando parecer indignado, mas estava rindo assim como eu. – Tinha que ser o nome de um senhor barrigudo e careca? – Eu ri mais ainda e tive que me controlar para não cair no chão.

- Interprete da forma que quiser. – Grito me posicionando de novo.

Se bem que se eu tivesse dado o nome de Liam ou Chis, sem dúvida, a bunda dele faria jus a dupla de irmãos. Rio comigo mesma, enquanto esperava a primeira bola.

Eu era boa com o taco, só que nunca quis jogar no time da escola, mas ainda era boa. Não lembro de uma vez que deixei a bola passar por mim, claro que deve ter acontecido, só que eu não me lembrava. E essa noite não foi diferente, a cada tacada era melhor e mais precisa que a última.

Fazia tanto tempo que eu não jogava, que tive que tirar a minha jaqueta e entregar para o Kyle, que estava chocado. E mais uma cessão de tacadas perfeitas se seguiram, como eu sentia falta disso. Sentia falta de tudo na verdade.

Fazia quase 3 anos que nunca mais pisei meus pés no Marlon, nunca mais viemos depois que minha mãe morreu, ela era quem fazia com que viéssemos aqui. Ela adorava esse lugar, dizia que lembrava da sua família em Nova Iorque, isso me deu um aperto no peito. Eu tinha esquecido, esquecia que esse era o lugar dela, esqueci dela...

Não deveria ter trazido o Kyle aqui. Não deveria ter pisado aqui de novo. Esse era o lugar da minha mãe, um dos lugares favoritos dela na cidade.

Deixei a última bola cair e sai tentando controlar para aquela sensação de desespero, que começou a se formar no meu peito, mas ela não se dissipava.

Por que eu ainda me sentia assim? Minha mãe não gostaria que eu acabasse com uma noite perfeitamente divertida só porque ela não está mais aqui, mas cá estou eu entrando em desespero, porque aqui era o lugar que minha mãe mais gostava de vir comigo e minhas irmãs e eu tinha voltado sozinha.

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